Mudar de ideias é normal
Quando fui viver sozinha, quis levar comigo algumas coisas do meu enxoval. Por muito feias que fossem, sempre evitavam ter de gastar muito dinheiro logo de uma vez a comprar lençóis e atoalhados (não podia deixar de escrever esta palavra no mesmo texto em que falo de enxoval...).
Mas a minha mãe não deixou. «Só quando te casares.»
Anos depois, quando viu que mesmo que me casasse, a situação de concubinato em que eu vivia já tinha desfeito quaisquer sonhos de donzela virgem que pudesse ter para mim, obrigou-me a ir buscar o enxoval porque «precisava do espaço».
Em consequência, como já não precisava de nada porque anos antes tivera de comprar tudo, acabei por dar a maior parte das coisas a quem não se importasse de dormir entre folhos e rendas.
Ela não sabe. Se soubesse era capaz de me deserdar. Filha manceba, vá que não vá, ingrata é que não.
Mas a minha mãe não deixou. «Só quando te casares.»
Anos depois, quando viu que mesmo que me casasse, a situação de concubinato em que eu vivia já tinha desfeito quaisquer sonhos de donzela virgem que pudesse ter para mim, obrigou-me a ir buscar o enxoval porque «precisava do espaço».
Em consequência, como já não precisava de nada porque anos antes tivera de comprar tudo, acabei por dar a maior parte das coisas a quem não se importasse de dormir entre folhos e rendas.
Ela não sabe. Se soubesse era capaz de me deserdar. Filha manceba, vá que não vá, ingrata é que não.