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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Treino

Ultimamente, quando chego a casa de ir buscar as miúdas ao colégio, ganhei o hábito de ir para o quarto das brincadeiras/costura, em vez de ir para a sala ou a cozinha fazer sabe-se lá o quê, como o jantar.
É óbvio que elas (ainda) preferem estar onde eu estou e, embora no início fosse um pouco caótico, agora conseguimos estar as três a fazer coisas diferentes, numa harmonia inusitada. Quando digo "estar as três a fazer coisas diferentes" quero dizer que não estou com nenhuma ao colo e que consigo, efectivamente, fazer as minhas coisas (quase) sem interrupção: eu costuro ou simplesmente arrumo os meus tecidos (o que pode ser igualmente relaxante), e elas, cada uma à sua maneira, brincam com as suas coisas. Ainda não brincam muito juntas e, quando acontece, acaba sempre com alguma a chorar ao fim de dois minutos, por isso prefiro assim. Tanto que, num dia normal de trabalho, isto é, num dia em que não tenho mesmo tempo nenhum para descer cá abaixo sorrateiramente e tirar o pó à máquina, é dos poucos momentos do dia/da semana em que consigo costurar alguma coisa. De vez em quando, a Alice vem agarrar-se à minha perna, eu dou-lhe um beijinho e logo lhe desvio a atenção para outro brinquedo muita giro, enquanto a Inês pinta ou desenrola uma daquelas cenas de faz-de-conta de que gosta tanto. É relaxante. Harmonioso. Perfeito.

Esta cena pacífica, harmoniosa, perfeita costuma durar... dez minutos. Mas hoje durou vinte! O meu objectivo é treiná-las para que me deixem estar ali duas horas.
Presumo que daqui a cinco anos consiga.

Da sensibilidade

Diálogo anos balneários da piscina:

Eu: Inês, porque é que não quiseste dar mergulhos?
Inês: Porque me entra água para o nariz.
Eu: Mas o professor já te ensinou um truque para isso. Tens de aprender a mergulhar para, no Verão, poderes dar mergulhos na praia.
Inês: Mas eu não quero dar mergulhos no mar. Há tubarões!
Eu: Não há nada. Eu já te expliquei que na praia de Sesimbra não há tubarões.

Diz a senhora que estava ao lado a vestir o neto:
- Ai, há, há! Ainda no ano passado apareceu um no Cabo Espichel, não viu as notícias? E o meu irmão, que faz mergulho, também já viu um tubarão martelo. Ai não que não há tubarões...

Ele há gente que tem uma sensibilidade inata, disso não há dúvida.

Os animais são nossos amigos

Acabei de apanhar, na minha cozinha, uma espécie de mini-escorpião com cauda bifurcada, com uma folha de papel, com todo o cuidado para não o magoar, e deitá-lo à rua.

O campo está-me a mudar. Não tarda e estou a apanhar louva-deus com a mão.

Not.

(entretanto)

(entretanto pus-me a escolher fotos. e oh, mas oh que excelente exercício para nos deixar com um sorriso nos lábios durante, pelo menos, duas horas!)












Ideias que me "tiram do sério"



Sair da minha zona de conforto não é só correr ou deixar de esconder a minha pequena deficiência. Há uma coisa que me deixa extremamente angustiada, mas que, em contrapartida, faz a minha filha extremamente feliz: ir à escola ler uma história aos meninos. Santo deus, só de pensar nisto fico com azia. Eu costumo dizer que não tenho jeito para crianças, só para as minhas, porque são minhas e uma pessoa perde a vergonha com os da casa. Com todas as outras crianças, chego a ter medo que se metam comigo. Isto é uma parvoíce, claro, porque as crianças não estão nem aí para a minha vergonha. E a primeira vez que fui ler uma história à sala da Inês, o ano passado, foi uma experiência fascinante. Não só consegui com que os miúdos estivessem sossegados a ouvir, como no fim eles interagiram muito bem e adoraram as fotografias de animais selvagens que levei (tinha a ver com a história e com o projecto anual). Depois até fiquei com pena de só ter ido ler a história no fim do ano lectivo e de não poder repetir, mas prometi a mim mesma que todos os anos iria à sala da Inês (e da Alice quando ela for mais velha) ler uma história aos meninos.

Este ano lectivo ainda não tinha tido coragem. O tema do projecto não tem muito a ver comigo e usei-o como desculpa para ainda não ter proposto nenhuma actividade à educadora. Mas no primeiro dia de aulas de Janeiro, ganhei coragem e sugeri à educadora ir ler uma história que não tenha a ver com o projecto. Ela aceitou (na verdade, ficou toda contente, não devem ser muitos os pais que têm tempo para ir ler uma história às 10 da manhã) e marcámos para a semana.

Confesso, estou a tremer. Não só tenho de ler uma história, como também de fazer uma actividade relacionada com a história. Mas sei que, no final, a experiência vai ser mais do que positiva, vou ficar muito satisfeita comigo, por ter conseguido, e vou deixar a Inês muito orgulhosa da sua mamã.

