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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Nota de agradecimento



À minha minorquinha de 2 anos

Obrigada, bebé, por perceberes que o papá não está e tens de colaborar e me facilitar a vida.
Obrigada, bebé, por andares a dormir a noite toda e não acordares nem uma única vez para espirrar.
Obrigada, bebé, por teres deixado de fazer birras de manhã.
Obrigada, bebé, por finalmente aceitares que não podes ir de pijama para a escola. 
Obrigada, bebé, por gostares tanto de estar comigo e me proporcionares momentos de puro prazer e brincadeira.
Obrigada, bebé, por andares sempre tão bem-disposta, mesmo quando percebes que o papá ainda não chegou e não podes ir fazer queixinhas porque a mamã não te deixa fazer os disparates todos de que te lembras.
Obrigada, bebé, por comeres (quase) tudo o que te ponho à frente e não fazeres (grandes) birras porque escolhi a colher ou o garfo errados.
Obrigada, bebé, por todas as coisas lindas que dizes e me fazeres rir tanto.
Obrigada, bebé, por ajudares a que esta primeira semana sem o papá tenha passado num piscar de olhos.

Este post não é, em nada, irónico. Estou mesmo irremediavelmente apaixonada pela minha filha, mesmo que já não seja um bebé como eu ainda teimo em chamar-lhe!

É este o espírito

Meia-maratona de Lisboa 2013


Não consigo descrever a sensação de alegria que me invadiu quando vi a meta. Basicamente, senti-me a explodir de alegria e tive muita pena de não ter ninguém ali ao pé a quem pudesse encher de beijinhos. Alegria e amor pela humanidade, foi mais ou menos esse o resultado do excesso de endorfinas produzidas por 1:07 h sempre a correr.
É claro que fui ultrapassada por toda a gente abaixo dos 70 anos que ia a correr, mas isso pouco me importou. Como sabia que isso ia acontecer, ia preparada para um exercício mental que consistia em concentrar-me na minha própria prestação. Sei que não me posso comparar com ninguém e o facto de conseguir ter terminado a mini-maratona a correr, independentemente do tempo, foi uma grande vitória. 
É que o último quilómetro foi um grande sacrifício. Foi mais ou menos ao chegar a Alcântara, 5 km depois, o máximo feito nos meus treinos, que comecei a sentir o pé, ou melhor, a deixar de o sentir. Ao 6.º km, o meu pé já não era um pé, era um bloco de pedra que me pesava e que eu quase não sentia, mas nem por isso me doía menos. Isso, associado às dores de burro que me começaram a dar desde a barriga até às orelhas, contribuiu para ter pensado várias vezes em parar. Mas eu sou lá mulher de desistir no último km. E fiz o que sempre faço quando estou em situações de grande stress físico (ou puro terror, como foi a excursão ao tubarão-baleia em Moçambique): penso no parto da minha filha, nas 23 horas de sofrimento sem me poder mexer da cama do bloco de partos, e sem ter gritado uma única vez, ao contrário da parturiente da sala ao lado que muito me agoniou. Quem aguenta 23 horas de parto, também aguenta uma corridinha de 8 km. E foi assim que cheguei ao fim e que me sentei, depois, a comer uma banana e a ver a prova da meia-maratona e a invejar os maratonistas e a pensar que gostava de também eu estar ali, já na reta final dos 21 km. Foi, então, que decidi estabelecer um plano para, daqui a 3 anos (sejamos realistas) correr a minha primeira meia-maratona! Com treino tudo se consegue. Há um ano, eu não conseguia correr 10 minutos seguidos. Nada me impede de, daqui a 3 anos, conseguir fazer 21 km. Porque é possível. Senão, vejam aqui, ou na parte que interessa:

"Foi assim em Lisboa, em Dezembro, onde acabei a Maratona com um atleta que tinha nascido com os pés botos, no meu pior registo, mas a testemunhar um feito heróico e arrepiante, num autêntico desafio à natureza."
Pimba!

No período pós-euforia, contudo, a realidade foi mais esta...

Maratona

Estamos na véspera. Fiz tudo como era suposto (treinos, descanso) e sinto-me tranquila (se não contarmos com as borboletas na barriga).
Às vezes, quando falo disto, parece que vou fazer a meia-maratona. As pessoas desejam-me boa sorte como se fosse correr a meia-maratona. Eu, no fundo, sinto a excitação de ir correr a minha primeira meia-maratona, excepto que não sei o que é estar na véspera de ir correr a meia-maratona. Neste momento, qualquer coisa para além de 10 km parece-me um acto tresloucado de masoquistas mórbidos. Mas a verdade é que fui ganhando gosto pela corrida. O que ao princípio era um sacrifício movido por uma qualquer necessidade de afirmação passou a prazer, a rotina, a necessidade física e mental. E depois, claro, há ainda todo o lado romântico de ter ultrapassado os meus limites, de ter descoberto que sou capaz e não há problema físico que me impeça de me exceder, tipo anúncio da Nike.
Todos temos de começar por algum lado. Eu vou começar ali, na Ponte 25 de Abril, na minha primeira mini-maratona feita a correr. E quem sabe se daqui a uns anos não estarei a descrever a véspera da minha primeira meia-maratona? Quem sabe.

