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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Pós-amamentação

Assim como há a consulta da revisão pós-parto aproximadamente 6 semanas após o parto, também devia haver a consulta de revisão pós-amamentação aproximadamente 3 a 4 semanas depois de deixarmos de amamentar de vez. Idealmente seria uma consulta tripartida: médico de clínica geral para avaliar o estado geral das coisas, seguido de consulta com profissional de estética para prescrever uns quantos cremes refirmantes e, para finalizar, consulta com psicólogo só para garantir que não houve danos emocionais irreparáveis na mulher depois de descobrir que mamas boas já era. Nos casos mais gravosos ou naqueles em que se comprovasse ser indispensável para o bem-estar da mulher, consulta totalmente comparticipada com cirurgião plástico e demais intervenções recomendadas.

Isto é, claro, uma ideia estapafúrdia. Mas foi a que me ocorreu enquanto olhava para o espelho e era apresentada às minhas maminhas novas: duas saquetas de chá!

Agora que penso nisso, a culpa foi do queijo

Depois do pesadelo da noite de ontem, cujo total de horas dormidas não deve ter ultrapassado as três, quando hoje acordei às duas e meia da manhã, depois de estar a dormir há 3 horas sem interrupções, senti-me profundamente feliz e afortunada. Dormir 3 horas sem interrupções é, desde há várias noites, uma bênção dos deuses. Como sempre que acordo feliz e recuperada me costuma dar a fome, antes de voltar ao quarto ainda passei pelo frigorífico e roubei uma fatia de queijo que é daquelas coisas que gosto de comer no escuro (whatever).

Tivesse eu sabido o que me esperava no quarto e tinha-me demorado um pouco mais à porta do frigorífico. Entre amamentar a Alice e perceber que o motivo por que ela não conseguia voltar a adormecer era fome (maminhas já viram melhores dias) passaram três horas, (caso não tenham percebido: 3 horas), durante as quais houve tempo ainda para acudir à mais velha, que acabou por se vir enrolar na nossa cama, e adormecer a mais nova ao colo, tal era já o desespero. Quando voltei a adormecer, já perto das seis, ainda levei com uma série de pontapés da mais velha para acordar com o despertador pouco depois e não acreditar muito bem no que me estava a acontecer. Só acreditei quando me olhei ao espelho e percebi que, no lugar da cabeça, tinha uma grande e redonda bola de râguebi. Ou qualquer outra coisa de forma e tamanho semelhantes.

Liberdade

Amanhã celebra-se a liberdade.
Ontem a pediatra da Alice deu-me uma nova razão para celebrar a liberdade.
"Mãe, o seu leitinho já não chega. Está na hora de passar para o leite artificial."

Eu, que sempre achei isto do leite materno já não ser suficiente 1) um azar do catano, 2) sabedoria popular de pacotilha e 3) uma boa desculpa para as mães beberem vinho, senti-me a ser atropelada por um camião TIR. Daqueles com atrelado e com carga até ao tejadilho.

Apesar de já saber que a Alice não andava a engordar o que era suposto e de ter optado por iniciar as papas e sopas mais cedo do que o previsto, não estava preparada para isto. E, apesar de achar que dar de mamar depois dos sete, oito meses não é para mim, deixar aos cinco parece-me demasiado cedo.

A porra é que me custa imenso começar a separar-me dela, cortar este vínculo tão íntimo, tão nosso, que me custou tanto a conquistar para agora ter de ser numa questão de dias.

E depois a sacana também não está para aí virada. Biberão? Mas que merda é esta?!? E como eles sentem a nossa ansiedade, a magana hoje já nem a sopa quis comer e eu estou aqui assim numa espécie de frangalho a pensar que, se calhar, adiava bem aquele copo de Merlot por mais duas semanas de amamentação.

Mas é o que temos e não vale a pena chorar. Só espero que o primeiro copo de vinho que beber seja bem melhor que um Merlot.

