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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Em 2013 quero

Dar um mano à Inês. Tem de ser mano, já temos nome e a nossa relação é capaz de não resistir a um novo processo de selecção de nomes femininos.
Ahah. Estava a brincar. Simplesmente se for menina, devolvemos.

Mas se não engravidar para o ano nada se perde. É da maneira que vou, enfim, fazer a corrida da ponte efectivamente a correr e como não faço a coisa por menos, não vão ser uma nem duas mas três, três corridas de menos de 10 km num ano. Sou uma doida.

Além disso quero ganhar o Euromilhões. E digo isto com convicção e não como muito boa gente que anda para aí.

Fora isso, não é preciso mudar muita coisa na minha vida, que vamos andando muito bem assim.

Bom ano! Prometo distribuir um milhãozinho pelos amigos! Ou pensavam que a ricalhaça se esquecia dos amigos?

A tia

Ia começar por dizer que este Natal foi diferente, mas os parágrafos imediatamente a seguir são capazes de o desmentir. Comi a mesma quantidade imbecil de comida e gastei a mesma quantidade imbecil de dinheiro em presentes (sim, fui eu que fiz as prendas e consegui fazer todas as que me propus, mas no último instante fui assolada pela sensação igualmente imbecil de que não chegavam), andei de um lado para o outro como uma barata tonta, almoço aqui, jantar ali, lanche acolá, porque a família já vai sendo uma só família muito grande e está espalhada num raio de 80 km, o que, podendo ser pior, é uma distância demasiado longa para percorrer na madrugada do dia de Natal, nós e mais 3 milhões de portugueses. Mas ia dizer que este Natal foi diferente. Reformulo. Este Natal vai ficar para sempre no meu coração. Sim, é isso.

Primeiro porque neste Natal a minha filha, do alto dos seus dois anos recém-feitos, mas muito avançada para a idade, como se sabe, honrou-nos com a sua presença (o ano passado adormecera às oito da noite qual menino Jesus já exausto do seu destino) e aguentou estoicamente a noite sempre a desembrulhar presentes. A birra só veio quando lhe quisemos tirar o kit de pintura das mãos. Go figure.

Depois porque este natal teve sabor a reencontro. Um reencontro que eu não sabia que me ia emocionar tanto até ao momento da sua ocorrência. Se o tivesse antecipado, ter-me-ia munido de uma quantidade imbecil de Kleenex, tal foi a choradeira.
Assim que a vi, à minha tia, de cabelo arranjado como só a outra geração consegue, e os anos que não passaram pelos quilos, olhos expectantes a varrer a sala à procura das caras que não via há demasiados anos (se a memória não me falha, conto mais de dez), levantei-me e abracei-a, de olhos marejados e com vontade de não a deixar fugir mais, de pedir desculpas por me ter deixado embalar em quezílias alheias, por ter cultivado o descontacto que não fui eu que provoquei, por ter passado demasiado tempo sem desistir de abraçar uma causa que não era a minha. Em jeito de pedido de desculpas de parte a parte, abraçámo-nos várias vezes ao longo da noite, abraços sentidos e comovidos, redescobrindo uma cumplicidade que, afinal, sempre lá esteve.

Se há coisa que aprendi ao longo deste ano é que não podemos vestir a camisola das nossas mães, não podemos assumir a culpa pelos seus erros e inconveniências e temos de passar a aceitar a distância que nos faz ser pessoas diferentes, pessoas que, sem nunca termos deixado de as amar, às nossas mães, a dada altura nós, as filhas, escolhemos seguir o nosso próprio caminho.

E foi assim que passei a noite deliciada com o riso fácil da minha tia, com a sua jovialidade e simpatia, imersa numa vontade imensa de recuperar o tempo perdido e passar a visitá-la como se nunca tivesse deixado de o fazer.

ebay

E a prenda para o homem que não há meio de chegar, apesar de a ter encomendado com antecedência suficiente para evitar que isto acontecesse?

