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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Voltar aos tachos

Desde que, no domingo passado, vim do workshop de cozinha vegetariana no Aloha Café, do qual já falei uma vez aqui e tenho frequentado numa base semanal, ainda não parei de cozinhar. Cá em casa quem cozinha é o homem. Quando começámos a viver juntos e falámos sobre a divisão das tarefas, perguntei-lhe qual era a tarefa que mais gozo lhe dava, que a mim todas me fastidiavam de igual forma, e assim ficou ele responsável pela cozinha. Basicamente, saiu-me a sorte grande, porque apesar de gostar de cozinhar e de ir às compras para fazer a comida, ele cozinha muito bem e não sei como é que ainda não fiquei um pote.

Por isso, eu não cozinho muito. Mas às vezes apetece-me cozinhar. Por exemplo, quando estou grávida. Quando estou grávida, ponho-me sempre a fazer coisas que nunca fizera antes e que não volto a fazer depois, como pudim de alfarroba, granola ou queques de cenoura. A granola foi a única que ficou e ainda hoje a faço, mesmo não estando grávida, mas dificilmente se pode chamar cozinhar a fazer granola...

Portanto, lá decidi ir fazer o workshop e replicar as receitas do workshop cá em casa. Não, não estou grávida (mas porque fui eu dizer tal coisa?), mas voltei a cozinhar e tem-me sabido bem. Foi assim que já fiz os douradinhos de tofu (por duas vezes), cenoura salteada com alga arame, bulgur com vegetais e hoje para o jantar vai haver empadão de millet com seitan.

Pimba.

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Foto do nosso almoço no workshop: sopa miso, tofu mexidinho com bulgur e cenoura salteada com arame e crumble de maçã.

Quiet book - Versão final

É tão bom quando vemos o fim a um grande projecto, especialmente quando fica tal qual como nós imaginámos!

 

Um mês depois, aqui está o meu Quiet Book para a Alice: oito páginas, com mais ou menos pormenores, e a capa que também deu que fazer, apesar de, vai-se-a ver, e não tem nada que saber. Voltarei aqui mais tarde para vos mostrar melhor página por página e vos falar da encadernação, mas por enquanto fica aqui um vídeo demonstrativo que tenho uma festa de anos para preparar.

 

(A resolução não ficou muito boa, é só mesmo para terem uma ideia de como ficou o produto acabado. Quando tiver mais tempo, vejo como posso resolver a questão do vídeo. Ao fazer o vídeo, reparei ainda que as pintinhas da joaninha também ficaram mal cosidas, mas vou ficar à espera que a Alice as rasgue e logo remendo!)

 

Discos de limpeza reutilizáveis (agora em flanela)

Há pequenas medidas que podemos adoptar no dia-a-dia que não dão trabalho e contribuem para ajudar o planeta. É o caso dos discos de limpeza em crochet que fiz há umas semanas para substituir os discos em algodão.

Eu limpo a pele todos os dias, apesar de raramente me maquilhar. Todas as noites, limpo com um leite de limpeza e tónico (mas estou a fazer a mudança para limpar com um produto totalmente natural como óleo de amêndoas doces ou óleo de coco). De manhã, gosto de passar um disco com água de rosas pela cara antes de pôr o creme, o que já se tornou um hábito que não dispenso na minha rotina matinal.

Os discos em crochet que fiz, apesar de giros e tal, são um pouco mais ásperos do que um disco de algodão e à noite a pele pede um tecido mais suave e calmante. São óptimos para esfoliar uma ou duas vezes por semanas, mas não para usar diariamente. Antes de voltar a comprar discos de algodão (a produção de algodão implica vários problemas ecológicos), decidi, assim, aprimorar a receita de discos de limpeza facial reutilizáveis.

Lembrei-me da flanela que tem um toque suave e boas propriedades de absorção. Peguei numa toalhita de flanela que tinha em casa, cortei em quatro círculos e fiz uns discos com uma face em algodão e uma face em flanela. Não sabia que enchimento usar e experimentei com um enchimento de edredão normal.

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Vários pontos negativos destes discos: com as lavagens, o enchimento deixou de se notar além de ter capacidades de aborção nulas. A face em algodão serve bem para o leite de limpeza, mas não absorve o tónico. No entanto, a face em flanela é perfeita!

Decidi, assim, fazer discos só em flanela. Pareceu-me aborrecido fazer todos os discos em flanela branca, mas não é fácil encontrar flanelas com motivos que não pareçam lençóis. Felizmente, encontrei umas flanelas giras na Souphina, uma loja online que vende tecidos ecológicos e 100% algodão.