A era pós-torradas com manteiga (ou o combate às banhas)

Teaser (daqui)

Farta das banhas acumuladas na gravidez, ando a tentar emagrecer. Já não tentava emagrecer há uns 6 anos quando fui diagnosticada com pré-diabetes - emagreci, mudei a minha alimentação, comecei a fazer exercício (nem sempre numa base regular) e reverti os valores para um estado de não (pré-)diabética. 1-0 para mim. 

Engravidei da Alice e a coisa descambou. Não só comecei a comer o que me apetecia (e apetecia-me tudo a toda a hora), como tive uma gravidez bastante sedentária devido à baixa forçada. É claro que os quilos a mais ainda se fazem sentir 4 meses depois do parto. Não estando gorda, estou com "aquele" pneu na zona abdominal e pernas que parecem claras em castelo. Como já não sou pessoa para me conformar com o meu corpo e não me escondo atrás da gravidez como desculpa para me desleixar (continuo a pensar mais ou menos da mesma maneira desde este post, se bem que não tão fundamentalista), iniciei uma dieta pró-amamentação com o início da Quaresma Infiel. Como estou a amamentar, não posso entrar em dietas extremas, mas posso perfeitamente cortar nas comidas processadas, no pão e nos doces, comer mais salada às refeições, fruta em vez de sobremesa, beber muita água e sumos verdes (diz que está na moda mas eu já os ando a beber há algum tempo), comer mais vezes durante o dia e menos de cada vez, e foi o que fiz. Comecei também a investir no exercício físico. Voltei a correr (ou mais ou menos), tenho tido treinos personalizados uma vez por semana que me deixam com um andar estranho durante cinco dias e estou agora a complementar este treino com aulas de ginástica localizada no ginásio e outros treinos que o PT me manda fazer em casa (que incluem coisas que parecem tão simples como saltar à corda, mas gostava de vos ver a saltar à corda durante oito minutos seguidos sem vomitarem os pulmões!). Todos os dias tenho dores musculares em alguma zona do corpo, mas a verdade é que já reduzi 2 cm de perímetro abdominal desde há um mês, portanto vejo estas dores como aliadas de um corpo esbelto e firme (haha!).

Mas eu gosto de comer. E, portanto, a comida na fase de emagrecimento tem de me saber bem. Começando com o pequeno-almoço, aquela refeição que nos deve dar energia para o dia, gosto de alternar e, principalmente, de ir para a cama a pensar no pequeno-almoço do dia seguinte. Isso nunca me aconteceu quando comia só torradas! E o pequeno-almoço que mais me faz salivar (literalmente) são as overnight oats. Ou seja, papas de aveia com iogurte e fruta em camadas preparadas na noite anterior (o que ajuda a ir para a cama a pensar nelas), uma espécie de trifle de aveia saudável. Já experimentei várias receitas, mas tenho-me mantido fiel à mesma receita básica que já não sei se fui eu que inventei se vi em algum lado. Como nenhuma das minhas experiências ficou dignamente fotografável, a coisa parece-se mais ou menos com isto

imagem do Pinterest

[e faz-se assim:

2 colheres de sopa de aveia
leite vegetal para cobrir a aveia
1 banana pequena
1 iogurte grego natural (ou outro qualquer)
5 ou 6 framboesas (ou outra espécie de fruto silvestre)
frutos secos (noz, amêndoa, avelã e caju, 2 ou 3 de cada qualidade) e/ou bagas góji
Xarope de agave (ou de áçer ou mel) por cima dos frutos secos

Juntar a aveia com o leite no fundo do frasco, depois juntar os ingredientes em camadas pela ordem da lista de ingredientes (primeiro a banana, depois o iogurte, etc.) sem mexer (esta parte é importante) e reservar 6-8 horas no frigorífico.]

Fica delicioso! Vão por mim: é de comer e chorar por mais. Logo de manhã recebo assim a minha dose de fruta, cereais e energia para uma manhã proveitosa.

