Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Coisas da idade

Acho que o primeiro sinal de que estamos a ficar velhas, muito mais do que os cremes para as rugas, a incapacidade de aguentar ressacas ou as dores nos ossos, é quando deixamos de saber a nossa idade.

- Tenho 35. ... Ai, não, espera... 34. Ai, não sei... Oh, meus Deus! Em que ano estamos?

Contas feitas, é triste já estar assim aos 34.

Calendário do Advento - DIY


O Advento começa na próxima segunda, dia 1 de Dezembro. Como tal, ainda vão a tempo de fazer o vosso próprio calendário do Advento durante o fim-de-semana. O nosso já está mais ou menos pronto, só falta um ou outro retoque que vou concluir no fim-de-semana. Tendo em conta que ia cosendo duas janelinhas por dia, até nem levou muito tempo a fazer. É bastante simples de executar, muito económico e ocupa pouco espaço. E nem é preciso ter máquina de costura. Podem fazer a mesma variante com cola especial para tecido. Vejam aqui um exemplo parecido ao meu, mas usando feltro e cola.

O que eu usei:

- Um rectângulo de feltro suficientemente largo e alto para caberem cinco quadrados de largo e cinco ao alto.
- Um pacotinho de 24 corações em feltro numerados que comprei na At Home Hobby
- 24 quadradinhos de retalhos que tinha cá por casa
- Fitas de viés decorativas com motivos natalícios que cosi nas margens superior e inferior
- Cola para tecido
- Linha ou lã para pendurar
- Fita adesiva bilateral para colar para reforçar a adesão na parede



Como fiz:

1. Cortei 24 quadrados de tecido a partir de um molde pré-feito; para não ter de fazer bainhas, cortei as margens com uma tesoura zig zag.



2. Cosi os 24 quadrados ao rectângulo de feltro, deixando a parte de cima aberta.



3. Cosi duas fitas de viés às margens superior e inferior.

3. Colei os corações aos quadrados.




4. Apliquei uma fita de linha para pendurar na parede, mas o resultado não saiu como esperado e tive de reforçar com fita adesiva com face bilateral daquelas que, dizem eles, não estraga as paredes ao retirar. Mas ainda não estou satisfeita com o resultado. Acho que com o peso das surpresas que vou colocar dentro das janelinhas, aquilo vem tudo abaixo... Sugestões?



Ainda me falta aplicar qualquer bonecada ali no espaço deixado ao lado do 24. A Inês sugeriu um Pai Natal, porque... afinal, é Natal!

Não é nada de especial, mas não tem de ser. É para uso próprio e tem todas as falhas que se esperam de alguém que foi cosendo aos poucos com uma das filhas agarrada às pernas...



E o que colocar nas janelinhas? Este ano tentei fugir aos doces e chocolates e arranjei outros artigos pequenos que coubessem nas janelinhas sem estragar a surpresa e que fossem do agrado de uma miúda super feminina de 4 anos. Assim, vou alternar um chocolate com um não chocolate, como por exemplo:
- Ganchinhos
- Elásticos para o cabelo com bonecada
- Colares ou pulseiras
- Figuras Lego
- Borrachinhas com formatos engraçados
- Um bloco de post-its em forma de coração para ela ir colando bilhetinhos pela casa
- Plasticina (mas essa não cabe...)
- Um batom de brilhantes próprio para a idade
- Autocolantes

É claro que isto são só algumas ideias. Consoante a criança que tiverem em casa, podem lembrar-se de outras coisas. E por essa Internet fora há imensas ideias, como estas. Pessoalmente, gostava que um dia alguém se lembrasse de me fazer este calendário de Natal. Just sayin...

E agora vá, seus preguiçosos, toca a pôr mãos à obra este fim-de-semana! E... bom Advento!

Aldeia

Para tratar de uma questão relacionada com o contrato do gás, entrei numa espécie de loja de electromésticos. Percebi logo que estava mal, não podia ser ali. Lá ao fundo, duas secretárias com duas senhoras que olhavam para mim. Entrei a medo e, entre aspiradores e máquinas depiladoras, perguntei se era ali que podia tratar de assuntos relacionados com o gás. Era. Convidaram-me a sentar e lá fiz o que tinha a fazer, de olho nos aquecedores a óleo atrás de mim. Durante o tempo que esperei houve várias pessoas a entrar para trocar a bilha de gás ou comprar resistências. Depois de concluído o processo, coloquei uma questão à qual a senhora não me soube responder. Foi chamar o chefe de secção ou gerente de loja, não sei muito bem como lhe chamar, que veio ter comigo e me cumprimentou efusivamente, como se andasse comigo no ginásio. Catano, e não é que andava?

