Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Num pequeno ginásio perto de si

IMG_6765.JPG

Desde miúda que me inscrevo em ginásios, mas nem por isso sempre fui magra ou atlética. Também nem sempre fui uma frequentadora assídua ou, caso sendo, nem sempre tive uma alimentação equilibrada fora dali. Mas é ponto assente que sempre me dei melhor com ginásios pequenos, de bairro, com menos condições e menos oferta, mas onde sabem o meu nome e estranham se eu não for. No ginásio onde ando há um ano, desde que nos mudámos para aqui e que frequento 4 vezes por semana à hora de almoço, o número de participantes da aula de spinning nos seus dias mais concorridos não chega para, num dos ginásios mais famosos do país (aquele começado em agá, onde andei e odiei), manter uma aula aberta. No entanto, é este grupo coeso de pessoas que vão sempre à mesma hora e se conhecem desde crianças que me dá alento para ir nos dias em que menos apetece. Felizmente, esses dias em que menos apetece vão sendo cada vez menos. 

 

Consigo fazer uma analogia com todos os trabalhos que já tive: sempre preferi trabalhar e sempre trabalhei em micro e pequenas empresas. A única vez em que trabalhei numa multinacional foi uma nódoa no meu currículo e, anos depois, recusaria uma posição bem paga numa outra multinacional por uma remuneração miserável como tradutora num gabinete de vão de escada. Nem toda a gente entende isto, mas sempre achei que o dinheiro não é tudo. Deve ser o meu lado anti-capitalista, anti-urbanista (?), anti-massificação.

Desde que vim morar para Sesimbra, descobri que não gosto de andar anónima na rua e que gosto de ser cliente habitual, que me tratem pelo nome, que me tratem por tu, que conheçam as minhas filhas e saibam onde moro, para me poderem avisar se deixei a luz de fora acesa ou se o meu gato está no quintal da vizinha, ou outra coisa pior. Gosto de ir à piscina e encontrar mães de colegas das minhas filhas e estar um pouco à conversa e gosto que me deixem não pagar no café porque me esqueci da carteira. Gosto que a senhora que cá faz limpeza também me venda viagens e que o meu cabeleireiro só cá venha de 15 em 15 dias. Gosto de ir à vila e encontrar sempre algum colega de escola do homem, apesar de às vezes ser chato porque ele não se lembra do nome deles e fazemos invariavelmente figura de parvos.

Em suma, estou muito feliz por ter saído da cidade. Sempre pensei que me sentisse sufocada com a falta de anonimato e, às vezes, de privacidade, mas a verdade é que me sinto confortada por esta sensação constante de estar sempre acompanhada.

 

[Só para voltar ao tema inicial do post, se há dois anos me dissessem que, um dia, iria ao ginásio 4 vezes por semana por gosto, rir-me-ia muito. E não é para ser má língua, mas o meu treinador tem mais músculos do que os treinadores da nova edição do Peso Pesado.]

Ainda se cá nevasse...

Sesimbra é um excelente sítio para morar no Verão. Há muita gente nas ruas, as pessoas fazem exercício no pontão, há boot camp na praia, a marginal de Sesimbra está a abarrotar de gente bronzeada e descascada e ir a algum dos muitos restaurantes da vila só até às 12:30, a não ser que queiramos esperar duas horas em pé. Entre Maio e Setembro a praia está à nossa espera todos os dias da semana e costumamos ir buscá-las à escola e acabar o dia na praia. Não há melhor.

O mar oferece outras actividades, algumas nas quais já participámos, como canoagem, SUP, andar de barco, ir para praias paradisíacas, ir ao Cabo ver o pôr-do-sol ou lançar papagaios. Check em tudo. São coisas que também dão para fazer no Inverno, mas com crianças é claro que é melhor que seja no Verão.

IMG_8808.JPG

Agosto é assim aquele mês em que as pessoas que cá moram têm vontade de ir para longe. Está tudo cheio, há filas no supermercado e trânsito na rotunda de Santana, mas também há as festas da terra, concertos na Fortaleza e a festa do Castelo, aonde ainda não fui mas dizem que está bem. É giro.