No entanto, havia o problema do enchimento, que teria de ser mais absorvente. Pesquisei e cheguei à Fluffy Diapers que vende vários tipos de tecidos absorventes para fraldas reutilizáveis. Excelente! Um material que absorve o chichi dos bebés muito melhor absorverá o meu tónico facial!

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Optei pelo tecido de bambu por ter uma certificação ecológica e ser recomendado, não só para fraldas, como para fazer pensos mentruais e discos de amamentação reutilizáveis. A tira vai dar-me para fazer aí uns 50 discos - ou seja, para o resto da vida - e posso confirmar que foi a opção correcta. Inicialmente, fiz apenas dois discos de teste para experimentar, lavar e voltar a usar e posso dizer que agora já acertei nos melhores discos de limpeza facial reutilizáveis que podem fazer em casa! São super suaves e absorventes e já tenho em quantidade suficiente para ter sempre algum limpo caso os outros ainda estejam para lavar.

O único senão é que isto exige alguma concentração para não deitar os discos para o lixo, depois da utilização, mas sim colocá-los no cesto da roupa suja, mas é uma questão de hábito.

Para lavar e não se perderem algures na máquina (ainda há uns tempos a máquina entupiu e o técnico retirou lá de dentro um daqueles discos de enchimento dos soutiens...), uso um daqueles sacos de rede próprios para lavar pequenas peças na máquina. Lavo a 30º C juntamente com a roupa normal.

 

 

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É fácil, prático, não dá quase trabalho nenhum, não prejudica o ambiente e a vossa pele do rosto vai adorar! Podem ser também uma excelente prenda de Natal, se tiverem familiares ou amigas que achem que poderiam usar.

E, já agora, se tiverem filhos pequenos, é um óptimo entretém enquanto vocês tomam banho. A Alice entretém-se muito a pôr e tirar os discos da caixa...

 

(Apesar de ter várias referências a lojas online, este post não é patrocinado.)

Quiet book [work in progress] #3

O Quiet book começa a tomar forma e a ganhar relevo. Ainda só tenho 7 páginas, mas já só vou fazer mais uma. Estes tipos de livros ficam muito grossos e não quero que fique grosso demais. Depois vou começar a unir as páginas e aí é que vai começar a aventura. Até agora tem sido só puro prazer!

 

A página do estendal da roupa

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Ideia e molde (gratuito) tirados daqui.

Molas pequenas à venda no chinês ou na Staples.

Tempo de execução: umas duas horas.

Ulisses

"A necessidade é aquilo em virtude do qual

é impossível que uma coisa possa ser de outro modo."

(in Ulisses, James Joyce)

 

Às vezes, quando penso que estudei Literatura, nem acredito. Quando penso que aos 18 anos lia Saramago, Pessoa, Bocage e Baudelaire, não me reconheço. Quando penso que estudei a fundo autores alemães como Novalis, Hofmmanstahl e Kafka, que andava sempre com um livro na mala e que lia 3 a 4 livros por mês, tenho de fazer um esforço honesto para pensar em como cheguei à situação a que cheguei: a de uma pessoa a quem a maternidade e a vida adulta sufocaram a capacidade (e vontade) de manter uma rotina de leitura digna de uma antiga estudante de Literatura. Ultimamente só leio livros técnicos, ensaios e biografias que raramente termino ou romances leves e fáceis que me permitam ler mais de 3 páginas à noite sem adormecer. Acontece, assim, que estou a ler vários livros ao mesmo tempo, sem verdadeiramente estar a ler nenhum. São eles um romance leve em alemão (mas como é em alemão já perdeu toda a leveza que podia ter) sobre um grupo de amigas, totalmente diferentes entre si, que decide fazer o caminho de Santiago, um livro sobre destralhar, em inglês, um livro sobre parentalidade consciente, em português, e outro livro em alemão sobre uma jornalista que se decidiu preparar para o colapso do sistema financeiro e passou um ano sem compras. Se virmos bem, nada disto é estranho em mim, pois são temas pelos quais me interesso bastante e sobre os quais costumo falar aqui.

Mas... e os clássicos, pá? E a Literatura, com L grande? Sou ou não sou uma ex-aluna de Teoria da Literatura? Estudei ou não estudei a fundo Kafka, Novalis, Thomas Mann? Li ou não li o Beowulf?

 

(fim da arrogância e pausa para suspirar)

 

Há um tio na família, pessoa muito culta e letrada, que no Natal nos costuma oferecer os grandes clássicos da Literatura mundial. Desde Dante a John dos Passos, Pamuk ou Cervantes, acho que ainda só falhou nos russos (a ver se num destes almoços lhe digo que ainda nunca li Tolstoi).