Então, como este ano optei pelo tema "Felicidade", pensei levar um de dois livros que tenho lido à Inês que tratam deste tema. São eles:


Depois, pensei em fazer uma actividade de desenho, pintura e colagem com eles, na qual lhes proponho que pensem no que os faz feliz (comer um gelado, ir à praia, dormir em casa dos avós, etc.), fazer um desenho alusivo e depois colar todos os desenhos numa cartolina gigante. Seria o placard da felicidade, com inúmeras sugestões. Para tirar ideias, trouxe da biblioteca um livro que ao princípio me pareceu parvo, mas agora há livros que ensinam a fazer coisas com os filhos?, mas que, ao folheá-lo, me apercebi que tem ideias muito giras para sermos uma família criativa.


Chama-se "365 actividades para fazer com os seus filhos" e, à falta de imagens no livro, há um blogue que complementa o livro. Espreitem aqui.
Encontrei imensas ideias para desenvolver o tema da felicidade, tais como o caderno das coisas boas (um pouco à semelhança do Livrinho da Gratidão), o quadro dos sonhos, o livro da minha vida, o pote das coisas de que mais gostamos, jogo do abecedário da gratidão, e imensas outras actividades de pintura e manualidades, reciclagem e jogos. Acho que não consigo retirar grande coisa para a sala de aula, mas consigo certamente retirar ideias cá para casa.. Inclusivamente, já pus a miúda em pulgas com a ideia de fazermos um caderno da felicidade com base em fotografias dela a fazer as coisas de que mais gosta. Tanto que hoje de manhã me perguntou: "Mamã, depois da escola podemos ir à loja imprimir as fotografias?"
Raça da miúda.

What goes around, comes around - visto pelo prisma positivo

Nas minhas leituras sobre psicologia positiva e a forma como posso ensinar o meu cérebro a pensar de forma positiva, um autor leva ao outro, vejo este vídeo e aqueloutro, e há certos termos e sugestões que saltam à vista. Uma das coisas que me tem chamado à atenção, e que vejo recorrentemente, além da gratidão e da meditação, são os actos aleatórios de bondade (Random Acts of Kindness) e a forma como os nossos comportamentos podem gerar o efeito bola de neve.
Ao pensar nas estratégias profissionais a tomar este ano, o Tiago sugeriu que podia enviar um e-mail de bom ano a todos os meus clientes e gestores de projectos das várias empresas de tradução com quem já contactei, por forma a fazê-los lembrarem-se de mim. Muitas vezes, estas agências trabalham com listas de tradutores que vão contactando conforme a necessidade aperta. Ora, se eu não estiver nos primeiros lugares dessas listas, só serei contactada em última necessidade, duas ou três vezes por ano. Não é esse, de todo, o meu objectivo para ter uma carreira bem-sucedida.
Achei uma boa ideia e resolvi despender uma hora a enviar e-mails personalizados apenas a desejar um bom ano a toda a equipa e desejos de uma boa colaboração profissional entre nós.
Acho que não estava à espera que me respondessem. Pensei que tivessem mais que fazer do que responder a e-mails de bom ano, mas a verdade é que esta acção surtiu mesmo o efeito desejado. Nem todos me responderam, claro, alguns talvez ainda o farão. Outros não. Mas alguns, talvez metade, respondeu a agradecer e desejar-me os mesmos votos de volta, comentando ainda que "ainda hoje tínhamos falado em si", o que eu não sei se é verdade, mas mesmo que não seja, dá que pensar. Se eu tivesse ficado quieta, este gestor de projectos até podia ter pensado em mim para um determinado trabalho, mas logo cairia em saco roto se, por acaso, não tivesse recebido um e-mail exactamente da pessoa em quem tinha pensado para aquele trabalho.
Pelo caminho, resolvi enviar também votos de bom ano aos meus antigos chefes, por sentir que as coisas tinham ficado mal resolvidas entre nós e me querer livrar deste peso. E-mail para aqui, e-mail para ali, e parece que afinal está tudo bem e que os mal-entendidos ficaram lá longe em 2014.

Os anglófonos têm uma expressão que designa exactamente aquilo que consegui com estes insignificantes e-mails: "to set things in motion". Pôr as coisas a andar, em movimento, desencadear alguma coisa que, neste caso, só pode ser boa.

Depois fui correr o meu segundo treino do ano e foi um treino de merda e fiquei tão cansada com tanta dor no pé que pensei "mas que raio de resolução" e só me apeteceu chorar, mas, pronto, não, a gente não desmotiva.

Este ano vai ser diferente

Se ainda estivesse a trabalhar por conta de outrem, neste momento (às 16:15 de domingo) estaria a entrar no modo neura porque amanhã recomeça a semana de trabalho, principalmente depois desta época festiva, em que as miúdas ficaram em casa e o pouco trabalho que tive me deu um gostinho de férias. Logo à noite, estaria insuportável, ansiosa e deprimida, simplesmente porque amanhã tenho de voltar ao trabalho, sentar-me ao computador, deixar de fazer as coisas de que gosto para passar o dia a traduzir textos aborrecidos. Iria passar o dia a suspirar, com um mau-humor descomunal e a contar as horas para me ir embora.

