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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

O que fazer quando não se tem grande tempo para blogar?

Recomendar os blogues dos outros.

Seguem-se 5 bloques dos que mais me têm inspirado ultimamente...

1. Adventures in pinksugarland - o diário fotográfico do dia-a-dia dos dois filhos de fotógrafa Andrea Hankis que é capaz de ser a coisa mais doce que vi nos últimos tempos. Dá vontade de adoptar os putos. Não dispenso a visita diária.

2. O Blog do Desassosego - agora que engravidou, as piadas da Leididi estão cada vez mais dilacerantes. Faz-me rir e querer dizer asneiras. Também não dispenso a visita diária. Só é pena ela nem sempre postar diariamente.

3. Mãegyver - ou o não-é-um-babyblog-qualquer da Pólo Norte.

4. Bluebird Blog - o blogue que me faz querer ter 4 filhos, pois agora já sei que vou continuar a ser fashion (?).

5. Amo-te Mil Milhões - porque conjuga a maternidade às qualidades artesanais que eu nunca vou ter e me inspira sempre com as suas fotografias plenas de paz e tranquilidade.

...  e 3 recentes descobertas.

1. À paisana - o (único) daddy blog que conheço com muita piada, mas ainda muito no início, por isso está tudo à espera de o ver pôr a pata na poça! (riso maléfico)

2. Be More With Less - ou a mulher que me vai finalmente convencer a ter apenas 33 peças de roupa por estação. Ou não. Basicamente é um blogue prático sobre minimalismo destinado a malta que adora entrar em desafios online.

3. Receita para tudo - porque já era tempo de haver um blogue de culinária em português dedicado ao vegetarianismo com fotos verdadeiramente aliciantes e um template sem coraçõezinhos.

Presa por ter cão...



Desde que comecei a tomar uns comprimidos SOS para o meu congestionamento nasal crónico que comecei a acordar pontualmente às 4:35 da manhã para não voltar a pegar no sono. O meu médico avisou-me que me poderiam causar sonolência, posto o que estou um tanto ou quanto baralhada....
De qualquer maneira, desde o primeiro dia que, apesar das insónias, acordo, ou melhor, levanto-me com a cabeça limpa, límpida, leve, como se me tivessem aspirado todas as dores e pesos que andava a sentir nas têmporas nos últimos meses. Não consigo descrever melhor. É uma sensação de leveza tal que desde que comecei a padecer deste mal só me lembro de me sentir assim daquela vez em que a osteopata me apertou as fontes de tal maneira que temi pela minha vida. "É para sair, é para sair tudo!"
O problema é que, com a falta de sono (hoje foram umas 4 horas apenas), receio que volte a acordar com dor de cabeça por não ter dormido....  Caso para colar o calendário à cabeceira, ir riscando as noites que faltam até acabar o tratamento e, entretanto, tratar de tirar o pó da máquina de café...

Ele há gente muito estranha

- Desculpe, o seu nome é...?
- É o que lá está - respondi, a apontar para o cartão.
- É mesmo assim?
- É o que lá está - a tentar não pôr a cara de poucos amigos.
- Não se enganaram?
Já com a cara de poucos amigos, controlo um suspiro de impaciência e respondo ainda educadamente:
- Não.
- E a sua profissão? Diz aqui tradutora?? - e faz uma cara muito espantada.
- Sim...
- A sério?? É mesmo?? Tradutora??
- Sim...
Volto a respirar fundo, uma, duas, três vezes, enquanto a senhora vira e revira o meu cartão de cliente, como se algo não batesse certo. Não aguento e pergunto, quando a oiço lançar um gemido de exclamação:
- Mas isso é assim tão estranho?
- Ah... não. É que nunca tinha conhecido nenhum tradutor. Não há muitos, sabe?

E assim se cria um mito.

A pintora

Começámos assim


com papéis colados na parede. Ao contrário do que se temia, ela percebeu perfeitamente a diferença entre papel e parede e (ainda) não me pintalgou as paredes (todas). Mas a miúda só quer pintar. Chega a casa vai pintar. Acorda vai pintar. Na escola diz que só pinta. Está a jantar e só quer ir pintar. Provavelmente sonha que está a pintar. Eu, que quero incentivar a sua criatividade, tenho-lhe comprado mais lápis e canetas do que eu alguma vez tive e começo a pensar em como posso continuar a ajudá-la a ser a próxima Paula Rego (mais bonita e simpática, claro está). Cheira-me que quando o gato der cabo do sofá de vez, vamos optar por móveis destes:




(daqui)

Vamos só esperar que ela passe dos rabiscos para desenhos de jeito. Gato, poupa as unhas.

