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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Fazer leite vegetal caseiro

Leite de aveia.JPG

 

No outro dia tivemos uns amigos cá em casa para o nosso "brunch de bom ano". Cozinhámos umas coisas de pequeno-almoço, almoço e até jantar, porque os bons amigos nunca têm pressa de ir embora, nem nós queremos que eles vão...

Entre as iguarias para o pequeno-almoço feitas por nós estavam granola e bebida de aveia caseiras. As pessoas arregalam sempre os olhos quando eu digo que cá em casa fazemos a nossa própria granola e os nossos próprios leites, mas a verdade é que fazer granola ou bebida de aveia (ou outra bebida vegetal) não é aquele bicho de sete cabeças que toda a gente pensa que é. Eu própria achava que era demasiado complicado, que envolvia demasiados utensílios esquisitos e conhecimentos profundos de cozinha que eu não tenho, mas estava enganada.

Fazer leite de aveia é a coisa mais fácil do mundo. À exceção do leite de arroz, que parece que tem de ir a cozer (ainda não experimentei), é só deixar o cereal ou os frutos secos a demolhar em água de um dia para o outro, triturar e coar.

É claro que, ainda assim, isto dá mais trabalho do que ir ao supermercado e comprar um pacote. Mas para quem, como nós, não bebe leite de vaca, o consumo de bebidas vegetais fica caro, rondando mais de 2€ por pacote, dependendo se for biológico ou não. Não costumamos comprar leite de soja, pela elevada probabilidade de ser transgénico, nem as marcas mais baratas à venda nas grandes superfícies pelo alto teor de açúcar que costumam ter. Preferimos leite de arroz, porque é o que tem menos açúcar, e marcas biológicas, pelas razões óbvias da não utilização de químicos, mas tentamos ir variando entre leite de arroz, aveia, avelã e espelta. Mas isto sai caro, como já disse. E foi esta a principal razão que nos levou a experimentar fazer leite de aveia em casa. E, desde então, não voltámos a comprar mais leite de pacote!

 

Vantagens em fazer bebidas vegetais em casa:

- Fica mais barato. Por exemplo, no Continente um pacote de 400 gr. de flocos de aveia custa 2,59€ e, de acordo com a minha experiência, dá para fazer 4 litros de leite. Se tivermos em conta que 1 litro de bebida de aveia da ALPRO, que é uma marca boa, custa 2,59€, estamos a poupar 7,77€!

- É mais saudável, porque somos nós que controlamos a quantidade de açúcar que adicionamos.

Convenhamos, leite de aveia não açucarado sabe a papel. E um alimento saudável não tem de ser sensaborão! Podemos adoçar a bebida de forma mais ou menos saudável, usando mel, geleia de arroz, xarope de açer, agave, stevia ou tâmaras. As minhas preferidas são as tâmaras, que são um adoçante natural bastante saudável. Uma embalagem de tâmaras secas descaroçadas (as recomendadas são as Medjool) anda à volta dos 2€ e dá para 4 litros de leite.

- Torna-nos mais independentes da sociedade de consumo que nos diz o que devemos fazer (mas isto é a minha veia Fuck Society e não vos quero dar sermões, pensem nisso, é só isso).

 

Material necessário

Um àparte: confesso que nunca sei como lhe chamar: leite ou bebida vegetal. Se não é correcto chamar-lhe leite, porque o leite vem de um animal, também me soa estranho chamar-lhe bebida, porque o uso em substituição do leite e tem um aspecto muito similar. Por isso, neste post optei por ir alternando a designação: leite ou bebida vegetal.

 

E do que precisam para fazer leite vegetal em casa?

Para além das coisas óbvias como os cereais/frutos secos, água, um recipiente para os demolhar e uma liquidificadora/robot de cozinha ou varinha mágica, convém arranjarem um pano de musselina ou um pano para coar queijo. Nós usamos um destes que mandámos vir (nem foi com este propósito), mas acredito que qualquer musselina sirva. Há outros panos bons à venda na eBay, como este. Como veem, não é caro.