No Verão.IMG_8280.JPG

No Inverno a conversa é outra. A vila está deserta, ninguém escreveu o meu nome por toda a parte e não é o expoente da loucura. É assim... um bocado morto.

É de noite às cinco e meia da tarde e não há a porcaria de um sítio coberto onde levar as miúdas a mudar de ares antes de irmos para casa. Nos dias bons dá para ir ao parque, se não tiver chovido no dia anterior, porque os parques aqui são todos com areia. Também há parques com cocó de cão em tanta quantidade que não dá para dar dois passos sem pisar coisas e parques sem cocó de cão e sem areia, mas que só têm um escorrega e/ou um baloiço estragado. Para ir a um jardim de jeito, com café, esplanada e relvado maior do que o do meu quintal temos de ir a Azeitão, o que pronto.

IMG_2837.JPG

 E depois há a biblioteca de Sesimbra que acha que a sala infantil deve fechar às 17:30 e que me retirou a única hipótese de atividade que tinha para dias de chuva. Vou buscá-las às cinco e meia e jantamos às sete e meia. São duas horas para matar, durante as quais gostaria de lhes proporcionar algo de diferente, pelo menos um dia por semana. Em Algés, costumávamos ir para a biblioteca uma vez por semana. Também íamos ao parque sempre que não chovia. Quando chovia, cheguei a levá-las ao centro comercial andar de carrocel e pintar desenhos (não vejo nada de mal em ir a centros comerciais em dias de chuva quando não apetece ir para casa). Aqui confesso que tenho dificuldades em imaginar como vamos ocupar os nossos fins de tarde durante a semana. Cheira-me que, além de fazer muitos projectos DIY, este ano temos de dar mais uso às galochas. A Arrábida é aqui perto e ainda não a explorámos muito. Além disso, no Inverno não há gafanhotos o que é assim o paraíso!

Como dizem na Noruega: "Não há mau tempo, há maus agasalhos". E nós por cá nem sequer temos neve. Caramba, não sei do que me queixo.

 

IMG_4710.JPG

 

P.S.- Se me ler alguém de Sesimbra, peço sugestões de coisas para fazer com os miúdos no Inverno que não envolvam fecharmo-nos em nossa casa ou na casa dos outros ou andar na piscina, que isso também já fazemos e nem sequer é bem uma atividade de família.

A cavalo dado

Uma manta de retalhos não se faz à pressa. Deveria ter refletido bem nisto quando me propus fazer, em 3 semanas, uma manta de retalhos para uma cama de casal para enviar para os refugiados e ainda achei que a devia acolchoar. Tudo estava a correr bem até começar a acolchoar como mandam as regras. Ou melhor, até perceber que faltava acolchoar (esqueci-me dessa parte até ao fim). As linhas verticais correram bem e estava decidida a ficar por aí, devido ao tempo escasso, mas caí na tentação de tirar uma tarde no trabalho (benesses de ser freelancer) e acolchoar o resto na horizontal. Foi aí que a máquina começou a dar o badagaio. Já da outra vez, quando fiz a minha manta, a máquina se queixou de fortes dores na zona do pé calcador e começou a perder a tensão, a aquecer e a emanar um odor de borracha queimada, foi duas vezes ao médico, ficou boa, mas quando o problema está nos ossos, acaba por voltar sempre quando o tempo arrefece. Ou quase se volta a usar o pé calcador para acolchoar.

E quando tive de começar a descoser o acolchoado, o tecido começou a dar de si e os quadrados em capulana começaram a desfiar.

A frustração às vezes dá-me em raiva que às vezes me dá para chorar. Dobrei a manta, com o desespero contido que se tem quando as crianças estão a fazer birras e nos contemos para não lhes dar uma palmada, e saí de casa para espairecer. Depois tentei convencer-me de que a vontade de ajudar está no meu coração e que não é por não conseguir acabar uma manta a tempo que sou pior pessoa. Vou faltar ao compromisso, mas quem me conhece sabe que não costumo falhar às pessoas com desculpas esfarrapadas. Só que às vezes não dá mesmo. E não suporto a ideia de entregar uma manta feia e mal feita. Não acredito que o ditado "a cavalo dado não se olha o dente" se aplique em todos os casos. Esta manta deveria transmitir o meu apoio e carinho por pessoas que sofreram o inimaginável. E se não consigo transmiti-lo na beleza e perfeição de uma obra de arte criada por mim (sim, porque uma manta de retalhos é uma obra de arte), prefiro não passar a mensagem errada. Irei ajudar de outra forma.