Tempo... para que te quero

Gostava de saber como raio fazem os outros bloggers para conseguirem ter tempo para postarem com frequência. Como, por deus??

Estive uns dias ausente, não pela falta de temas, mas pela falta de tempo em sentar-me e escrever uma coisa com mais de duas linhas. Queria falar sobre a minha breve passagem pela ilha Terceira, nos Açores, queria voltar a falar sobre o ginásio elitista e as suas elípticas com ligação à Internet, queria falar-vos sobre a espanhola do Couchsurfing que esteve em nossa casa no fim-de-semana passado e anda a dar uma volta em bicicleta a Portugal (e de quem gostei muito e prometi visitar em León), queria falar-vos sobre os meus treinos de corrida e a mini-maratona que está aí à porta (e vai chover, mas eu vou à mesma), mas não tenho tempo para nada disto.
Tirando hoje, que a cria foi dormir a casa da avó, e por isso me consegui levantar à hora normal e ter tempo para arrumar a roupa (!) e escrever estas linhas, as duas semanas que vêm vão ser duas semanas de monoparentalidade, com o pai da minha filha em viagem pelo Nepal (ah, também queria falar sobre isto!) e, portanto, mesmo que tenha decidido simplificar ao máximo (o que inclui dar-lhe douradinhos de vez em quando - depois da sopa!), vão ser duas semanas mais ou menos complicadas.

(Já disse que ela está naquela fase horrorosa das birras, do Não e do bater? Está. Normalmente de manhã, depois de acordar e antes do pequeno-almoço, que costumam ser seguidos, faz umas 3 birras, e mais umas 5 ou 6 antes de sair de casa. E isto só de manhã! Portanto, ou estabeleço a ditadura do "eu é que mando e nestas duas semanas vais entrar nos eixos" ou adopto a máxima do "deixa andar, espoja-te lá no chão para ver se me importo". Se calhar um meio-termo não seria má ideia, mas não sei se tenho tempo para pensar nisso!)

Enquanto isso, ficam algumas fotos, de qualidade duvidosa, da Terceira e do fim-de-semana de passeio por Sesimbra com a espanhola.

Imagem típica dos Açores: mar e vaquinhas

Trânsito condicionado...

Sopa no pão, prato típico



Porto de São Mateus, num fantástico dia de Primavera

E S. Jorge ali ao fundo

Já "lá fora", ou no continente, como dizem os terceirenses:

Cabo Espichel

Vista para Sesimbra do Castelo

E o mar, e o mar

Olha eu feita minimalista

E olha eu no blogue da Rita!
Convém dizer, como esclareci num comentário, que este texto foi escrito em Dezembro e que, desde então, a minha assiduidade no grupo do Facebook Bom dia Manhãs tem vindo a rarear... Mas, como também disse, continuo plenamente convencida que, ao contrário do que se pensa, levantar cedo faz muito bem à alma e tenciono voltar a criar o hábito agora que os dias começam a ser mais compridos.
Obrigada à Rita por me inspirar diariamente e por me dar a oportunidade de partilhar com os seus leitores a minha (ainda breve) incursão no minimalismo.

Dos médicos que já não se fazem

Sabem aqueles médicos que já não se fazem que não usam bata, escrevem livros e vão com os doentes fazer caminhadas e escalar montanhas? Sabem aqueles médicos que já não se fazem que, além de verem as análises e receitarem comprimidos, falam sobre a vida pessoal do doente porque isto da imunidade tem muito a ver com o stress? Sabem aqueles médicos que já não se fazem que, ao perceberem a fonte de stress do doente, passam meia-hora a falar e a ouvir e a dar sugestões e conselhos práticos, servindo, para além de médico, de confidente, psicólogo e amigo e pai e mãe? Sabem aqueles médicos que já não se fazem que têm um quadro cheio de fotografias dos filhos dos pacientes, incluindo a vossa? Sabem aqueles médicos que já não se fazem que não olham para o relógio e demoram-se na consulta o tempo que for preciso mesmo que vá para lá de uma hora? Sabem esses médicos que já não se fazem? Eu tenho um assim. E gosto tanto dela que quase desejo continuar a precisar dos seus serviços o resto da vida.

Aviso: post não adequado a pessoas sensíveis a asneiras

Fui convidada.... ahahaha, espera, não consigo manter a pose de blogger influente... Vou começar de novo.

