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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

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São as regras, mãe

Devo começar por dizer que não sou uma mãe tão paciente e abnegada como gostaria de ser, ou como acho que devia ser, e que tenho a noção de que a Escola não substitui o papel dos pais. Mas sendo um espaço em que as crianças passam a maior parte do dia, na maior parte dos casos, gostaria que a Escola (como instituição) funcionasse mais em torno das crianças e não tanto apenas a pensar em facilitar a vida aos professores e educadores e em cumprir as absurdas metas curriculares. É um beco sem saída, este, bem sei. Mas hoje queria falar sobre os pormenores.

Por exemplo, o pormenor de uma escola que, em vez de castigar as crianças que não entregam os livros da biblioteca a tempo, proibindo-os de requisitar livros na semana seguinte, promove ações de recompensa às crianças que entregarem sempre os livros a tempo, durante o ano escolar*? Será que as crianças não se sentiriam mais motivadas a entregar os livros a tempo, em vez de ficarem vexadas por todos os amigos poderem requisitar livros menos ela? Chama-se ao primeiro caso - o da escola que recompensa as crianças que entregam os livros a tempo - reforço positivo que é a forma de apresentar estímulos que motivem as crianças a terem o comportamento correto (ou desejado). O segundo caso - a escola que castiga as crianças por não entregarem os livros a tempo - é o típico castigo, que passa por retirar à criança a possibilidade de viver uma experiência prazenteira como impedimento de que a "má" atitude seja repetida.

 

Por exemplo, ainda em contexto escolar, o reforço positivo é o método da caneta verde que foi muito falado há uns tempos nas redes sociais e que passa por assinalar apenas o trabalho que as crianças fizeram corretamente, como estímulo para que assim continue. O castigo, ou estupidez como lhe quiserem chamar, é o caso das carinhas vermelhas ou tabelas comportamentares que só servem para reduzir a autoestima das crianças e para as confundir quanto à razão porque devem fazer as coisas bem.

 

Mas voltemos aos livros da biblioteca que as crianças (ou os pais) devem entregar a tempo. É claro que nas bibliotecas municipais também ficamos impedidos de requisitar livros durante um período se não entregarmos os livros a tempo. Ou pagamos juros de mora se não pagarmos a água a tempo. É assim que é e pronto. Mas este é o mundo dos adultos. Num jardim de infância, estamos a falar de crianças de cinco anos que ainda não percebem bem o ciclo do tempo, os meses do ano e os dias da semana, quanto mais saberem que é à sexta-feira que têm de levar o livro da biblioteca. Por azar, a minha filha mais velha tem uma mãe mais despassarada do que ela que se esquece sempre de incluir o livro da biblioteca à sexta-feira. Porque efetivamente andámos uma semana a ler o livro (não é isso que se pede??) e ele lá ficou esquecido no quarto, no meio dos outros livros. Já cheguei a meter um lembrete no telemóvel para entregar os livros a tempo, mas nem assim. Na última semana, lembrei-me de levar o livro à segunda-feira, mas infelizmente isso já não contou, porque o dia da biblioteca é à sexta-feira e não interessa se entreguei o livro na segunda, devia ter sido na sexta, azarito. "As regras são para se cumprirem, mãe!" De nada me valeu explicar que a culpa não foi da criança (confesso, partiu-me o coração a tristeza da Inês quando me contou que não a deixaram trazer nenhum livro), que a culpa foi minha, que de bom grado contribuiria com um livro novo para a escola. Mas não, porque as regras não foram cumpridas e as regras são para se cumprir, como me foi repetido mais umas três vezes. Também me disseram que estas regras servem para responsabilizar as crianças e dar-lhes autonomia.

 

Infelizmente, no calor da situação nunca me lembro das coisas certas para dizer. Por exemplo, podia ter perguntado que autonomia é essa que a escola promove quando, durante anos, não deixaram os meninos lavarem os dentes porque achavam que eles não eram capazes de os lavar sem andarem as enfiar as escovas de dentes nas bocas uns dos outros ou que não os deixam(ram) beber água às refeições porque se molham!

 

O que vai acontecer é que o livro não vai sair mais da mochila à sexta-feira. Ficará dentro da mochila o fim-de-semana inteiro e será devolvido logo à segunda, para evitar distrações da mãe e, consequentemente, castigos à criança. E assim não se cumpre o propósito inicial que é a promoção da leitura. Não se preocupem, que não faltam livros cá em casa. Mas custa-me aceitar que a escola falhe numa coisa tão básica que se podia contornar tão facilmente. Ou estou a ver mal as coisas?

