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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

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Coisas de vestir feitas à mão - Poncho em crochet

Nunca pensei ficar contente por ter chegado o frio, mas ontem vesti pela primeira vez o meu primeiro poncho feito à mão, que é também a primeira peça acabada e rematada que já fiz em crochet.


A satisfação de vestir uma coisa feita por nós é enorme e este poncho é tão fácil de confeccionar que qualquer estreante em crochet o pode fazer. Baseei-me neste modelo de um revista de crochet (quem quiser pode pedir-me a receita do modelo),


mas achei as explicações muito confusas e decidi simplificar a coisa. Foi mesmo muito simples de fazer e com a escolha da lã adequada e de cores bonitas fica uma peça bem gira.

Quanto à lã, comprei dois novelos de cada cor da Schachenmayr Boston, mas isto foi porque a comprei antes de fazer o workshop de tricot com a Rosa Pomar e saber tudo sobre as várias lãs portuguesas 100% de algodão, fiadas e tingidas por processos artesanais e obtidas de ovelhas bem portuguesas que andam soltas, felizes e são tosquiadas por processos que não as magoam, que há à venda na Retrosaria (exemplos: Beiroa, João, Zagal...). A lã que comprei antes de saber isto tudo é alemã, 70 % de acrílico, feita sabe-se lá onde (sabiam que a nossa marca Rosários manda vir a lã da Nova Zelândia? ah pois...) e sabe-se lá de que ovelhas tristes e mal tratadas. Mas isso sou eu que ligo a estas coisas. De qualquer maneira, precisam de, pelo menos, 100 gr para o tamanho M.

A receita é mais ou menos assim:

1. Façam um círculo de correntes que caiba na vossa cabeça (no meu caso, fiz cento e tal, mas como não anotei, já não me lembro...), prendam na primeira corrente com um ponto baixo. Convém ser múltiplos de quatro, um número par, portanto, para bater certo e conseguirem uma assimetria entre a parte da frente e a parte de trás.
2. 1.ª volta: façam a seguinte sequência: 1 pau em cada um dos 3 pontos seguintes, 1 corrente e salta um ponto, consecutivamente até ao fim. Deverão terminar com uma corrente a unir ao primeiro pau que fizeram. Portanto: 3 paus em 3 pontos, respectivamente, 1 corrente e salta um ponto (são 4 pontos no total, 4 pontos da corrente anterior).
3. 2.ª volta: no primeiro espaço de corrente da volta anterior, façam 3 paus. Depois, uma corrente e novamente 3 paus no espaço de corrente anterior. E assim sucessivamente até chegarem ao ponto onde querem fazer os aumentos, atrás e à frente (tem de ser simétrico). Aí têm de fazer um aumento: 3 paus + 1 corrente + 3 paus no mesmo espaço de corrente. Fazem isto duas vezes, atrás e à frente. Faz uma espécie de V.
Não sei se me consigo explicar bem, não estou nada habituada a ensinar crochet, mas espero que dê para perceber melhor por esta foto:


4. Para as restantes voltas, ir trocando de cor e fazer sempre o mesmo processo descrito em 3. Usei 6 cores que alternei a partir de uma sequência definida. O rosa é a cor predominante que serviu para o decote e o cós. O tamanho é a gosto. No meu caso, fiz 4 sequências de cores + 1 volta, portanto 25 voltas, começando e terminando com o rosa.

5. No cós fiz um picô de pontos duplos e baixos e no decote fiz uma espécie de canal para passar uma trança de fio rosa para acomodar melhor ao decote, mas que é perfeitamente dispensável se fizerem o decote à vossa medida, sem ficar demasiado largo.

6. No final, para rematar as pontas, usem de toda a vossa paciência, munam-se de um copo de vinho ou aluguem mãos alheias. É que rematar pontas é mesmo a parte pior.

Ah, já me esquecia: usei uma agulha 8!




Entretanto, não resisti e já comecei a fazer um igual para a Inês, com a lã que sobrou e outras cores mais infantis. Para o tamanho de 4 anos, fiz 64 malhas para o círculo do decote.



Entretanto, já decidi que a Alice também merece, coitada, mas como ainda é bebé vai ser com a lã João, daqui, 100% de lã  e 100% portuguesa, e umas cores tão doces que vou querer estar sempre a apertá-la.

Quem quiser ir acompanhando este projecto, ou simplesmente para cuscar a minha vida, podem ir ao meu Instagram que lá levantei a censura.

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