Mais receitas de overnight oats aqui e a receita base.
Outras imagens de babar no sítio do costume.

Se tiverem interesse, posso escrever sobre os ditos sumos verdes de que toda a gente fala agora. Se não tiverem interesse, escrevo à mesma que de democracia não reza a blogosfera.

Topless

Nunca eu pensei precisar da ajuda de uma Conselheira de Amamentação, mas é bem feita para não cantar de galo e achar que lá porque da primeira vez correu tão bem, da segunda também tem de correr. Já chorei, de dor e não só, já contactei a SOS Amamentação três vezes, já fiz esquemas na minha cabeça sobre a melhor forma de deixar de amamentar, já sorri para dentro só de pensar no primeiro copo de vinho tinto que vou poder beber logo a seguir, depois auto-flagelei-me mentalmente por pensar nisso, e agora estou na derradeira fase de dar mais uma hipótese à mama dorida para se pôr boa de vez e depois não se fala mais nisso. Em breve virá cá a casa uma senhora voluntária (avé a todos os voluntários do mundo!) para me mexer na mama mais uma vez. 

Uma pessoa tem filhos e perde qualquer pudor, qualquer vergonha de se apresentar nua perante seja quem for. Depois de no hospital ter tido as partes baixas remexidas por trinta e sete pessoas diferentes (número aproximado) - e já lá vão dois partos, façam-lhe as contas -, ter sido obrigada a fazer o primeiro chichi pós-parto com um enfermeiro (sexo masculino) ao meu lado a ver se eu não desmaiava, e depois ainda isto das mamas, meus amigos, já dou o corpo ao desbarato*.

Não fossem as mamas descaídas e no Verão até fazia topless.


* não é para ser levado à letra!

Post patrocinado pelo aéroome*

Ela é calminha. Super calminha. Muito mais calma, dorminhoca e menos chorona do que a irmã quando nasceu (e se a irmã já era calminha... Ou boazinha como dizem.)
Às 3 semanas já fazia intervalos entre mamadas superiores a 4 horas durante a noite. A pediatra deixava. A moça crescia bem. Cedo começou a dormir 6 horas seguidas. E nós deliciados, claro.
Mas cedo também comecei a perceber que o mais novo membro da família era hiper sensível ao que eu como. Ao princípio, a amamentação funciona muito por tentativa e erro, pois, tirando os alimentos óbvios como as leguminosas, nem todos os bebés têm a mesma reacção aos alimentos que passam para o leite materno. Foi assim que comecei a riscar do cardápio todos os crucíferos (couves, brócolos, etc.), lacticínios (eu já não bebia leite de vaca, mas consumia regularmente os seus derivados), chocolate (chuif) e marisco.
O marisco, que fez parte do menu natalício, provocou-lhe uma borbulhagem no corpo todo. Uma semana depois, por esquecimento, comi dois (2!) camarões e pimba!, no dia seguinte lá estava a carinha cheia de pintinhas...
Quanto ao café, depois de um mês sem o tomar e de me senfir refrescantemente liberta do vício, um dia -hoje- após uma noite menos boa (que ainda não houve uma noite verdadeiramente má), achei que uma pequena dose de cafeína 2 horas e meia antes da mamada não iria fazer mal.
Pois.

Não havendo o que a acalmasse a tarde toda, não me restou alternativa senão prometer-lhe ao ouvido que não beberia mais café nos próximos meses. Em troca espero a continuação de noites tranquilas. Vamos ver como corre o combinado...

Claro que, e isto do fruto proibido é tramado, agora dava o "cu e oito tostões" por um copo de vinho tinto (ou dois) e uma sobremesa de chocolate, qualquer uma, qualquer porcaria com chocolate, recheio de chocolate e cobertura de chocolate que já me está a fazer salivar e é melhor parar com estes devaneios, venha o chá de funcho.

E é assim que não sei como me vou safar no jantar da passagem de ano.


*não me ocorreu melhor título