 

Como fazer

É muito fácil. Depois de várias tentativas, cheguei à receita ideal do nosso leite de aveia:

 

100 gr de flocos de aveia para 1 litro de água

5 tâmaras 

 

Colocar tudo num recipiente e deixar de molho no frio durante a noite (ou, no mínimo, seis horas).

Depois passar/triturar bem e coar com o tal pano de musselina ou de queijo. Aqui têm de ter alguma paciência e ir espremendo o pano com as mãos até ficarem com uma pasta seca dentro do pano. O líquido que resultou é o vosso leite! 

 

Como já usámos tâmaras, não precisam de adoçar mais, mas nesta fase podem ainda acrescentar um adoçante a gosto. Para nós, esta proporção de aveia/água/tâmaras é perfeita. As miúdas também gostam e, como o bebem com os cereais, acho que nem sentem a diferença!

 

Dica: não precisam de deitar a pasta de aveia coada fora. Podem usá-la nas papas de aveia, desidratar para fazer farinha de aveia ou inventar um exfoliante natural de aveia juntando óleo de amêndoas doces, por exemplo. A pele fica super macia, acreditem em mim!

 

No outro dia, fiz leite de amêndoa, com amêndoas sem pele, mas não gostámos muito. O processo é o mesmo, mas desconfio que as amêndoas não eram da melhor qualidade e o leite ficou com um certo sabor a ranço. Vou continuar a fazer experiências, sabendo que tenho aquela receita-base do leite de aveia que resulta sempre!

 

Conservação do leite

Lá por não ser leite de vaca, não quer dizer que se estrague menos. Pelo contrário, devem ter os mesmos cuidados do que têm com o leite de vaca: guardar no frio e consumir no espaço de 4 dias. De qualquer foram, notam logo se o leite estiver estragado, também já testámos, ainda que sem querer...

 

Se não acreditam em mim, vejam o que o Jamie Oliver tem a dizer. A versão que está no último livro dele Receitas Saudáveis é muito parecida com a minha ;)

 

Agora fica a faltar a receita da granola!

Bolachinhas sem culpa

Hoje li, numa daquelas revistas femininas com conselhos e artigos para tudo, que aquelas pessoas que compensam as falhas emocionais com comida não têm, na verdade, culpa nenhuma de serem fracas de espírito. Têm, sim, falta de crómio. Não posso, nem quero, dar dados estatísticos que corroborem isto. Dá um jeitão pensar que, afinal, as minhas facadinhas na alimentação saudável não são culpa minha nem podem ser evitadas porque, afinal, a culpa é do crómio! Sendo assim, não foi de estranhar que hoje tenha dado uma facadinha no Whole30...

Apesar de estar um dia lindo (eu sou daquelas pessoas que se deixa afetar pelo mau tempo), estive de mau humor durante grande parte do dia. Começou quando os planos que tínhamos para o dia saíram furados e tivemos de nos contentar em ficar aqui pela zona. Eu, que trabalho em casa e estou sempre por aqui, ando sempre mortinha por ver caras novas e paisagens diferentes ao fim-de-semana. Por isso, a alteração de planos não me pareceu lá muito bem. Como se já não bastasse, durante o passeio improvisado que demos de manhã para aproveitar o sol, o meu iPhone caiu e o vidro do ecrã estilhaçou-se. Como podem calcular, o meu humor não melhorou... Depois ainda tive de ouvir o homem durante 10 minutos sobre a importância do relativizar e de não deixar que uma coisa tão tola como partir o ecrã do iPhone de 500 euros me estrague o dia. No fim, fiquei sozinha mais a minha descompensação, porque o homem tinha bilhetes para a bola. E o resultado foi este: bolachinhas de dois ingredientes, sem açúcar adicionado, sem glúten, sem lactose, mas com aveia, que está proibidíssima no Whole30! Não sei o que diz o programa sobre as facadinhas, porque não li essa parte, mas estamos a 3 dias do fim e, bom... pronto... paciência! Era pior se tivesse ido ao café comer um mil folhas. Eu nem gosto de mil folhas.