É claro que ainda não lemos nenhum. Vamo-los acumulando na estante da sala, estrategicamente dispostos para visita ver. Ao menos isso.

Mas há um que chama por mim: o Ulisses, do James Joyce, na nova tradução. 900 páginas que descrevem os acontecimentos de um só dia, numa paródia à Odisseia de Homero. Aberto a várias interpretações, não é um livro fácil. Mas em 2007, não sei por alma de quem, meti na cabeça que teria de ler o Ulisses de uma ponta à outra durante um ano. Assim, entre Janeiro e Junho, li 9 capítulos (são 12), e teria conseguido terminar a odisseia, não fosse ter regressado a Portugal em Julho e, portanto, ter perdido o foco. Mas, na memória das várias anotações que fiz sobre o livro, fui pesquisar num dos meus antigos blogues, onde as escrevia, e logo me acometeu uma grande vontade de retomar essa leitura.

 

Estava eu nestes pensamentos quando entrou um gato pela portinhola dos gatos (que já são dois). Era o "gato pequeno" como lhe chamávamos - até ao dia em que lhe inventei um nome. O "gato pequeno" que nos rondava a casa em busca de comida e afecto e dormia cá dentro sem nós sabermos. O "gato pequeno" que nos escolheu a nós como família, e que à noite se aninha ao Dexter e ao Balzac em cima do banco da sala, de preferência sobre os lençóis acabados de secar que eu, displicentemente, não arrumei logo. E foi por isso, devido ao cruzamento destes pensamentos, no preciso momento em que decidi voltar a pegar em James Joyce, que escolhi o novo nome para o nosso novo gato.

 

Sejas muito bem-vindo, Ulisses.

 

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(e chegámos ao ponto em que já tenho mais gatos que filhos)

Por aqui tem-se falado muito de associativismo

Há uns tempos, fui falar com a directora da escola das minhas filhas sobre o porquê de não promoverem a higiene oral junto dos alunos. Disse-me que era uma maneira de evitar a propagação de doenças, o que não me fez sentido absolutamente nenhum e me cheirou um pouco a "não queremos ter trabalho", mas não respinguei muito e vim para casa digerir o assunto. Foi uma conversa normal: expus a minha preocupação, disse que na escola anterior da Inês lavavam os dentes e que achava importante que a escola promovesse esse hábito, a directora contrapôs com os seus argumentos, eu disse que percebia e nunca tinha pensado nisso (e não tinha), mas que achava que miúdos de 5 anos não iam pegar herpes uns aos outros, mas ficou por ali. Entretanto, soube que houve outras mães que, invididualmente, já tinham puxado o mesmo assunto junto da directora. 

Hoje recebi uma mensagem da directora a anunciar a novidade: a partir de hoje, os meninos que quiserem podem levar o estojo da higiene oral para a escola e lavar os dentes depois do almoço.

Apesar de não ser sido por qualquer tipo de reinvidicação da minha parte nem da parte de outras mães, o facto de ter havido várias pessoas a, individualmente, mostrarem interesse no assunto deve ter tido algum peso para a mudança. Várias pessoas, individualmente, conseguiram mudar alguma coisa. Agora imaginem se nos juntássemos todos? Conseguiríamos coisas fantásticas, ou não?

Quiet book [work in progress] #2

 

A quarta página está terminada: o quarto da boneca.

 

Há muitos modelos desta página disponíveis na Internet, mas eu tirei a ideia central deste

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Deu-me algum gozo fazer as roupinhas (duas calças, duas saias, duas camisolas e três vestidos) e só não fiz mais, com mais pormenores, porque já perdi demasiado tempo com esta página e o tempo não pára.

 

Comprei o molde da boneca e das roupinhas aqui. Depois de ter demorado demasiado tempo com as cómodas (primeiro fiz um roupeiro que não resultou, depois não conseguia coser as cómodas direitas e, se reparerem bem, há algumas gavetas tortas...), achei que 4,59€ era um bom investimento (bom e rápido, é só fazer download, imprimir, recortar e passar para o tecido) naquela que vai ser a página mais cobiçada pela irmã mais velha. E como já estou a ver que vou ter de fazer outro para ela, quando fizer anos em Dezembro, assim ao menos fico já com os moldes e escuso de inventar.

 

Agora faltam a página do elefante, do estendal da roupa (consegui encontrar as molas mini!!! nota-se que ando muito entusiasmada com isto??), das formas geométricas, do ábaco e da máquina de lavar roupa, se tiver tempo. São as páginas que tenho planeadas, não quer dizer que não mude de ideias. Inspiração não falta...