Para o Natal quero uma caixinha de Xanax, por favor


A Mum´s The Boss definiu o Natal em "8 Maravilhosos Pontos" os quais passo a citar aqui porque servem que nem uma luva, especialmente o último ponto.

1.Momento do ano em que dizemos ‘ai que nervos!’ às filas em todo o lado.

2.Momento do ano em que prometemos que ‘para o ano é que é, vou reduzir a lista de presentes’.

3. Momento em que percebemos que a ceia de Natal não é como nos filmes! Há sempre aquela personagem conflituosa (um tio, uma avó, um primo…) que vai dizer qualquer coisa pouco elegante… Há sempre aquele momento em que o teu filho pode fazer uma alta birra porque sim!

4. Momento do ano que é igual a uns kilos a mais. So what? Ainda temos uns 5 meses pela frente para fazer uma dietazinha… Ó pá, come com moderação, mas que te saiba bem e que não te recrimines. Afinal é uma vez no ano! Deixa os regimes para Fevereiro.

5. Momento do ano em que recebemos presentes feios e não sabemos o que lhes fazer.

6. Momento do ano em que dizemos ‘detesto este consumismo desenfreado’ e olhámos para a nossa lista de presentes e não sabemos bem o que lhe fazer…

7. Momento do ano em que, segundo as estatísticas, as zangas entre os casais acontecem 15 dias antes do Natal…

8. Momento do ano em que apetece desacelerar mas afinal andamos mais exaustos do que nunca!

Começo a achar, ou já acho há algum tempo, que foi um grande disparate ter decidido costurar prendas para toda a gente e que o minimalismo também se deve estender ao espírito natalício. O maior disparate de todos é ter começado a sonhar que as pessoas vão odiar as minhas prendas e submetê-las a um minucioso exame na expectativa de encontrar linhas tortas e pontos lassos, só para as poder enfiar numa gaveta e nunca mais se lembrarem delas.
Estou basicamente em pânico.
Por-que-é-que-ninguém-me-espancou-quando-tive-esta-bela-ideia?

Tanto barulho

Ao tentar explicar-lhe porque é que a comida não estava já pronta, pois ainda tinha de aquecer, comecei a raciocinar com ela para que parasse a birrinha.

- De onde é que o papá tirou a comida?
- Daqui. (e aponta para o frigorífico)
- E onde a pôs?
- No forno.
- Pois foi. E o que é que o forno faz?
- ... Faz barulho!

Eu sei que não devia, mas não contive a gargalhada. Demasiado fofo!

Fim-de-semana artesanal

Então, lá desisti dos sabonetes. Em vez disso, fiz um écharpe com apliques, cuja foto não vou colocar aqui porque preciso mesmo de continuar convencida que está muito giro e digno de oferecer à sogra. De resto fiz praticamente todas as prendas, tirando uma para o pai, porque já não tive forças de me pôr a pintar madeira, e a bolsa para a cunhada, porque houve sempre alguma coisa que correu mal nas duas que fiz. Além disso, para grande desgosto meu, os tecidos de capulana que trouxe de Moçambique revelaram ser de péssima qualidade....
Cheira-me que vou ter mesmo de espreitar aqui para fazer uma coisa decente do princípio ao fim. Ainda tenho 5 dias, tudo é possível!

Ora, os resultados foram mais ou menos estes:

A bolsa (uma das) que não ficou tão bem como parece.

 

Os preparativos para a festa dos dois anos da filhota, cuja decoração ficou a meu cargo, mas como me embrenhei demasiado nas prendas de Natal, acabei por não conseguir delinear um tema para a festa. Portanto, vai ser o tema dos retalhos e do que há cá por casa!

 

Os marcadores de livros para oferecer a montes de gente.
5 já foram, que isto é tudo gente culta e letrada.