IMG_9630.JPG

 

 

A Heidi, o Cutchi e uma noite de lágrimas

heidi.jpg

 Ontem a Inês chorou pela primeira vez de emoção ao ver uns desenhos animados. Era a Heidi, naquela parte em que ela parte para Frankfurt para estudar na escola e deixa o avô e o Pedro nas montanhas. As lágrimas caíam-lhe cara abaixo e ela bem tentava secá-las com a mão, mas quando se apercebeu que estava a ser observada começou a chorar copiosamente. Achei super ternurento, especialmente porque ela nunca admitiu estar a chorar por causa de um filme, mas disse que se tinha lembrado do Cutchi, um balão golfinho que foi para a lua, e que tinha muitas saudades dele. Pois claro.

 

Lembrei-me de mim, um pouco mais velha do que ela, quando a minha mãe me apanhou a chorar por causa de uns desenhos animados (o avô da menina tinha morrido, há lá coisa mais triste?) e eu não fui capaz de admitir a verdadeira razão porque chorava (ou teria já medo que me achassem ridícula?) e disse que me estava a chorar porque ainda não tinha feito os trabalhos de casa.

Acho que a minha mãe não acreditou: eram seis da tarde de uma sexta-feira...

 

Não sei quem nos mete na cabeça desde pequenos que faz mal chorar. A culpa será provavelmente dos pais e educadores que passam a vida a dizer "Vá, não chora" quando acho que chorar é, muitas vezes, além de involuntário, uma excelente forma de lavarmos a alma. Eu admito que sou a primeira a chorar num filme (e noutras ocasiões...). E acho super ternurento que a minha filha, com quatro anos e meio, já tenha a sensibilidade e empatia suficientes para perceber o drama nuns desenhos animados e chorar como se percebesse exactamente o que os bonecos estariam a sentir.

Se calhar é melhor não a pôr já a ver o Bambi...

Aloha, Sesimbra

Sesimbra é peixe, já se sabe. Mas para além dos muitos (e bons) restaurantes de peixe na vila e no campo (tudo o que não é lá em baixo, directamente na vila, é denominado "campo"), das várias casas de petiscos, uma ou outra pizzaria, um ou dois sushis na marginal, mas que não me inspiram grande confiança, um ou outro chinês aonde vamos uma vez por ano, não há grandes alternativas. Ou não havia.

Há um mês abriu em Santana (no campo) o Aloha Café (também no Facebook), um novo conceito de comida vegetariana, macrobiótica e biológica para abanar o pedaço. No sábado passado fomos ao brunch vegetariano, com tofu mexido com abóbora, tofu fumado, compotas biológicas e tarte de figos adoçada com geleia de arroz e ficámos fãs. É bom ter na zona uma alternativa saudável com comida maravilhosa que não pesa na consciência. Além disso, o atendimento é impecável e o espaço muito sóbrio e agradável. Hoje vamos experimentar o take away para o jantar. Só tem um senão: não ter estacionamento perto, o que pode desmotivar muita gente de lá ir. Mas espero que não seja o caso que é para podermos ser clientes durante muito e muito tempo.

 

IMG_9474.JPG

 

IMG_9478.JPG

 

IMG_9480.JPG

 

A tarte de figos é maravilhosa. Maravilhosa!

 

(Não devia ter de dizer isto, mas nunca se sabe: nem este nem nenhum post que escrevo é patrocinado. Divulgo os serviços que bem entendo porque experimentei, gostei e recomendo. É assim tão simples.)

 

Vamos aquecer os refugiados

A Virgínia do Amo-te Mil Milhões lançou o mote e eu aceitei. Custa-me estar de braços cruzados à espera, quando já ofereci a minha ajuda várias vezes. "Tem de ter paciência", respondem-me, como se me estivesse a queixar na repartição das finanças por estarem a demorar muito a atender.