(Já referi que a minha instrutora do ginásio é mãe de um coleguinha de escola da Inês?)

E é assim que viver nesta terra destrói qualquer tentativa de anonimato. Por outro lado, vejamos o lado prático: não há muita gente que se possa dar ao luxo de, num só sítio, poder pagar o gás e comprar um ferro de engomar.

Aposto que, quando precisar de ir tratar do contrato da água, vou encontrar o professor de natação da Inês. Ou, quem sabe, a minha nova empregada doméstica? Ah, espera. Essa já trabalha na agência de viagens!

Logo se vê

Já comecei um post a falar sobre o primeiro aniversário da Alice, que já passou, e em como ela já tem grandes conversas connosco, mesmo sem ninguém perceber o que ela tanto diz, ou como ela já levanta o pé para lhe calçar o sapato ou ainda como ela gosta de fugir de mim, de rabo desfraldado, na hora de vestir. Acabei por desistir. Depois comecei um post a contar tudo sobre o calendário do advento que estou a costurar e sobre ideias não comestíveis para colocar no calendário que agradem à Inês e não lhe provoquem cáries. Mas isso coincidiu com mais um ciclo de terrores nocturnos da mais velha que têm tornado as nossas noites numa viagem pelo comboio fantasma, quando ele ainda era imprevisível e metia respeito. Acabei por desistir. Depois comecei outro post sobre qualquer coisa tão importante que já não me lembro o que era. Acabei por desistir.

A verdade é que não sei que rumo dar a este blogue. Se por um lado nunca ninguém cá vem e quando vem, raramente comenta, o que me podia dar a liberdade para falar livremente, por outro lado sei que me lêem pessoas com quem não me apetece partilhar certas coisas. Já vi blogues acabarem por menos. E depois há a questão do tempo, que não sei como certa gente faz, com filhos e trabalho que é o que, vai-se a ver, me sucede a mim, para ainda arranjar tempo para escrever três posts por dia. Se eu já nem três posts por semana... Já lá vai o tempo em que me aborrecia no trabalho e roubava o tempo às traduções para escrever umas linhas aqui, umas linhas ali. Agora cá vai o tempo em que não me apetece roubar tempo nem às traduções, nem ao ginásio, nem às filhas, nem ao sono para escrever umas linhas onde quer que seja. Já vi blogues desfalecerem por menos. E depois é esta mania que a malta tem de ter blogues para se mostrar ao mundo, olhem tudo o que eu faço e roam-se de inveja da minha vida pastel e das minhas festas de aniversário tão Pinterest e da mãe espectacular que sou e das coisas giras que faço ao fim-de-semana e da puta que o pariu que são tão fixes que metem nojo. Porque eu não sou fixe, a minha vida mete formigas e chuva a entrar por baixo da porta, tenho sempre a casa desarrumada e o cabelo preso num elástico porque odeio o corte, o meu fim-de-semana é muitas vezes passado a pensar na segunda-feira de manhã em que volto a ter a casa em silêncio, despedi a mulher a dias mas menti-lhe porque não tive coragem de lhe dizer que ela não sabe limpar, e, agora é que são elas, sou uma péssima mãe que não sabe lidar com uma criança que não adormece e que às vezes se esquece de fazer sopa para a mais nova. Até este post estou a escrever, só com uma mão, com a mais nova enrolada no meu colo entre ranho e dentes, vejam lá até onde se estende o glamour.

Mas se calhar é disto que a malta gosta, de vidas sem glamour. Talvez para se poderem sentir acompanhados (riso maquiavélico).

Sinto-me desencantada com este blogue, essa é que é essa. Acabar este e começar outro para fugir às pessoas seria mais infantil do que despedir a mulher-a-dias e não lhe dizer a verdadeira razão por que o faço. Acabar este e começar outro para fugir a mim mesma também seria estúpido porque a Polliejean não pode ir para lado nenhum. Por isso, não estranhem se deixarem de me avistar por uns tempos. Mas também não estranhem se continuar a escrever com a mesma (ir)regularidade por uns tempos. Porque como não sei o que fazer, é ir andando ao sabor da (des)vontade.