 

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* Sim, estas escolas existem, a Inês já andou numa assim, infelizmente nunca ganhou recompensa nenhuma porque a mãe às vezes se esquecia de entregar os livros a tempo...

A Colcha do Sinal Mais

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Acho que comecei esta colcha algures em 2014. Mas como não sabia ensanduichar e acolchoar, fui aprender. No workshop fiz uma manta, a primeira manta começada e acabada que serve hoje de aconchego na cama da Alice. Depois dessa, fiz uma segunda manta que acabei por oferecer à minha mãe. E esta manta, teoricamente a primeira de todas e originalmente destinada à cama da Inês, continuava à espera.

Lá me enchi de coragem e comecei a ensanduichá-la nas férias do Natal para a terminar nas férias do Carnaval. Chamei-a "Colcha do Sinal Mais" porque me inspirei nos muitos "Plus Quilts" que vi na Internet antes de começar.

Hoje, quando a Inês chegar a casa, vai ter uma cama nova!

 

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Como a nostalgia de acabar uma manta de retalhos equivale mais ou menos à nostalgia de acabar um bom livro, preciso de começar já a pensar noutro projecto grande: a manta para a cama das meninas do quarto do Alentejo. Em resultado das partilhas após a morte da minha avó, a minha mãe ficou com a casa onde passei grande parte da infância e todas as férias de verão e de Natal de que me lembro até ao final da adolescência. O quarto onde eu dormia com a minha avó, já depois de o meu avô estar presente apenas no nosso coração, vai ser transformado no quarto para as (bis)netas. Em vez de vestir a cama com uma colcha qualquer desprovida de significado, vou reaproveitar todos os retalhos e tecidos que encontrei nas gavetas e baús da casa da minha avó para lhes fazer uma manta. Vou tentar dedicar um post só a estes tecidos (e aos vestidos que encontrei e que vou modificar para poder usar), que são assim lindos como só antigamente se fazia. Mas, por enquanto, ficam aqui algumas fotos da manta mais recente.

 

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A parte de trás, generosamente exibida pela nortada de domingo. 

 

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Para mais tarde recordar

Quem trabalha por conta própria tem de criar uma imagem de marca. É importante para nos destacar da concorrência e para fazer com que os clientes se sintam motivados a contratar os nossos serviços. Especialmente aqueles freelancers que trabalham atrás do ecrã do computador e que raramente conhecem os seus clientes pessoalmente, como é o caso dos tradutores, devem apostar numa boa página, numa forte presença nas redes sociais e numa foto de perfil profissional. É proibido usar fotos tiradas nas férias, de óculos de sol ou com os filhos ao colo. Não queremos transmitir demasiados detalhes da nossa vida pessoal. Queremos uma imagem que passe a impressão certa aos clientes e que, consoante o grau de profissionalismo e simpatia que transmitir, os leve a contactarem-nos. Eu não tenho uma forte presença profissional nas redes sociais. Não ligo muito ao Linkedin nem tenho página no Facebook, mas investi num bom site que está online há quase um ano e já me garantiu alguns contactos.

No entanto, toda a gente me diz que as fotos que lá tenho não são boas. Ou porque não são profissionais ou porque estou com ar demasiado sério. 

Um tradutor não tem de passar uma imagem demasiado corporate. Se há coisa que não somos (não sou) é corporate. Por isso, nada de fotos de braços cruzados ou casaco blazer. Quer-se uma fotografia com ar descontraído, mas profissional. E eu não tinha nada disso.

 

Por sorte, tenho uma amiga fotógrafa. Quem tem amigos fotógrafos tem tudo! E quem tem amigos fotógrafos com talento tem mesmo tudo!

Enquanto punhamos a conversa em dia, a Cláudia ia tirando fotografias, umas para usar no meu site, outras mais descontraídas para os meus perfis nas redes sociais ou até mesmo para as molduras cá de casa. É que ficaram tão giras e gostei tanto do resultado, que vou dar uma de narcisista e espalhar a minha imagem por aí. Ora vejam.

 

E depois disso, podem ir dar uma espreitadela pelos trabalhos da Cláudia e deixarem-se encantar: site iheartyou. Facebook. Instagram.

 

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As fotos foram tiradas no LX Factory que é um sítio onde me sinto muito bem e a roupa que usei é da... Ahahah, era só para me armar em fashionista!