Já ouvi muitas histórias de malta que escolhe o nome dos filhos só depois de eles nascerem. Nunca pensei que, chegada às 34 semanas, ainda não tivesse esta questão resolvida, mas é a mais pura das realidades. Não é que eu não tenha um nome escolhido e preferido, porque já toda a gente está farta de saber
qual é. O pior tem sido acertar num nome de que ambos os progenitores gostem.
Para me inspirar, há tempos saquei uma
app com todos os nomes permitidos em 2010 (a
app chama-se SobreNome Optimus) e que me possibilita marcar os favoritos e criar, assim, a própria minha lista Top 19 (o desespero já é grande). O pior é que, tendo já percebido que tenho mesmo de
tirar o cavalinho da chuva com Alice, não há nome nenhum que me encha as medidas. Até mesmo os nomes que tinha como segunda e terceira opções (Clara e Rosa) me parecem agora absolutamente desinteressantes e descontextualizados. O outro nome a que já me tinha vindo a habituar, Rita, foi recentemente posto fora de combate e sinto que, às 34 semanas, voltámos à estaca zero.
De modos que voltei a pegar na
app e a refazer a minha lista. Daí resultaram 19 nomes favoritos, dos quais constam coisas esquisitas como
Selma, que juro que não sei como lá foram parar. Mas é claro que me diverti imenso a percorrer a lista. Encontrei nomes que, de tão descabidos, chegam a ser engraçados e, se formos a ver bem, a pessoa é que faz o nome e não há nome nenhum a que não nos habituemos! Por exemplo, quem não gostaria de ter uma filha chamada Agonia (nas suas imensas variantes tipo Carla da ou Maria da), Anália ou Auxília, a Samaritana? Coisas impronunciáveis também estão no cardápio como Basilissa, Carsta ou Lízie. Depois há o grupo das Marias-Vão-Com-Todos, como Libertária e Marquesa (aquela das massagens). Curiosamente,
Marilú não consta da lista, vá se lá perceber porquê.
Há ainda o rol das meninas que se adivinham muito viajadas, como Ásia, Argentina, Índia e Oceana, ou aquelas cujos pais querem fazer render desde o berço e que lhes dão nomes de marcas, pensando eles ganhar alguma compensação monetária com isso, como Mimosa ou Séfora (como sugeriu um amigo meu há pouco tempo, Milupa também havia de ficar bem). Os abomináveis nomes transferidos a papel químico do brasileiro, como Vanderleia e Iracema, do alemão, como Ingeborga, do hebraico, como Hadassa, ou do raio-que-o-parta, como Quaiela, já me aumentam a azia.
Os exemplos são muitos e podia estar aqui o dia todo, mas o tempo urge e, por isso, prefiro dedicar-me intensamente à minha lista sensaborona de nomes comuns e tentar ter uma epifania, ou fazer o pai ter uma epifania, com um nome qualquer legível e pronunciável à primeira, preferencialmente com quatro ou cinco letras, que não seja demasiado linha-de-Cascais (coisas como Concha estão fora de questão) e que fique assim a meio da lista das presenças, que isto há que ser prático.