A minha
osteopata, que é uma senhora toda dada às espiritualidades, ofereceu-me ontem a massa do
bolinho das Carmelitas, que tenho de tornar em bolo seguindo umas indicações meio suspeitas e dar a três pessoas, caso contrário vou ser pobre, azarada e enferma o resto da vida.
Eu, que não acredito em nada disto, também sou muito boazinha e não fui capaz de recusar tamanhos votos de saúde e alegria. Até me deu a provar uma fatia do bolo, que eu não achei nem bom nem mau, mas que comi com gosto porque calhou à hora de almoço.
Trouxe o frasquinho para casa a pensar no que ia fazer da minha vida e ainda me ri com o homem cá em casa à conta da senhora (que já não é a primeira vez que me põe em trabalhos destes, mas isso fica para outra altura).
Ironicamente, nessa mesma tarde comecei a ter dores de barriga e náuseas (aliadas às náuseas dos excessos do fim-de-semana), vontade de ir à casa de banho e muita diarreiazinha. A coisa não melhorou à noite. E, neste momento, encontro-me a trabalhar agarrada ao penico e a pensar quando é que aviso o meu chefe que não dá mais, tenho mesmo de me ir deitar, depois de passar ali pela casa-de-banho outra vez.
Não sei se foi de ter feito pouco das estrelas ou se foi um puro acaso, mas isto de ter comido um bolo que é suposto trazer-me sorte e saúde (saúde!) e ter trazido para casa a respectiva massa para dar a outros e ter a seguir ficado com uma grande caganeira, é caso para pensar se não está aqui alguma coisa trocada. Eu faço o raio do bolo, ok? Eu faço!