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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

A liberdade às quatro da tarde

Para comemorar o meu primeiro dia como freelancer, deixo aqui um artigo que só frisa as coisas boas disto de - gente maluca! - deixar um emprego para a vida e atirar-se à incógnita do self-employment (há coisas que em inglês ficam tão melhor) e que até cria a ilusão de que a malta freelancer tem muito tempo livre. Por exemplo, eu hoje, no meu primeiro dia oficial como freelancer, fui levar as miúdas à escola, fui ao cabeleireiro, vim a casa, trabalhei meia-hora, saí e fui ao ginásio, voltei, trabalhei mais hora e meia, concluí o projecto que tinha para hoje, telefonei à Segurança Social a dar a boa-nova (eles já sabiam, os cuscos!) e agora estou a pensar se vou mudar os lençóis da cama, estender a roupa ou fazer um bocadinho de croché (comecei um poncho para mim que não vos digo nem vos conto) antes de ir buscar as crianças. Mas é claro que isto é só enquanto os trabalhos ainda não chovem, só chegam às pinguinhas. O meu homem diz que eu tenho de saber aproveitar os momentos sem trabalho e é isso que quero aprender a seguir ao MemoQ.
Entretanto, há uma coisa muito importante que a senhora do artigo não frisou, mas que vocês vão perceber muito bem com este exemplo: o meu homem ia sozinho a Bruxelas ver o Cat Stevens, mas já não vai, paciência, porque houve ali um momento em que eu me lembrei que era freelancer e que podia trabalhar em qualquer lado desde que tivesse um computador e ligação à Internet e, pronto, comprei um bilhete espontaneamente sem ter de fazer o odioso choradinho das férias. Ah. Liberdade.

Tradutor a dias

Fui contactada por uma empresa de tradução que me ofereceu 3 cêntimos por palavra com a justificação de que a grande oferta obriga a baixar os preços. Respondi educadamente que não podia aceitar semelhantes valores com a justificação de que não me é possível apresentar um trabalho de qualidade a esse preço, independentemente da oferta que ande por aí.

Há uns anos tive uma amena discussão com um amigo que ficou escandalizado quando eu lhe disse que trabalhava com empresas que me pagavam 5 cêntimos. Não sabia eu ainda, muito menos saberia ele, que nos tempos que correm dignifiquei-me e elevei a fasquia para bem mais que isso. Calculo que daria outra amena discussão, caso o assunto viesse novamente à baila.

Estamos a falar de uma profissão qualificada, para a qual estudei e me formei e na qual conto com 7 anos de experiência o que não é mau nem bom, mas estou longe de ser uma simples estagiária. E por isso não admito que me queiram pagar menos do que eu pago à minha empregada doméstica. É que, se formos a fazer bem as contas ao que representa o pagamento de 3 cêntimos por palavra ao final de um mês (tendo em conta que se espera que eu traduza, em média, 2400 palavras por dia, sem contar com o tempo dispensado para a revisão e a indispensável leitura final), subtraindo aquilo que um freelancer tem de pagar de IVA, à segurança social, ao seguro de acidentes de trabalho que é obrigado a ter e mais o diabo a sete (férias, direito a baixa que ninguém lhes paga, bla bla bla...), o resultado é bem menos do que recebe a minha mulher a dias. E, se eu acho que ir limpar escadas não é mais ou menos desdignificante do que traduzir, também não acho que traduzir seja mais ou menos desdignificante do que ser consultor, como o amigo lá em cima. E se é para ser mal paga, mais vale ir tratar da casa dos outros que sempre mexo mais o rabo e aprendo a tirar nódoas difíceis.

Multitasking (ainda disto de trabalhar em casa)

Durante a tarde de expediente, desenhei fadas e figuras geométricas para ela fazer desenhos, liguei-lhe o portátil e deixei-a escrever hieróglifos no Word e na minha agenda, fui buscar-lhe água e bolachinhas, limpei-lhe o rabo e passei-lhe lãs para a mão para "fazer malha", às tantas tive mesmo de a pôr em frente ao ecrã e ir comentando o Manny Mãozinhas. Em loop. "Mamã, olha!", sempre na mesma cena. Três vezes seguidas.

