Sexo fraco
Ontem, num jantar, eu no meio de um grupo de rapazes que relatavam as suas experiências no bloco operatório ao lado da mulher, ou longe dela, como parecia ser a tendência, uns, porque desmaiavam ao ver sangue, outros porque a noite em questão era noite de Sporting-Braga, outros porque cederam generosamente o lugar à sogra, e eu a pensar nas minhas 23 horas de parto e no meu estado cosido e dorido e hormonalmente desfigurado quando me deixaram sozinha com a criatura na enfermaria, a ter de me desenrascar como muito bem o fiz, enquanto o rapaz ia para casa dormir ou então festejar com os amigos para uma tasca espanhola, e depois a nós é que nos chamam o sexo fraco.
O que vale é que, de todo o grupo, o meu rapaz fora o único a permanecer sempre ao lado da mulher durante as 23 horas de parto e a cortar o cordão umbilical e só por isso me abstive de qualquer comentário jocoso e continuei a emborcar a bela da sangria.
O que vale é que, de todo o grupo, o meu rapaz fora o único a permanecer sempre ao lado da mulher durante as 23 horas de parto e a cortar o cordão umbilical e só por isso me abstive de qualquer comentário jocoso e continuei a emborcar a bela da sangria.