A parte boa se não comer doces há quase 30 dias é que estas bolachinhas, que só têm o doce da banana, me souberam a ginjas! Só ia comer uma para provar e acabei por comer umas três ou quatro. As minhas papilas gustativas nem podiam acreditar na sua sorte! As miúdas adoraram, eu fiquei mais compensadita e não sobrou uma para contar como foi. 

Bolachinhas de dois ingredientes



Ingredientes
Duas bananas maduras
Uma chávena de flocos de aveia
Para polvilhar usei coco ralado, nozes, miolo de amêndoa e flocos de milho (os preferidos da Inês)

Como fazer
Com  um garfo, reduzir as bananas a puré. De seguida, juntar os flocos de aveia e mexer bem até obter uma massa consistente.
Num tabuleiro com papel vegetal, colocar colheradas da massa em forma de bola. Decorar com coco ralado, flocos de milho (daqueles da Kellogg's ou semelhante), nozes partidas aos bocadinhos, miolo de amêndoa, canela, amêndoa em palitos, pepitas de chocolate e o que a vossa imaginação (e balança) vos pedir.
Vai ao forno pré-aquecido a 180 graus, durante 12 a 15 minutos ou até ficar tostadinho.

Por causa dos ingredientes que levam, não são bolachas estaladiças e no meio têm uma consistência mole e agradável, com o creme da banana a contrastar com os flocos de aveia sólidos... A melhor parte? Podemos comer o "pacote" todo sem sentir culpa! Bom, se não estiverem a fazer o Whole30, claro...

Pequenos-almoços com chia

Como já disse aqui, no âmbito do programa Whole30 os nossos pequenos-almoços têm sido bastante variados: desde omeletes a mousses de fruta feitas na hora, dos sumos verdes a uma espécie de overnight de sementes de chia com leite de coco e fruta. Este é o meu pequeno-almoço preferido e obviamente tinha de começar por ele.
O processo é igual às minhas queridas overnight oats, mas sem aveia, que está proibida no Whole30, mas que é adequada a quem quer seguir uma dieta sem glúten (apesar de na embalagem dizer que tem vestígios de glúten, é só por contaminação, a aveia não tem glúten!).

É saboroso, saudável e fácil de fazer.



Ingredientes para dois:

- uma lata de leite de coco
- quatro a cinco colheres de sopa de sementes de chia, dependendo se gostam mais ou menos espesso
- fruta aos bocados (nesta foto usei banana, tangerinas e laranja, mas podem usar qualquer fruta)
- uma mão cheia de frutos secos variados
- uma colher de sopa de sementes (por ex. girassol, abóbora, linhaça, sésamo e cânhamo)

Como fazer:

Na noite anterior, juntem o leite de coco com a chia. Agitem bem a lata de leite de coco, pois tende a solidificar. Depois de deitarem as colheres de sementes de chia, mexam bem para espalhar todas as sementes. Deixem repousar durante cinco minutos. Vão reparar que a chia tem tendência para se acumular no fundo do frasco. Por isso, é importante que nos próximos minutos vão mexendo ou agitando de vez em quando para não se criarem "coágulos" de chia. Ao fim de mais ou menos quinze minutos, está pronto para comer. Mas, para melhores resultados e mais sabor, aconselho vivamente deixarem no frigorífico durante a noite.

Na manhã seguinte, é só juntar a fruta, os frutos secos e as sementes. Se estiver muito espesso, podem adicionar mais leite de coco ou sumo de meia laranja. Os mais gulosos podem juntar um pouco de mel, geleia de arroz ou xarope de ácer, mas, a menos que tenham usado fruta muito ácida, garanto-vos que não é preciso.

Deixo-vos mais algumas receitas que tenho encontrado na net e que me têm servido de referência:

- Pudim de chia de limão com clementinas (feito, provado e aprovado!)
- Mousse de chia e framboesas (feito, provado e aprovado!)

E esta, que estou temporariamente proibida de fazer e provar, mas que me tem enchido o olho cá de uma maneira... Ia saber mesmo bem num dia de vento como hoje...


E vocês, querem partilhar comigo as vossas receitas?