Enquanto isso traduzi. Terminei um projecto e comecei outro. Troquei ideias no Skype com as colegas e debati-me com a teimosia de um programa de tradução. Concentrei-me o melhor que podia, com a consciência de que não me poderei desculpar com a filha se a a tradução não tiver ficado nada de jeito. 

Mas estar de baixa e de licença desde Agosto, voltar finalmente ao trabalho em Maio e, três dias depois, ter de começar já a faltar por doença parasitária da filha (os piolhos foram só o começo) não estava bem nos planos. Assim de manhã foi para o escritório do pai, onde teve imensa gente com que se distrair, e de tarde ficou no "escritório" da mãe. As dores de barriga só voltaram de noite, mas felizmente já está tudo bem outra vez.

Exercícios de auto-ajuda, parte II

Na minha entrevista de emprego para o lugar que ocupo actualmente, lembro-me de o agora meu chefe me dizer que se tratava de uma empresa de traduções técnicas e, portanto, aquilo que eu ia traduzir seriam manuais e textos técnicos, às vezes tão técnicos que seria impossível perceber do que se tratava, textos chatos e desmotivantes, mas que era mesmo assim e se eu aceitasse o trabalho, tinha de saber o que me esperava. Basicamente, o que ele disse foi: depois não te queixes.

Cinco anos depois da minha entrevista de emprego, nem sempre traduzo apenas textos técnicos. Às vezes calham-me artigos para revistas, cartas e comunicações empresariais, folhetos publicitários ou, do que eu gosto mesmo, textos médicos.  Mas o grosso do trabalho não é isto. Isto é uma benesse que aparece para nos apaziguar o espírito ou porque o chefe sabe que gosto e me dá um bombom no fim de uma semana a traduzir as instruções de montagem da peça daquela máquina que ainda ninguém percebeu o que faz.


Na sequência do post de ontem, venho hoje (tentar) identificar as origens do meu queixume. E é mesmo disto que me queixo. Da monotonia e da impossibilidade de dar asas à criatividade e de aprender sobre temas diferentes, ou mesmo temas interessantes. Muitas vezes penso que, se fosse trabalhar para outra empresa, teria certamente outro tipo de textos à disposição e poderia aprender sobre outras coisas, aumentar os meus conhecimentos e tornar o meu dia mais interessante. Mas depois lembro-me que já trabalhei noutra empresa e a coisa não correu bem. Às vezes penso ainda que deveria enveredar pelo trabalho independente, para poder organizar o meu tempo como melhor me convém e poder escolher o tipo de textos que quero traduzir. Mas sei bem que isso é uma falsa ilusão. Sem ter um mealheiro para me aguentar durante os primeiros tempos, não me atrevo a deixar o conforto de ter as férias pagas e o ordenado fixo ao fim do mês, o horário certo e a certeza de que sou paga em caso de doença e não tenho de andar a prestar contas constantes à SS e às Finanças. Às vezes penso ainda que, do que gostava mesmo, era de ser criativa e trabalhar com as mãos, costurar e fazer coisas giras, ir vender as minhas peças para feiras e fazer uma vida ambulante. Mas depois caio na real: eu não faço coisas giras com as mãos, eu não quero estar ao frio e à chuva a vender malas de pano e não quero ter uma vida ambulante, muito obrigado. Mas que raio de ideia. Tanto que costurar para mim é um hobby que até anda meio adormecido e nunca, mas nunca, poderá ser um meio de subsistência. Eu não sou uma boa costureira ou fazedora de manualidades, o que quer que isso seja, eu trabalho com letras e palavras, é o que sei fazer e é do que gosto mesmo. Ponto final.

Posto o que não me resta mais nada senão aguentar-me à bomboca, mudar a mentalidade e colar um post-it no computador com os cinco pontos do último texto que me fazem ficar feliz por ter o emprego que tenho. Dito assim, parece que caí no conformismo, na resignação. Mas eu chamo-lhe antes "aprender a ficar satisfeita com o que tenho, manter os pés bem assentes na terra e tirar partido do melhor que a vida tem para me oferecer". E não há razão para não aspirar por um aumento, mesmo sabendo que ninguém dá aumentos a grávidas... Não é por isso que me vou desleixar e deixar de apresentar bons resultados.

