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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

A dor do paraíso

O regresso do paraíso é sempre algo tumultuoso: a limpeza da casa que deixámos para trás,  as dores nas costas, lavar a loiça de 10 pessoas, as dores nas costas, arrumar tudo e ajudar a levar as malas para o barco, as dores nas costas, convencer a miúda de que temos mesmo de ir embora, subir para o barco, as dores nas costas, a miúda aos berros ou porque não quer andar de barco ou porque não quer ir para casa, sair do barco, as dores nas costas, chegar ao carro e o carro não pegar, a dor de susto, dar banho à miúda, as dores nas costas, levá-la à avó, perceber que a miúda não está nem aí para ficar mais uma semana sem nós, a dor no coração, voltar para casa, levar as malas, as dores nas costas, tomar um banho a fingir só mesmo para não pegar a sujidade aos lençóis, pôr o despertador para as 7:30, a dor na alma. Basicamente, parece a chegada ao inferno.

Fora isto, foi a chatice do costume.




A manta de retalhos que já não é

É ponto assente: esta manta de retalhos não me está a correr bem. O meu carácter impulsivo e pouco paciente levou-me a começar a coser os quadrados sem qualquer ordem ou sistematização e só quando já tinha 3 filas cosidas é que percebi duas coisas:

1) os quadrados maiores, que supostamente formam o motivo da manta (aquele do gato), não coincidem com o tamanho dos quadrados menores, o que me obrigou a cortar aleatoriamente tiras de tecido para colmatar os espaços em branco;


2) a cor, os padrões e as formas dos quadrados e das tiras acabam por tirar protagonismo aos quadrados grandes que, repito, supostamente formam o motivo da manta e deviam estar em destaque.


Iria ficar, assim, uma manta de retalhos propriamente ditos, uma amálgama como a que resultou da manta que fiz para a cama de grades da Inês 


e para a cama das bonecas 


(se esforçamos muito os olhos percebemos que houve ali a intenção de fazer um quilt de cruzes, mas que, para isso, devia ter escolhido uma única cor para o fundo, de modo a realçar as cruzes em padrões estampados). 

Não que uma manta de retalhos seja feia. Longe disso, pelo contrário e isso tudo. Adoro mantas de retalhos misturados e desordenados ao estilo vintage. Mas esta simplesmente não me estava a agradar. Seriam as cores, o tamanho dos quadrados, a desorganização das filas ou a minha própria eterna insatisfação? Ou será que o que eu quero fazer não é uma manta de retalhos, mas sim um quilt, pensado, medido, ordenado e pacientemente "montado"?

Aquilo que já tenho feito será certamente reaproveitado que eu não sou pessoa de deitar tecido fora. Estou a pensar, talvez, num tapete de brincadeiras para a mais nova. Isso ficará para depois. Agora só tenho de decidir o tipo de quilt que quero fazer, tendo de escolher um de três conhecidos em inglês por bunting quilt, triangle quilt ou neighborhood charm quilt.




Por me parecer mais simples de executar e mais fácil de montar, tendo em conta os retalhos que ainda tenho, estou bastante inclinada para este quilt: "half-square triangle quilt".


(outra variante do mesmo)

Porque, eu culpada me confesso, num acesso de loucura (bastante usual de cada vez que vou à Santo Condestável), já comprei tecido novo com as medidas exactas: um estampado para a parte de trás e um de uma só cor para fazer o fundo para a parte da frente e que combine com os padrões contrastantes que tenho em casa.


Estou entusiasmadíssima e acho que é capaz de ficar bem giro na cama nova. Sim, manta de retalhos: já eras.

Ai, Sofia, Sofia



Porque The Bling Ring deixa muito a desejar (para não dizer que é o pior filme de Sofia Coppola), deixo aqui a última cena do Lost in Translation, aquele filme de culto de 2003 que fez o mundo apaixonar-se pela Scarlett Johansson (e eu pelo Bill Murray que, vai-se a ver, não tinha na manga só filmes de palhaçada), com uma das melhores bandas sonoras de que me lembro. Aqui com Just like honey, de The Jesus and Mary Chain.

Dos fins-de-semana de Verão

Por ano, são apenas dois os fins-de-semana que passamos neste lugar mágico, entre o mar e a falésia, a poucas milhas do porto de Sesimbra. Sem querer desvendar muito de um lugar que gostamos de manter só nosso, o próximo fim-de-semana será mais ou menos como o que passou. Azul. Cercados apenas pelo barulhinho bom das ondas do mar, das gaivotas e do riso das crianças. Só nós, o mar, a falésia, a casa. Pontualmente, pensamentos de tsunamis...