A era pós-torradas com manteiga (ou o combate às banhas)

Teaser (daqui)

Farta das banhas acumuladas na gravidez, ando a tentar emagrecer. Já não tentava emagrecer há uns 6 anos quando fui diagnosticada com pré-diabetes - emagreci, mudei a minha alimentação, comecei a fazer exercício (nem sempre numa base regular) e reverti os valores para um estado de não (pré-)diabética. 1-0 para mim. 

Engravidei da Alice e a coisa descambou. Não só comecei a comer o que me apetecia (e apetecia-me tudo a toda a hora), como tive uma gravidez bastante sedentária devido à baixa forçada. É claro que os quilos a mais ainda se fazem sentir 4 meses depois do parto. Não estando gorda, estou com "aquele" pneu na zona abdominal e pernas que parecem claras em castelo. Como já não sou pessoa para me conformar com o meu corpo e não me escondo atrás da gravidez como desculpa para me desleixar (continuo a pensar mais ou menos da mesma maneira desde este post, se bem que não tão fundamentalista), iniciei uma dieta pró-amamentação com o início da Quaresma Infiel. Como estou a amamentar, não posso entrar em dietas extremas, mas posso perfeitamente cortar nas comidas processadas, no pão e nos doces, comer mais salada às refeições, fruta em vez de sobremesa, beber muita água e sumos verdes (diz que está na moda mas eu já os ando a beber há algum tempo), comer mais vezes durante o dia e menos de cada vez, e foi o que fiz. Comecei também a investir no exercício físico. Voltei a correr (ou mais ou menos), tenho tido treinos personalizados uma vez por semana que me deixam com um andar estranho durante cinco dias e estou agora a complementar este treino com aulas de ginástica localizada no ginásio e outros treinos que o PT me manda fazer em casa (que incluem coisas que parecem tão simples como saltar à corda, mas gostava de vos ver a saltar à corda durante oito minutos seguidos sem vomitarem os pulmões!). Todos os dias tenho dores musculares em alguma zona do corpo, mas a verdade é que já reduzi 2 cm de perímetro abdominal desde há um mês, portanto vejo estas dores como aliadas de um corpo esbelto e firme (haha!).

Mas eu gosto de comer. E, portanto, a comida na fase de emagrecimento tem de me saber bem. Começando com o pequeno-almoço, aquela refeição que nos deve dar energia para o dia, gosto de alternar e, principalmente, de ir para a cama a pensar no pequeno-almoço do dia seguinte. Isso nunca me aconteceu quando comia só torradas! E o pequeno-almoço que mais me faz salivar (literalmente) são as overnight oats. Ou seja, papas de aveia com iogurte e fruta em camadas preparadas na noite anterior (o que ajuda a ir para a cama a pensar nelas), uma espécie de trifle de aveia saudável. Já experimentei várias receitas, mas tenho-me mantido fiel à mesma receita básica que já não sei se fui eu que inventei se vi em algum lado. Como nenhuma das minhas experiências ficou dignamente fotografável, a coisa parece-se mais ou menos com isto

imagem do Pinterest

[e faz-se assim:

2 colheres de sopa de aveia
leite vegetal para cobrir a aveia
1 banana pequena
1 iogurte grego natural (ou outro qualquer)
5 ou 6 framboesas (ou outra espécie de fruto silvestre)
frutos secos (noz, amêndoa, avelã e caju, 2 ou 3 de cada qualidade) e/ou bagas góji
Xarope de agave (ou de áçer ou mel) por cima dos frutos secos

Juntar a aveia com o leite no fundo do frasco, depois juntar os ingredientes em camadas pela ordem da lista de ingredientes (primeiro a banana, depois o iogurte, etc.) sem mexer (esta parte é importante) e reservar 6-8 horas no frigorífico.]

Fica delicioso! Vão por mim: é de comer e chorar por mais. Logo de manhã recebo assim a minha dose de fruta, cereais e energia para uma manhã proveitosa.

Mais receitas de overnight oats aqui e a receita base.
Outras imagens de babar no sítio do costume.

Se tiverem interesse, posso escrever sobre os ditos sumos verdes de que toda a gente fala agora. Se não tiverem interesse, escrevo à mesma que de democracia não reza a blogosfera.