É mais ou menos assim: logo se vê.

Bruxelas - Guia rápido para visitas rápidas

A avaliar pelas fotografias a seguir, parece que fomos a Bruxelas só para comer. Não fomos. Mas a verdade é que as nossas escapadas a dois acabam por ter uma vertente muito gastronómica e preferimos gastar o dinheiro e passar o tempo na restauração local e a vaguear pelas ruas do que propriamente em museus. Humm... O que é que isto diz de nós?

Adiante.
Bruxelas é uma cidade pequena e em dois dias está vista. Mas tem um vibe fascinante que me apanhou de surpresa. Adorei o ambiente, sempre muita gente na rua e aquela arquitectura típica da Europa Central. Às vezes esquecia-me e pensava que estava em Amesterdão (mas não digam isso a nenhum belga!). Outras vezes esquecia-me e pensava que estava em Berlim. Basicamente, acho que me senti em casa!

A não perder:
- as gofres, o chocolate, a cerveja, as gofres, o chocolate, a cerveja, assim em duplicado, não necessariamente por esta ordem.
- uma voltinha na rede de bicicleta Villo! (toda a info aqui)
- as Moules (prato típico)
- passear pelas ruas do centro, entrar nas lojas, sentar num pub típico, sentir o espírito da cidade, vaguear ao sabor da multidão (e do cheiro a gofres).


A desilusão do Atomium. É bonito chegar até lá, especialmente se o fizerem de bicicleta, mas chegando lá, tirem meia dúzia de fotografias e vão à vossa vida que o tempo que se perde nas filas não compensa a visita.

Uma pausa para um balde de café que nos aquecesse as mãos.

Diz que na cervejaria Delirium há 2000 cervejas prontas para consumo. Ficaram a faltar-nos 1998...

Uma breve paragem para fotografias junto ao canal. A bicicleta faz parte da rede de bicicletas Villo! disponibilizada pelo município ao preço da chuva. Uns 1,60 euros por 24 horas... É capaz de ser o único serviço barato na cidade...

A Grand Place e os seus cinco mil turistas.

Sim, é um leão de chocolate. Numa das duzentas chocolaterias que visitámos.

Comida vietnamita em Bruxelas? E porque não? Mas a ser, vão ao Hong Hoa que é simplesmente divinal, a um preço acessível e com wi-fi gratuita.

Até voltámos segunda vez.


As famosas Moules, ou mexilhões, com todo o tipo de molhos possíveis e imaginários. Bons, mas bons. No Chez Leon.


Pronto, e nas pausas claro que há isto. Enjoativas, como se querem.


Por aqui vai tudo bem

Houve um dia esta semana em que, entre as 10:02 e as 10:05 (não são horas ao calhas), recebi 3 pedidos de trabalho volumosos. Nos primeiros cinco segundos fiz aquilo que qualquer freelancer que acabou de entrar no mercado faria e que se assemelha a algo parecido a uivar de alegria, mas isso foi só até ao sexto segundo em que me caiu a ficha e me lembrei que afinal sou só uma e, sendo só uma, dificilmente me conseguirei desdobrar em mais. É claro que não pensei por um segundo que fosse em recusar nenhum dos trabalhos. São daqueles clientes que pagam e pagam bem, por isso fiz o que qualquer freelancer inteligente faria: tremi um pouco, limpei o suor e pus-me à procura de gente para me ajudar dentro da minha rede de networking, a qual revelou ser surpreendente. No final do dia já tinha cinco pessoas disponíveis para me ajudar, que distribuí pelos vários trabalhos e com quem foi muito fácil acertar tarifas e condições. Duas delas já me enviaram as suas partes com uma qualidade bastante acima da média e as outras têm vindo a dar-me feedback do seu progresso com uma dedicação que não esperava.
Chama-se a isto outsourcing ou necessidade urgente de criar um ficheiro com co-workers e NIBs para pagar a esta gente e um sistema que me lembre dos dias em que acabam os prazos de entrega, porque isto com agenda e post-its já era.
Se calhar temos de fazer um site, diz-me ele.
De modos que isto vai.