Na Alemanha tinha um trabalho muito stressante com uma chefe com quem tinha uma relação amor/ódio e que me desgastou muito nos três anos que lá estive. Para conseguir sobreviver aos dias, arranjei uma estratégia: imediatamente a seguir ao trabalho, tinha encontros marcados, ia fazer os meus hobbies (na altura andava a pintar cerâmica), ia ao cinema, jantar com amigos, tinha objectivos pessoais a cumprir que me davam alento para sair do trabalho bem-disposta e com vontade de viver, sem pensar que no dia seguinte teria de voltar ao trabalho. Basicamente ajudavam-me a esquecer o dia de merda que tinha tido. É uma boa estratégia, funciona mesmo.

Outra boa estratégia é tornar o dia de trabalho mais aprazível, como tornar as horas de almoço mais interessantes, indo nadar à hora de almoço, por exemplo (tenho uma piscina a 4 minutos de casa!), ou passar a almoçar com pessoas diferentes, ouvir bandas novas enquanto trabalho e, assim, descobrir música nova, e limitar o uso da Internet para fins recreativos aos tempos de pausa (para quem trabalha em casa e não tem ninguém a controlar, isto é uma tarefa bem difícil, mas não impossível, e posso dizer que já fiz grandes avanços a este nível!)

Para aqueles trabalhos de cortar os pulsos fiz uma playlist de sobrevivência com música mais enérgica para me ajudar a manter-me desperta. Também funciona.

Mas o essencial é mesmo manter uma atitude positiva e deixar de reclamar por vício (como se falava na caixa de comentários do post anterior). Não quer dizer que feche as portas a novas oportunidades ou que deixe de aceitar trabalhos interessantes por fora. Mas numa altura em que o país está como está e com um segundo bebé a caminho, acho que o caminho passa mesmo por dar graças pelo que tenho, porque o que tenho é muito bom e queixar muito envelhece. Há lá argumento melhor?

Exercício de auto-ajuda, parte I

Não é novidade nenhuma que estou a passar por uma crise existencial no trabalho. Já há uns tempos desabafei aqui as minhas frustrações, mas na verdade a culpa não se deve só à falta de criatividade inerente à tradução técnica e à rigidez imposta pelos clientes. A verdade é que eu me queixo sempre muito e o queixume da última sexta-feira me irritou um bocado, mesmo tendo partido de mim. Sou uma eterna insatisfeita, não há nada a fazer. Ou há?


Vamos a ver: 

1. Eu gosto do que faço. Faço isto há 6 anos, 5 dos quais na mesma empresa. É o meu recorde de sempre. Foi mais ou menos para isto que eu estudei, mas se formos a ver bem, os cursos de Línguas e Literaturas Modernas são dos cursos mais versáteis que há: tanto podem sair fornadas de professores, tradutores e secretárias, como empregados de mesa na Pastelaria Suíça e mulheres-a-dias em casas de diplomatas alemães. Mas, bom, isto de fazer aquilo para que se estudou só é importante para a minha mãe, portanto vejo isso apenas como uma feliz coincidência, bastante útil na altura de apresentar credenciais.

2. À parte de gostar do que faço, gosto dos meus chefes e dos meus colegas. Apesar de trabalhar em casa e só os ver de três em três meses, quando vou ao escritório sou sempre bem recebida, dou-me bem com os meus colegas e só tenho pena de nunca ter conseguido estreitar a ligação com alguns. Os meus chefes são os chefes mais porreiros que há, e tenho a certeza que nunca vou encontrar chefes tão compreensivos e descontraídos.