Eu quero ajudar, mesmo. Esta crise dos refugiados tem-me tocado imenso, talvez pelas tantas crianças, pelas grávidas, por me parecer que a História se vai repetindo, como para nos dar oportunidade de redenção por maus tratos passados. Infelizmente, nem toda a gente pensa assim e dói ver o telejornal. Olho para as minhas meninas e penso no que faria eu, se fosse connosco, se tivesse de as agarrar com todas as minhas forças e apertar contra o meu peito para atravessar um mar revolto num bote de borracha e senti-las a fugir-me das mãos... Não quero nem pensar. Já chorei, já dormi mal por causa de sonhos de meninos afogados, já senti o coração apertado durante dias a fio e me senti uma inútil por não poder fazer nada. "Tem de ter paciência", dizem-me. Como se fosse um favor.

 

Quando vi o apelo da Virgínia, não pensei duas vezes. Peguei nos meus tecidos e comecei a cortar, ao princípio quase sem rumo, sem ordem, mas logo se começou a formar um padrão na minha cabeça. Em menos de nada tinha os quadrados cortados, em quatro dias (mais ou menos uma hora por dia) cosi tudo. Vejo agora que faltam mais duas filas de quadrados para cada lado, para baixo e para cima, para que dê para tapar uma cama de casal e aquecer duas pessoas. Como o enchimento ainda não chegou, terei tempo este fim-de-semana para acabar a parte de cima.

Por enquanto está assim a minha manta express, a primeira que faço sozinha sem as orientações da Rosa Pomar. Espero terminá-la daqui a uma semana (desta vez não haverá tempo para coser o debrum à mão...) e talvez ainda consiga fazer outra mais simples para criança. Sem grandes expectativas, vou fazendo o que posso, e do que gosto, até que os primeiros refugiados começarem a chegar. Depois espero que me deixem ajudar mais ativamente.

 

Manta refugiados, parte I.JPG

 

Entretanto, também podem ir fazendo donativos para a Unicef e para a ACNUR.

 

Passadiços do Paiva

Em boa hora fomos visitar os Passadiços do Paiva em Arouca, antes dos fogos, em pleno esplendor de 8 km de travessia por paisagens maravilhosas inseridas na montanha, ao longo do rio Paiva. Foi com tristeza que soubemos da destruição de um troço dos Passadiços pelo fogo, mas felizmente parece que os danos não são irrecuperáveis.

 

Deixo-vos algumas fotos desse esplendor, num dia muito quente de Julho. Quando reabrir, se puderem, vão visitar. Se puderem, vão também durante a semana, quando há menos gente. Mas se não puderem ir durante a semana, vão à mesma. Vale bem a pena.

 

[Por lá perto, podem comer o melhor bife da vossa vida no Recanto dos Carvalhos, na Gralheira, concelho de Cinfães, o que na altura me pareceu ficar para lá do sol posto, pela quietude e pela maravilhosa atmosfera criada pelo pôr-do-sol. Fiquei impressionada com o bife, com o tamanho das doses, com o preço e com a confirmação de que atrás do sol posto é um sítio bem bonito.]

IMG_8565.JPG

IMG_8567.JPG

 

IMG_8577.JPG

 

IMG_8606.JPG

IMG_8622.JPG

IMG_8629.JPG

IMG_8647.JPG

IMG_8596.JPG

 

 

Quando as dores chegam

O médico olhou para o meu pé e disse, "E as dores quando chegam? Mais para o fim do dia?"

Pensei durante dois segundos no facto de nunca ter pensado nisso, se é ao fim do dia que tenho mais dores. "Acho que não, doutor, há dias em que as dores chegam logo ao acordar, mal ponho o pé no chão."

Depois de remexer no pé, depois do raio-x, depois de me mostrar o esqueleto de um pé normal e o esqueleto do meu, explicou-me que o calcanhar também precisava de ser mexido, de ser deslocado um pouco mais para a esquerda, "caso contrário, daqui a 10 anos você vai ter dores insuportáveis". Artroses, prenunciou. Falou-me de uma nova operação, agora ou daqui a 10 anos, quando as dores chegarem. Mas se chegam todos os dias de manhã, doutor?