Coisas de vestir feitas à mão - Poncho em crochet

Nunca pensei ficar contente por ter chegado o frio, mas ontem vesti pela primeira vez o meu primeiro poncho feito à mão, que é também a primeira peça acabada e rematada que já fiz em crochet.


A satisfação de vestir uma coisa feita por nós é enorme e este poncho é tão fácil de confeccionar que qualquer estreante em crochet o pode fazer. Baseei-me neste modelo de um revista de crochet (quem quiser pode pedir-me a receita do modelo),


mas achei as explicações muito confusas e decidi simplificar a coisa. Foi mesmo muito simples de fazer e com a escolha da lã adequada e de cores bonitas fica uma peça bem gira.

Quanto à lã, comprei dois novelos de cada cor da Schachenmayr Boston, mas isto foi porque a comprei antes de fazer o workshop de tricot com a Rosa Pomar e saber tudo sobre as várias lãs portuguesas 100% de algodão, fiadas e tingidas por processos artesanais e obtidas de ovelhas bem portuguesas que andam soltas, felizes e são tosquiadas por processos que não as magoam, que há à venda na Retrosaria (exemplos: Beiroa, João, Zagal...). A lã que comprei antes de saber isto tudo é alemã, 70 % de acrílico, feita sabe-se lá onde (sabiam que a nossa marca Rosários manda vir a lã da Nova Zelândia? ah pois...) e sabe-se lá de que ovelhas tristes e mal tratadas. Mas isso sou eu que ligo a estas coisas. De qualquer maneira, precisam de, pelo menos, 100 gr para o tamanho M.

A receita é mais ou menos assim:

1. Façam um círculo de correntes que caiba na vossa cabeça (no meu caso, fiz cento e tal, mas como não anotei, já não me lembro...), prendam na primeira corrente com um ponto baixo. Convém ser múltiplos de quatro, um número par, portanto, para bater certo e conseguirem uma assimetria entre a parte da frente e a parte de trás.
2. 1.ª volta: façam a seguinte sequência: 1 pau em cada um dos 3 pontos seguintes, 1 corrente e salta um ponto, consecutivamente até ao fim. Deverão terminar com uma corrente a unir ao primeiro pau que fizeram. Portanto: 3 paus em 3 pontos, respectivamente, 1 corrente e salta um ponto (são 4 pontos no total, 4 pontos da corrente anterior).
3. 2.ª volta: no primeiro espaço de corrente da volta anterior, façam 3 paus. Depois, uma corrente e novamente 3 paus no espaço de corrente anterior. E assim sucessivamente até chegarem ao ponto onde querem fazer os aumentos, atrás e à frente (tem de ser simétrico). Aí têm de fazer um aumento: 3 paus + 1 corrente + 3 paus no mesmo espaço de corrente. Fazem isto duas vezes, atrás e à frente. Faz uma espécie de V.
Não sei se me consigo explicar bem, não estou nada habituada a ensinar crochet, mas espero que dê para perceber melhor por esta foto:


4. Para as restantes voltas, ir trocando de cor e fazer sempre o mesmo processo descrito em 3. Usei 6 cores que alternei a partir de uma sequência definida. O rosa é a cor predominante que serviu para o decote e o cós. O tamanho é a gosto. No meu caso, fiz 4 sequências de cores + 1 volta, portanto 25 voltas, começando e terminando com o rosa.

5. No cós fiz um picô de pontos duplos e baixos e no decote fiz uma espécie de canal para passar uma trança de fio rosa para acomodar melhor ao decote, mas que é perfeitamente dispensável se fizerem o decote à vossa medida, sem ficar demasiado largo.

6. No final, para rematar as pontas, usem de toda a vossa paciência, munam-se de um copo de vinho ou aluguem mãos alheias. É que rematar pontas é mesmo a parte pior.

Ah, já me esquecia: usei uma agulha 8!




Entretanto, não resisti e já comecei a fazer um igual para a Inês, com a lã que sobrou e outras cores mais infantis. Para o tamanho de 4 anos, fiz 64 malhas para o círculo do decote.



Entretanto, já decidi que a Alice também merece, coitada, mas como ainda é bebé vai ser com a lã João, daqui, 100% de lã  e 100% portuguesa, e umas cores tão doces que vou querer estar sempre a apertá-la.

Quem quiser ir acompanhando este projecto, ou simplesmente para cuscar a minha vida, podem ir ao meu Instagram que lá levantei a censura.