3. Até agora, reúno duas das condições essenciais para ser feliz no trabalho: gostar do que faço e ter bons relacionamentos no trabalho. Mas eu não trabalho no escritório, trabalho em casa. E isto envolve uma disciplina mil vezes maior. Confesso que às vezes me distraio, confesso que às vezes tenho de lutar contra mim mesma para me concentrar, confesso que é tentador ligar o Skype no telemóvel e alargar a hora de almoço, fazendo de conta que já estou no "escritório". Mas a minha experiência de vida diz-me que a mentira é curta e que seria sempre nessas alturas que o meu chefe me iria mandar uma mensagem no Skype a pedir qualquer coisa urgente para daí a 10 minutos. Por isso, posso dizer de boca cheia que nunca lhes minto, que cumpro o meu horário escrupulosamente e que fico roída sempre que me contactam quando estou na minha pausa do café, pausa esta a que tenho todo o direito e me faz muita falta. Isto para dizer que os meus princípios acabam por falar mais alto do que a minha preguiça, portanto até nesse campo não me posso queixar.

4. Então do que me queixo eu, afinal? Do salário? Bom, apesar de desde que engravidei, há 3 anos, nunca mais ter tido um aumento (e antes disso tinha sido aumentada três vezes em dois anos) e agora, com uma nova gravidez já anunciada, a licença de maternidade que se avizinha e a redução de horário a que tenho direito até ao primeiro ano de vida do bebé, bem que posso esperar por novo aumento até daqui a outros três anos. Mas, como o homem da casa bem gosta de me lembrar, fui agraciada com a vinda para casa que, mesmo não saindo dos bolsos e da iniciativa da empresa, acaba por ser um aumento de 150 euros, que era mais ou menos o que eu gastava por mês em gasolina. E, vendo bem, ganho acima da média do que se costuma pagar por aí aos tradutores internos. Portanto, não, nem neste campo me posso queixar muito.

4.a) Posso mudar-me para as Bahamas sem ter de me despedir, desde que consiga conciliar o fuso horário com o horário de expediente português. OK, se calhar as Bahamas não foram um exemplo feliz...

5. E as responsabilidades? Bom, acho que é aí que a porca começa a torcer o rabo. Antes de engravidar, fui promovida a revisora. Revi umas coisas e tal, andava feliz, mas ao mesmo tempo muito insegura com medo de falhar, mas não acho que a coisa tenha corrido mal, tanto que os trabalhos que saíam directamente das minhas mãos raramente vinham com reclamações, pelo menos naquele curto espaço de tempo. Depois meti baixa, tive o bebé e quando voltei, há quase dois anos, se revi dois trabalhos foi muito. O meu marido, o meu guru da vida, disse-me para falar com os meus chefes, perguntar-lhes o que havia mudado, se era a qualidade do meu trabalho que decaíra, mas eu, com medo de uma resposta positiva ("sim, desde que és mãe deixaste de ser boa profissional"), acabei por nunca ganhar a coragem de falar com eles sobre isto. E o tempo foi passando. Sinto que fui relegada para segundo plano, para a tradutora que é fiável e boa para traduzir certo tipo de textos, aquela que desenrasca em época de férias e em quem podemos confiar, mas que não é suficientemente boa para lhe confiarmos certo tipo de clientes ou textos. E isso entristece-me. É claro que o facto de estar em casa também ajuda à não promoção a revisora, longe da vista longe do coração, e nem pensar em pôr uma funcionária que trabalha em casa a contactar directamente com os clientes. Do ponto de vista da entidade profissional, percebo isso perfeitamente. E, vendo bem a coisa, eu não tenho perfil para contactar com clientes, prefiro estar atrás das cortinas e fazer o meu trabalhinho em paz. Por isso, é capaz de nem ser tão mau assim e estar bem adaptado às minhas necessidades.

Então, mas afinal de que porra é que eu me queixo mesmo???

(to be continued)



Motivação

Sabem quando voltam ao trabalho, depois das férias grandes, cheios de energia (...), com vontade de revolucionar e fazer mais e melhor e com apetite por novas e desafiadoras experiências, mas, assim que ligam o computador, percebem que, afinal, nada mudou, os projectos que vos atribuíram são os mesmos de há demasiado tempo, contribuindo para que a vossa motivação por novas e desafiadoras experiências vá pelo cano ao fim de pouco mais de duas horas?
Pois.