As reacções dos outros

Hoje ao almoço com uma amiga que também está grávida, ela contava como os outros, por terem sempre alguma coisa que dizer, são mais impacientes do que nós e acham que sabem mais da nossa vida do que nós. Claro. Quando ela casou, toda a gente lhe perguntava quando é que tinham um filho. Quando ela engravidou, as pessoas começaram a perguntar quando é que ela pensava em ter o segundo. E o primeiro ainda nem sequer nasceu. 
Eu confirmo tudo isto e acrescento: quando se está grávida do segundo, as pessoas a) perguntam se/quando vamos ao terceiro e b) no caso de serem duas meninas, acham peremptoriamente que temos de ir ao terceiro para tentar o menino, ou vice-versa. Ainda não experimentei dizer que sim, que vamos ter um terceiro, logo assim que a segunda nascer, que é para não perder tempo e, quem sabe, logo a seguir o quarto!! A sério, pagava para ver a reacção de certas pessoas. Não deve fugir muito disto:


Roubado daqui, um post que subscrevo quase inteiramente. É só mudar o sexo das crianças.

Mais ideias para usar motivos de renda/crochet em roupa

No seguimento do post anterior, peguei numa camisola da Inês que tinha um buraco e estava prestes a ir para o lixo e cosi-lhe uma roseta de crochet (que tinha comprado no Ikea há mil anos atrás) a tapar o buraco.
Ficou ou não ficou gira?


Lembrei-me ainda que, num dos vestidinhos de Verão que fiz para a Inês, usei uma bainha de renda - que comprei, portanto não se enquadra propriamente na categoria de reaproveitamento de enxovais, mas é uma ideia bem gira.


Em calções também fica muito giro, como podem ver neste post da M de M


Entretanto, fui repescar outro post antigo da M de M, pois tinha uma vaga ideia de que ela falava sobre como fazer... candeeiros de renda! Yep!


Cheira-me que há um sem número de possibilidades de reaproveitar rendas antigas...

TUTORIAL* - Transformar roupa com naperons de renda

*sempre quis usar esta palavra no título de um post!

Confesso: estou apaixonada por crochet. Depois daquele workshop com a Rita Cordeiro, a máquina de costura deu lugar à agulha e, esquecendo o pormenor que ainda não produzi nada que se visse, fazer crochet é muito mais prático do que costurar. Dá para levar para qualquer lado, não ocupa muito espaço, é igualmente relaxante (ou exasperante, conforme o caso) e, se ao princípio é igualmente moroso, confio que com a prática vou conseguir não me rir quando vejo aqueles tutoriais que prometem "faça este cachecol numa hora" a sete dólares o PDF.

Continuo, no entanto, a não achar piadinha nenhuma à renda. Odeio de morte aquelas fraldas "com pontilhado" que a minha mãe teima em fazer para as netas, mas já não lhe digo nada porque percebi que não vale a pena. E não achava piada a naperons até descobrir uma das maravilhas do upcycle de roupa: transformar t-shirts sem graça com aqueles naperons redondos que herdámos da avó e que não sabemos o que lhes fazer!

Está tudo aqui e aqui, mas eu posso dar uma ajudinha em português. Ah, sempre quis fazer isto!

Então, cá vai.

TUTORIAL - Como transformar t-shirts sem graça usando os naperons de renda da avó

Escolhe a t-shirt ou o top e tira de uma vez por todas o naperon de cima do televisor!



Coloca o naperon por cima da t-shirt, no local onde o queres coser, e fixa com alfinetes ou cola de tecido (eu prefiro os amigos alfinetes). Tem atenção ao sítio onde vai aparecer o soutien!


Depois cose à máquina, em toda a volta.


Depois de cosido, vira a peça do avesso e corta o tecido por baixo da renda, seguindo o tracejado da costura, mas com muito cuidado para não cortar a renda.





E voilá! Não é giro?



À venda aqui

Dependendo do gosto, pode ficar mais ou menos piroso! 
Eu cá acho que vou experimentar. Uma grávida pode tudo.

O que há de errado?

Sala de análises clínicas do hospital cheia de velhas. Eu sou a única pessoa com menos de 53 anos. Sou também a única pessoa a fazer crochet. O mundo está às avessas ou é apenas uma conspiração para eu não poder dizer que me sinto uma velhinha de cada vez que saco da lã e da agulha?

O dia em que a pirralha disse "fixe" pela primeira vez

Foi ao jantar, estávamos num jogo parvo a ver se ela comia a quinta colher de sopa, eu fiz qualquer coisa que deve ter sido engraçada e ela, do alto dos seus 2 anos e 8 meses, fechou a mão, espetou o polegar, esticou o braço e disse:
- Boa! Fixe, mamã!
...

Ainda não tenho de me preocupar, pois não?



fixe |ch| 
(alteração de fixo
adj. 2 g.
1. [Portugal, Informal]  Que agrada ou tem qualidades positivas (ex.: o livro é muito fixe). = BOM, PORREIRO
2. [Portugal, Informal]  Que inspira simpatia (ex.: os teus colegas são fixes). =SIMPÁTICO
3. [Popular]  Que é fixo, firme ou seguro.
4. [Brasil]  Compacto; inteiriço; maciço.
interj.
5. [Portugal, Informal]  Usa-se para exprimir satisfação ou consentimento (ex.: Fixe, eles já chegaram.).
s. m.
6. Retângulo de madeira ou ferro, sobre rodas, para sustentar a máquina do comboio.

in Priberam.



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