Inscrevi-me numa promoção de um ginásio elitista que eu não vou dizer o nome, mas que já toda a gente adivinhou qual é, que fica a 5 minutos a pé da minha casa, e que me oferece 15 dias inteirinhos de treino gratuito para a mini-maratona. Eu já andei neste ginásio elitista e a relação nem sempre foi pacífica, muito menos nos meses em que não ia (outros tempos!), mas 2 semanas de treino grátes são 2 semanas de treino grátes e, por isso, lá aguentei a conversa mercantilista, em jeito de ameaça, "vem treinar connosco gratuitamente, mas está interessada em ouvir as nossas condições de adesão, certo?" até me passarem o voucher para a mão. Sobre isto do grátes falaremos mais tarde...

Agora vamos ao que interessa: a sala de cárdio. A sala de cárdio tem máquinas novas, passadeiras, bicicletas e elípticas daquelas que dá para ligar o iPod, ir à net e ver televisão. Serve também de boa justificação para o preço que cobram aos sócios e, ah, é verdade, também dá para definir o treino, claro, mas isso é para os maluquinhos da corrida. É uma máquina mesmo boa. Liguei o meu iPod, liguei os fones, ia escolhendo as músicas directamente a partir do ecrã da máquina e isso é que foi curtir. O pior foi quando me apercebi que já estava a deitar os bofes pela boca e a puta ainda só tinha marcado 1 km. Desculpa?? Começo a ver, e à velocidade a que eu ia, que é a velocidade a que eu chamo nunca-corri-tão-depressa-na-vida, a parvalhona dizia que estava a correr a 9:40 minutos por km! O quê??
Vamos lá a analisar os factos com calma: 9:40 minutos por km fazia eu no princípio, quase a andar, sim? Eu corro devagar, mas não sou nenhum caracol! Bom, lá aumentei a parada para os 8:58 minutos por km (!), e logo percebi que era uma nova categoria de esforço a que chamei estou-aqui-estou-a-ter-um-ataque-cardíaco. Foram várias as vezes que chamei puta à máquina durante os 41 minutos em que corri. Sim, porque aquela preguiçosa precisou de 41 minutos para contabilizar uns"esgalhados" 4 km. Eu já só pensava em como fazer aquela gente toda lamber-me o suor e só sonhava com as ruas livres à minha disposição para correr ao meu ritmo e fazer 6 km, não 4, àquela velocidade.
Depois ainda fiz uma bicicleta para acalmar o coração que, juro, esteve assim para me saltar da boca, e saí de lá sem conseguir sentir as pernas.

4 KM, O CARALHO, sim??


E eu que nem sou nada asneirenta.


(E, entretanto, comecei com esta música a fazer a minha playlist para correr. Dá mais pica se pensarmos que estamos no meio de um vídeo de música!)

É do casaco...

Sai uma pessoa de casa para ir pôr a miúda à escola, meio despenteada pela ginástica monoparental da manhã, com a ligeira sensação de estar com o cabelo mais feio que um piaçaba, e com o outfit de ir ao médico escondido pelo casaco com mais borbotos que me veio parar às mãos, para entrar no elevador e dar de caras com quem? Com uma ex do maridinho, pois claro, também ela com uma criança, mas penteada e bem cheirosa, com um casaco chique e brincos (brincos!!) a condizer. Aposto que até teria as unhas pintadas, mas tive vergonha de olhar.
E depois de outra jigajoga pelo transito, meia-hora debaixo de ventania a ver os cavalos da polícia, porque mais vale despenteada do que com uma filha infeliz, para chegar ao centro de saúde e me perguntarem se estava grávida e não queria passar à frente.
Oi?
Despenteada, sim, gorda é que não!
Mas teimaram e puseram-me isenta como se faz às mandrionas das grávidas e eu caladinha, que não estou nem grávida nem gorda, mas tinha-me esquecido de ir levantar dinheiro, por isso, cala-te boca e empina a barriga para a frente.

Resquícios de Berlim

Andava perdido, mas encontrei o disco que guarda todas as minhas memórias de Berlim, fotos, postais digitalizados, os textos de todos os meus blogues (afinal estão vivos!), um sem fim de memórias bem vivas e de outras já esquecidas, como o deste bilhete. Não me lembro se alguma vez telefonei ao Roman. Se tivesse ligado, lembrar-me-ia, certo? Acho que vou criar uma rubrica neste blog, uma espécie de regresso ao passado/incentivo turístico. Ministério da Cultura alemão, estais a ler isto? 


Um marcador de livros com a Fernsehturm, ex-libris da capital.


Um bilhete do Roman (quem?) que, coitado, queria muito ir tomar café comigo...



A porta do meu frigorífico.



Postal Não duvides! (no defunto Volkspalast)


Postal cómico-comemorativo por ocasião do Mundial 2006, a Polícia a ajudar onde pode...


Postal sobre a arte de adormecer a horas. Convém aqui dizer que eu coleccionada os postais gratuitos que trazia dos bares e colava-os na porta do meu frigorífico ou nos azulejos da cozinha...


A minha marca de tabaco preferida (cor e design incluídos), da Alemanha de Leste. Se agora voltasse a fumar, tinha de ser um destes.

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