Na boca do crocodilo

Retirado daqui.

Val.nom.est.ar compr."Esper.p/peç"

Até parece latim, mas não é. Isto foi o que resultou da tradução de uma frase completa, originalmente em alemão, depois de aplicar a delimitação de caracteres imposta pelo cliente, esse ser estranho e maniento. O processo para verificar a delimitação é bastante moroso, pois implica que aplique a fórmula em cada célula individual, sendo que, para este trabalho em concreto, estamos a falar de, em média, largas centenas de células por ficheiro. São 8 ficheiros. O maior deles tem 2832 linhas.
Mas prometo terminar este texto antes de dar um tiro na cabeça.

E quem vai ler, ou melhor, perceber uma frase destas? Pois, não sei. Nem sequer sei em que visor de que maquineta é que é suposto isto aparecer. Provavelmente uma embaladora de garrafas ou uma máquina de termocolagem, que é o que me costuma calhar na rifa.

Isto é o meu trabalho,  a maior parte das vezes. Não é tradução. É contagem de caracteres e invenção de abreviaturas. De vez em quando lá aparece uma tradução médica, que eu adoro, ou a revista bimensal de arquitectura, onde costumo atingir o nirvana. Mas as traduções que exigem que mais puxe pela cabeça são as que têm prazos mais (ridiculamente) apertados, ou seja, mais propensas a causar crises de stress. Lá se vai o nirvana.

Muitas vezes me pergunto porque é que ainda não mudei de emprego. Uma vez por ano costumo ter uma grande crise profissional-existencial, longas conversas com o homem da casa que me faz sempre ver porque é que eu tenho um trabalho e uma vida espectaculares, mas, nunca acreditando nele, lá vou eu a uma ou duas entrevistas. Mas nunca nada que me encha as medidas. Porque, na verdade, eu não sei o que fazer para além disto. E porque há sempre a esperança (e a possibilidade) de fazer, nas horas vagas, uma tradução jurídica ou de carácter empresarial. E disso eu gosto e nem sinto o passar do tempo. E depois há os meus chefes. Que são, possivelmente, os chefes mais porreiros do mundo. E o facto de trabalhar em casa. Se eu fosse trabalhar para outro sítio, como raio é que poderia fazer máquinas de roupa à hora de almoço?

De qualquer maneira, é nestas ocasiões em que costumo pensar naqueles trabalhos que ninguém quer ter, para me dar algum ânimo nos dias em que só me apetece chorar e dar murros no Excel. Esta lista é um bom exemplo dos piores trabalhos do mundo. Mais sugestões para incluir no post-it a colar no ecrã ao 14º dia de desânimo?


P.S.- E dispenso comentários do género "Ao menos tens trabalho". Como me disse uma amiga há pouco tempo, não temos de gostar do trabalho que temos e não é por outros estarem no desemprego que temos de dar graças diárias por fazermos aquilo de que não gostamos. Eu gosto do que faço. Dois dias por mês. Por isso, nos outros 20 dias costumo sonhar em ter dinheiro para me poder dedicar àquilo que realmente me dá prazer. Que é? Ah, isso agora.

Mãos frias... coração quente?

A pior parte de trabalhar em casa é o frio.
A casa onde vivo actualmente não é particularmente fria. Na verdade, de todas as casas onde já vivi é capaz de ser a menos fria (à excepção das casas na Alemanha sempre bem aquecidas à temperatura "t-shirt"). Mas quando não se tem ar condicionado como havia no escritório e se está sentado ao computador durante 4 horas, não há parte do corpo que não comece a congelar, desde as solas dos pés à ponta do nariz.
As mãos são as mais afectadas porque são as únicas que não posso aquecer sem que isso afecte o meu rendimento. Já experimentaram teclar de luvas? Pois.
Portanto, do que eu preciso é de uma coisa assim:


Os detalhes do projecto estão aqui. Só preciso de alguém que saiba tricotar e se disponibilize a fazer umas. Eu pago!!!

P.S.- Se souberem de moldes para aquecedores de nariz, também agradeço.