Exantema

Deve haver uma lei de Murphy sobre a falibilidade de fazer planos. O meu dia de férias foi, afinal, passado sem conseguir riscar nenhum destes pontos da lista. Valeu-me o assalto que fiz à Miss Saigon, entre consultas e deixando descaradamente o homem em casa a velar a sesta, e o cinema à noite, depois de deixar a filha na avó, porque apesar de não ter nada que moa nem doa, não pode ir à escola.

Isto de ter filhos é uma constante prova à nossa capacidade de gerir a frustração. Ou fazem cocó no momento em que estamos a sair de casa ou decidem nascer a dois dias do Natal ou decidem que o nosso dia de férias deve ser passado com eles e não cá com amigas em cafés de bicicletas, ora essa. O que nos vale é que gostamos tanto deles que tudo o resto deixa de importar quando lhe destapamos o tronco cheio de borbulhas.

Porque isto de ser mãe não é nada fácil

"Imagina que os teus filhos têm 25 anos e vêm almoçar no Domingo a tua casa. Abres a porta. Que pessoas tens ali à tua frente?


É pertinente, não é? Mas mais pertinente é ver como os pequenos que hoje estão aqui aprendem muito mais com aquilo que a gente faz do que com aquilo que a gente diz. Eles imitam-nos a toda a hora. Por isso, se não queremos que eles apanhem determinados vícios que temos, então, estará na altura de mudar.

Há uns tempos fui assistir ao workshop “A Arte e a Ciência de Educar Crianças felizes”.
Não sabia bem o que ia encontrar, mas cedo me apercebi de que estava no sítio certo. A Magda, uma comunicadora por excelência, conquistou-me pela sua boa disposição, simpatia e empatia (vai-se a ver e a empatia é crucial nesta coisa de educar crianças) e pelas excelentes dicas que deu para que as minhas inseguranças maternais se dissipassem. No preço do workshop estava incluída uma sessão de coaching, que tive por telefone há umas semanas. Nunca tinha feito coaching, mas se é assim, então quero mais! Falar com a Magda sobre parentalidade foi como estar no café a conversar descontraidamente com uma amiga, tal foi o à-vontade e a informalidade com que a conversa foi conduzida, mas com a benesse de que a Magda tinha sugestões reais para me dar, ao passo que os amigos nem sempre podem/sabem fazer mais do que ouvir ou falar do seu caso concreto. Eu ia tirando notas desenfreadamente, com medo de perder alguma fórmula mágica, mas na verdade não teria sido preciso gastar tanta tinta. Retive a maior parte das sugestões (e, bom, porque não há fórmulas mágicas...) e apliquei-as assim que tive oportunidade. E a minha criança de 2 anos deu-me e continua a dar-me inúmeras oportunidades para isso...
Nem sempre funciona, claro. Nenhum método é infalível se a mãe está stressada ou impaciente. Percebi que tem de haver uma predisposição em nós para a criatividade, para o drama e a empatia, que são essenciais para conseguir levar a nossa avante quando o nosso filho se lembra de fazer birra por algo que, a nós, nos parece completamente descabido. Descobri que há 2 tipos de birra e arranjei a minha própria forma de parar uma birra antes que extrapole para um estado incontrolável. Descobri que, quando me sinto mais segura, tudo me parece mais fácil (descobri a pólvora, portanto!) e que, para conseguir educar uma criança feliz, primeiro tenho de cultivar a minha própria felicidade. Acho que estou no caminho certo, se bem que ainda tenho muitas milhas para percorrer...
A Magda é coacher profissional e percebe muito disto de psicologia e parentalidade positivas. O coaching com ela fez-me bem e não hesitarei em recorrer aos seus serviços se a minha insegurança me voltar a morder os calcanhares. Porque às vezes é preciso que nos orientem e não ter vergonha de assumir que tem dias que nos sentimos as mães mais inseguras do mundo...

Planos

A meio da semana que vem vou ter um dia de férias não planeado, mas que até vem a calhar porque tenho algumas burocracias pendentes a tratar. Entusiasmada, comecei a fazer mentalmente a lista de tudo aquilo que quero fazer no dia de férias não planeado, mas que vem mesmo a calhar. Além dos afazeres obrigatórios que me vão ocupar, pelo menos, a manhã toda, ainda queria:
- ir almoçar com amigas;
- ir a um ou outro café que me despertou a curiosidade, sentar e ler, sem grandes pressas;
- ler, pelo menos, um dos últimos e-books que comprei aqui;
- costurar a bolsa para a máquina que o homem pediu;
- ir ao cinema ver um daqueles filmes europeus armados ao pingarelho;
- enfiar a cara numa máscara Cleópatra-style;
- ir correr à beira-rio e bater o meu recorde pessoal (até parece...);
- ir buscar a filha mais cedo e ir andar com ela de eléctrico, que é coisa para ser motivo de conversa durante cinco dias.

...

É que está-se mesmo a ver.


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