Tenho a certeza de que sabem do que estou a falar.

Mas este ano não sinto nada disso. Confesso até que estou ansiosa pela positiva, excitada por finalmente retomar a rotina, expectante para ver que trabalhos me calharão na rifa ou que clientes me contactarão. Não espero ter muito trabalho este mês. Como já aqui disse, Janeiro costuma ser um mês meio parado no mundo da tradução. Mas, em vez de me lamentar, vou investir o tempo naqueles trabalhos que não pagam a curto prazo, como organizar e optimizar o meu sistema de trabalho, preparar notas de honorários e facturas predefinidas, melhorar o meu website profissional para poder, finalmente, mostrá-lo ao mundo (na verdade, já está online, mas ainda está longe de ser perfeito) e preparar uma nova estratégia de marketing dos meus serviços.

É por estas e por outras que não me arrependo da decisão que tomei há uns meses de me tornar freelancer. É claro que, em termos financeiros, um mês com pouco trabalho não augura nada de bom, e mentiria se dissesse que não estou preocupada com isso. Mas aprendi que há outras coisas que compensam a falta de dinheiro para extras, desde que haja dinheiro para o essencial, e isso felizmente não faltará. A liberdade que sinto e a alegria pelo que faço são a melhor recompensa.

Por isso, e porque ainda tenho dúvidas sobre a melhor forma de abordar uma carreira freelance bem-sucedida, contribuí para que o projecto da Monika Kanokova vá para a frente, um livro, intitulado "This year will be different" que reúne entrevistas a mulheres empreendedoras (inclusive a uma portuguesa) que se tornaram freelancers, com truques e dicas para ser bem-sucedida. O sucesso no feminino para quem, como me aconteceu a mim, sente que tem de dar o passo, mas não sabe como ou não tem coragem. Sei, pelo menos, de uma querida leitora que anda a pensar nisto. Toma, é para ti.

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Para saber como contribuir, saibam mais aqui. Eu já tenho o meu exemplar digital assegurado.
Este ano vai mesmo ser diferente.

Na semana da Gratidão

Ia chorando* quando me apercebi que a Inês já não trazia o cachecol de crochet que fiz para ela quando estava grávida da Alice. A minha primeira peça de croché. Eu, que não sou nada apegada às coisas, vejo-me muito comichosa quando se trata de coisas feitas à mão por mim. E foi por isso que chegar ao carro e ter esta surpresa

me encheu o coração.
Alguém tinha encontrado o cachecol e adivinhado que era nosso. Ia chorando* outra vez, mas desta feita por gratidão. Nem de propósito. Seria tão bom que o meu livrinho da gratidão se começasse a encher de coisas bonitas como esta.


* que é como quem diz... Posso andar a ler tolices delicodoces sobre felicidade e hábitos zen, mas ainda não me emociono com imagens de cãezinhos Scottex, sim?

Diário da felicidade


  


O ano não começou assim. Mas como prometi ao Tal Ben-Shahar que ia passar a estar grata pelas coisas boas que me acontecem, celebro publicamente o pequeno momento de união familiar durante o nosso passeio de Ano Novo pela, cito, "floresta assustadora cheia de lobos esfomeados" aqui ao pé de casa para apanhar pinhas.


Contexto

O Tal Ben-Shahar foi professor de Psicologia Positiva em Harvard e é o autor de best sellers sobre a temática da felicidade. Num dos seus livros, Even Happier, Tal Ben-Shahar incita os seus leitores a manterem uma espécie de diário da felicidade, em que registam, semanalmente, as coisas pelas quais estão gratos e diversos pensamentos e exercícios propostos pelo autor para cada semana. Assim, a Semana Um foca-se na Gratidão, a Semana Dois nos Rituais, a Semana Três no Exercício Físico, e assim por diante, durante 52 semanas. Se quiserem conhecer outras versões deste projecto, a Mum´s the Boss já o pôs em prática em 2012. 
Paralelamente, e porque ressuscitei o meu Kindle dos mortos, estou a reler o The Happiness Project da Gretchen Rubin e a tirar as devidas notas digitais e mentais para o primeiro mês do ano. Voltarei a falar disto mais tarde.
No campo profissional, o meu homem trouxe ao meu mundo a Passion Planner, à qual estou a decicar a máxima atenção para tirar o melhor partido de uma agenda que é muito mais do que um calendário: para além da calendarização normal de tarefas, permite elaborar listas de coisas para fazer, a nível pessoal e profissional, fazer listas de desejos e prioridades, criar um plano para alcançar os nossos objectivos, e fazer um balanço no final do mês. Vou experimentar primeiro a versão PDF (disponível aqui, se partilharem o projecto com os vossos amigos no Facebook) e, se me der bem, talvez compre a versão encadernada.