 

O porta-lápis para oferecer ao amiguinho-surpresa na escola, no dia da festa de Natal. Podia ter comprado qualquer coisa, mas quis ver quanto tempo demorava a fazer um. É que o plano inicial era fazer 14 para distribuir nos party favour bags que ainda vou ter (help!) de preparar para a festinha de anos da Inês na escola. Resultado: decidi simplificar! O homem vai fazer umas coisas desidratadas e eu...
...vou ao chinês!

 

O raio das pegas para a avó e para a tia.

 

Os saquinhos de alfazema que ainda vou ter de encher. Sem stress, ainda tenho 5 dias!

 

A malinha para a prima de 6 anos. Pronto, acho que esta ficou gira!

 

Os passarinhos para o móbil que custaram a encher comó raio para o mais novo membro da família que vai nascer em breve.

 

A bolsa para a mãe que, segundo já me disseram, tem um ar assim "esquisito" e não serve para pôr nada (visão masculina da coisa, vale o que vale). Eu cá achei o molde super fácil de fazer...
 
De modos que depois de tudo isto em 2 dias estou com uma grande dor de pescoço.

Limpeza facial

Uma das maneiras que arranjei para lhe conseguir lavar a cara de manhã, a bem, foi iludi-la com os cremes que ela, já com uma feminilidade exacerbada em algumas coisas, adora esfregar pelo corpo! Já por várias vezes tive de a pôr debaixo da torneira para tirar os quilos de creme que espalhou pelo corpo enquanto eu me distraí 2 minutos. Aconteceu o mesmo com o batom, que eu nem sequer uso, mas que por acaso tinha, e ela fez por assegurar que não o voltaria a usar...
Portanto, sento-a na bancada da casa de banho e iniciamos as duas o processo de limpeza, tonificação e hidratação do rosto. Depois de lhe lavar a cara, que digo ser essencial para pôr o creme, e de lavar a minha também, que ela não faz nada que a mamã não tenha já feito, passo-lhe para as mãos o disco de algodão embebido em água tónico. Depois disso é que vem o creme, que no caso dela é um creme biológico-ecológico-super inofensivo, mas que ela não sabe e pensa que é o creme das rugas sedoso da mamã. Adora abrir e fechar o frasco e deitar o creme nas mãos ("Muto, mamã, muto!") e espalhá-lo no rosto. A cara não fica suficientemente hidratada enquanto não repetir o processo pelo menos umas cinco vezes.
Hoje de manhã estávamos nós nisto, quando o gato entra na casa-de-banho, ela olha, fica a pensar, e depois diz:
- Mamã põe cuéme*, Inês põe cuéme... E o gato?

Desgrenhada

Hoje, por vários motivos que não vêm agora ao caso, decidi não tomar banho de manhã, vesti o fato de treino a roupa da ginástica e planeei tomar banho à hora de almoço. Só que à hora de almoço acabei por ter um imprevisto e não tomei banho. Continuo com a roupa da ginástica. O cabelo meio oleoso. O hálito a saber a alho de qualquer coisa que comi durante o dia e não há meio de desaparecer mesmo depois de já ter lavado os dentes umas 6 vezes. O pai da minha filha tem um jantar de Natal e, portanto, sou obrigada a ir buscá-la à creche sem tomar banho e está-se mesmo a ver que também não vou mudar de roupa. Além disso, resolvi ir com ela fazer recados (ou, basicamente, cansá-la que está numa idade difícil). De modos que está-se tudo a preparar para que, no meio dos recados, encontre alguém do passado ou do presente que me vai imediatamente fazer-me sentir miserável na minha roupa da ginástica. Uma figura pública, um ex-namorado ou, pior, aquela cabr* do 9º ano que andava sempre a competir com as minhas notas e era gira como a porra!
"Coitada. Teve um filho e desleixou-se tanto. Estas gajas não se sabem cuidar. Quem a viu e quem a vê."
Pronto, vou buscar a gabardine e os óculos escuros. Ou, melhor.


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