Gostar de ti
Quando fui mãe, percebi que ia ter um desafio. Além de todos os desafios inerentes à maternidade, eu iria ter um desafio especial em transmitir segurança e autoestima às minhas filhas. Há umas semanas, a minha filha mais velha, de apenas cinco anos, começou a queixar-se dos sinais que tem na zona do decote, que eram feios e queria escondê-los. Não sei se alguém lhe chamou a atenção para os sinais, se foi ela própria que reparou neles e decidiu que eram feios. Ainda tentei dissuadi-la, mas nesse dia foi para a escola de lenço enrolado no pescoço. Passei o dia todo o pensar nisso. No dia seguinte, não a deixei pôr o lenço ao pescoço. Recordei-a de que a mamã tem um problema num pé e numa perna e que as pessoas olham para as minhas cicatrizes, mas que, ainda assim, às vezes ando de saias ou calções. Temos de gostar de nós como somos e não deixar que ninguém diga como devemos ser. Ela percebeu e não voltou a pedir para tapar os sinais. Porque, às vezes, a mamã anda mesmo de saia ou calções e, por isso, a mamã faz o que diz.
Há apenas dois anos não poderia ter dado o exemplo. Como é que eu lhe poderia dizer que não devemos ter vergonha do nosso corpo quando eu tinha vergonha do meu? O que lhe responderia se me confrontasse? Felizmente, já não estou nessa posição. Felizmente, estou a construir uma suficiente dose de autoestima em mim para a poder passar às minhas filhas.
Gostava que o tivessem feito por mim.
Este trailer é de um filme visa inspirar as mulheres em todo o mundo a gostarem de si mesmas. Infelizmente, está a ser banido das saladas de cinema por, aparentemente, mostrar "demasiada carne". Vê e partilha se te identificas e se gostarias de o ver numa sala de cinema. Vê e partilha para que mais mulheres possam ter acesso a esta mensagem: ninguém te pode dizer como é que o teu corpo deve ser para que possas gostar de ti. Ninguém.