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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Há sempre uma próxima vez

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Tinha planeado visitar alguns monumentos, museus, galerias, ir até à minha antiga casa, ir aos restaurantes de antigamente, mas acabei por nao fazer nada disso. Os restaurantes de antigamente já nao existem, os monumentos parecem Versailles nos feriados da Páscoa, com filas de 3 horas para entrar, e a minha antiga casa nao me iria trazer nada de novo. Decidi, assim, andar, andar, andar. Andar muito a pé. Andar até ganhar bolhas (check) e me incharem os pés (check). Andei sem rumo e sem mapa, com aquela seguranca de quem sabe por onde anda e aproveita cada passo para observar cada canto, cada pessoa, o céu quase sempre azul e os meus pensamentos que divagavam ora em 2006, ora em 2015.

 

É inevitável fazer comparacoes. Em 2006 nao havia tantos turistas, nao havia tantos prédios novos, nao havia tanta escolha de restaurantes, lojas e centros comerciais. Em 2006, já se comecava a investir na cidade e havia sempre obras aqui e ali, mas agora as obras sao monumentais e omnipresentes. Para passar por baixo das Portas de Brandeburgo é preciso ter cuidado para nao pisar ninguém e para conseguir tirar uma fotografia sem turistas é preciso apontar para o céu.

 

Mas Berlim é, antes de mais, uma forma de vida. Um estilo de vida descontraído que nao se encontra em Lisboa. E este estilo de vida ainda existe, o Berliner Flair ainda cá está para nos seduzir e encantar. Berlim tem aquele encanto (in)explicável que nos faz encontrar sempre graca na cidade. Nunca senti isso com Lisboa nem com nenhuma outra cidade. Continuo a sentir-me muito bem aqui, a sentir-me em casa. Mas, já dizia o outro, home is where your heart is. E o meu coracao está em Portugal, numa pacata vila à beira do mar, numa casa com duas criancas adoráveis e um homem que eu adoro (estou cheia de saudades).

 

O meu voo parte daqui a poucas horas e estou feliz por me ir embora. Foi a duracao certa para uma viagem egocentrica de regresso ao passado, onde me reencontrei no presente. Nao fiz tudo o que queria fazer, mas o que faltou fica para a próxima. Berlim nao vai a lado nenhum.

 

(ficaram algumas coisas para dizer sobre os amigos que cá deixo, mas terá de ficar para quando pisar solo portugues)