Os médicos especialistas de alguma coisa adoram casos como o meu: tentativas de sucesso da medicina dos anos 80 que hoje em dia se resolveriam numa só intervenção, mas que, dadas as circunstâncias, são resultados do "fez-se o que melhor que se podia e se sabia". Estes médicos especialistas de alguma coisa adoram inventar e remexer e experimentar coisas novas e propor coisas como andar com uma chapa de titânio no calcanhar para o resto da vida. Disse-lhe que ia pensar, por sinal tenho 10 anos para o fazer. Quando as dores chegarem, ele, mesmo que cheguem todos os dias de manhã, eu.

"Por sinal, você aceita bem as suas dores. Há quem não aceite... Ainda bem para si."

 

 É que eu estava de saia.

 

[Não tem sido fácil aceitar-me todos os dias. Há dias em que visto calças, apesar de me apetecer vestir saias, porque não me apetece enfrentar o mundo. Ser forte custa e é preciso estar forte para ser forte. É preciso que tudo o resto esteja a correr bem para conseguir ser forte. Nas últimas semanas nem sempre consegui sentir-me forte o suficiente. Especialmente em dias de ir buscar as miúdas à escola. Gosto mais de ser forte ao fim-de-semana, junto de amigos e família, pessoas que me conhecem e gostam de mim e não me julgam pelo exterior. O que o médico não podia saber é que, apesar de ter ido à consulta de saia, tinha umas calças no carro. Mas como já aqui disse vezes sem conta: é um passo de cada vez.]

Wikstens e mais Wikstens

Tinha esta capulana que a minha sogra me tinha trazido de Moçambique e já a tinha reservado para uma Wiksten. Não podia deixar acabar o Verão sem resolver o assunto.

Eis o meu quinto tank top da Wiksten! Não sei porquê, faz-me lembrar o interior de uma construção Lego. Adoro o tecido, não podia adequar-se mais.

 

 

IMG_9297.JPG

IMG_9290.JPG

 

Vai juntar-se às outras que fiz nos últimos dois anos. As do lado esquerdo foram as primeiras e são as que me ficam mais largas. Depois, fui estreitando um pouco o molde para o decote não ficar tão escancarado, mas sem lhes retirar o jeito largo e vaporoso.

IMG_9298.JPG

Se calhar, cinco Wikstens já chegam. Pelo menos este ano.

Passemos agora para as Wiksten Tova. É altura de superar o medo das mangas!

Costuras de Agosto

Ainda sobre a questão do tempo. O homem decidiu passar a levantar-se mais cedo para ir correr e eu decidi levantar-me com ele. Como alguém tem de ficar em casa a tomar conta das crianças, eu fico a trabalhar, aproveitando essa meia hora de trabalho a mais que, no final do dia, é convertida em meia hora a costurar. Se todos os dias passasse meia hora a costurar, ao final do mês tinha o meu roupeiro de meia estação pronto. Quero fazer várias túnicas destas, em modo vestido, para o Outono e é melhor começar já.

Hoje levantei-me só 15 minutos mais cedo para me ir habituando, o que deu, convertido em tempo de costura, para coser os ombros da quinta Wiksten que estou a fazer - se calhar 5 Wikstens já são demais, mas tinha esta capulana na cabeça e prometo que depois desta mudo de molde...

Wiksten capulana.JPG

 

Entretanto, tinha uma série de projectos pensados que consegui concretizar em Agosto. Para dar razão a quem acha que tenho tempo a mais, fiz esta blusa para a Alice com um tecido que trouxe da Alemanha,

 

(molde retirado daqui

IMG_9156.JPG

 e dois vestidos de capulana em pandã para elas levarem para o primeiro dia de escola.

IMG_9165.JPG

 

IMG_9243.JPG

(molde do vestido retirado do livro Costura de Palmo e Meio de Emma Hardy)

 

A Inês adorou e já me pediu mais. Só tenho pena que o Verão esteja a acabar. É que estes vestidos estilo pillowcase fazem-se num abrir e fechar de olhos, ideais para quem está a começar ou não tem muito tempo. O que não é claramente o meu caso, já se sabe...