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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

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Wikstens e mais Wikstens

Tinha esta capulana que a minha sogra me tinha trazido de Moçambique e já a tinha reservado para uma Wiksten. Não podia deixar acabar o Verão sem resolver o assunto.

Eis o meu quinto tank top da Wiksten! Não sei porquê, faz-me lembrar o interior de uma construção Lego. Adoro o tecido, não podia adequar-se mais.

 

 

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Vai juntar-se às outras que fiz nos últimos dois anos. As do lado esquerdo foram as primeiras e são as que me ficam mais largas. Depois, fui estreitando um pouco o molde para o decote não ficar tão escancarado, mas sem lhes retirar o jeito largo e vaporoso.

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Se calhar, cinco Wikstens já chegam. Pelo menos este ano.

Passemos agora para as Wiksten Tova. É altura de superar o medo das mangas!

Uma toalha de capulana para a praia

Antes de ir de férias, meti na cabeça que queria uma toalha nova. Lembrei-me da capulana que trouxe de Moçambique em 2011, oferecida por uma amiga, com um padrão lindíssimo mas que dava pena cortar porque iria quebrar o desenho.

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 Não é lindo? Agora faz-me lembrar o leão Cecil...

 

Ficou 4 anos na gaveta, até ter tido a ideia de fazer uma toalha para levar para a praia. Como as bainhas até já estavam feitas, só tive de comprar umas franjinhas, uma fita grega, coser em baixo e em cima e... voilá, uma toalha gira para a praia!

 

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 Agora vou ali de férias e já venho.

Linha a linha

O "mal" de estar quase a acabar a manta (é que está mesmo quase), foi ter despertado o bichinho da costura. Com o bom tempo aí, só me apetece encher o meu roupeiro de blusas Wiksten. As duas que fiz o ano passado foram usadas até à exaustão e este ano já foram estreadas, o que prova que isto de fazer roupa para vestir, quando fica bem feita, é um caso de sucesso. Não só são peças feitas totalmente ao nosso gosto e medida, com tecidos que escolhemos intencionalmente, como ainda nos enchem de orgulho por terem sido feitas por nós, o que dá vontade de as usar e usar e usar.

Este ano, vou aventurar-me com a Wiksten Tova. Provavelmente na versão sem mangas, que o calor está aí e a minha inaptidão para mangas está mais do que comprovada. Mas, para já, vou refrescar a memória com mais um ou dois Wiksten Tank Top, nas suas mais variadas versões.

Dou por mim a desejar terminar o trabalho mais cedo para ir costurar (nunca consigo) ou a escapulir-me durante a confecção do jantar (que cá em casa está sempre a cargo do homem) o tempo suficiente até a Alice dar pela minha falta (situação revisitada) que normalmente dá só para marcar uma das partes do molde no tecido...

Mas grão a grão, linha a linha, estou certa que antes do final do Verão terei roupa nova!

 

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Partos difíceis

Arundhati Roy escreveu a sua obra-prima "O deus das pequenas coisas" aos bochechos. Tinha o manuscrito na gaveta e, sempre que podia, escrevia duas linhas às escondidas. Ou isto é mentira ou é deveras impressionante como ela conseguiu manter o fio condutor e escrever uma história com cabeça, tronco e membros. Ainda este fim-de-semana falei nisto.
 
Similarmente, embora noutro registo completamente diferente e sem as mesmas genialidade e perfeição, assim aconteceu com o meu primeiro tank top Wiksten. Invejando as blusas da Rosa Pomar, decidi comprar o molde e confeccionar a peça em casa. Comprei um tecido para o efeito que adorei e que me custou os olhos da cara (bem feita para aprenderes a perguntar o preço antes), mas à laia de teste experimentei antes numa capulana escura (sempre disfarça melhor as imperfeições) que trouxe de Moçambique.
 
 
Foi um parto difícil. Não pela dificuldade de confecção em si, porque não é mesmo nada difícil, mas porque nunca me consegui sentar diante da máquina de costura durante mais de 20 minutos seguidos. Ora era a bebé que me pedia colo, ora eram as obras no andar de cima que me obrigavam a sair de casa, ora isto ou aquilo, o certo é que demorei bem mais de duas semanas a fazer uma coisa que se pode fazer numa manhã. Quando finalmente a acabei, foi uma emoção e constatei que está quase-quase perfeita e que sem soutien de amamentação é que vai ficar mesmo bem... Agora é esperar pelo bom tempo para a poder usar!
 
De parto bem mais difícil foi o cachecol de quadrados (granny squares) que fiz para a mais velha. A bem dizer, era para ser para mim, mas a preguiça falou mais alto e para a pequena sempre foram uns quantos quadrados a menos que tive de fazer. Comecei durante a minha baixa forçada, ainda grávida, mas só voltei a pegar nele depois do workshop que me ensinou a pegar quadrados e a fazer rosetas, a minha nova perdição. E também foi assim, aos bochechos como o livro de Arundhati, tentando não lhe perder o fio à meada. As  pontas ia-as rematando enquanto passageira nas viagens de carro e aos fins-de-semana com as minhas filhas ao lado, uma a olhar e a outra já a querer imitar-me, e percebi que isto de rematar pontas de quadrados e rosetas é tarefa para levar qualquer pessoa à loucura total. A blusa em rosetas que estou a fazer para mim é bem capaz de ficar pelo caminho só de pensar no trabalho de remate que me espera. Ainda assim, a satisfação de ver acabado algo manufacturado por nós é impagável. Uma espécie de cura para a falta de auto-confiança. Mesmo.
 
 
 


 

 
 

Fim-de-semana artesanal

Então, lá desisti dos sabonetes. Em vez disso, fiz um écharpe com apliques, cuja foto não vou colocar aqui porque preciso mesmo de continuar convencida que está muito giro e digno de oferecer à sogra. De resto fiz praticamente todas as prendas, tirando uma para o pai, porque já não tive forças de me pôr a pintar madeira, e a bolsa para a cunhada, porque houve sempre alguma coisa que correu mal nas duas que fiz. Além disso, para grande desgosto meu, os tecidos de capulana que trouxe de Moçambique revelaram ser de péssima qualidade....
Cheira-me que vou ter mesmo de espreitar aqui para fazer uma coisa decente do princípio ao fim. Ainda tenho 5 dias, tudo é possível!

Ora, os resultados foram mais ou menos estes:

A bolsa (uma das) que não ficou tão bem como parece.

 

Os preparativos para a festa dos dois anos da filhota, cuja decoração ficou a meu cargo, mas como me embrenhei demasiado nas prendas de Natal, acabei por não conseguir delinear um tema para a festa. Portanto, vai ser o tema dos retalhos e do que há cá por casa!

 

Os marcadores de livros para oferecer a montes de gente.
5 já foram, que isto é tudo gente culta e letrada.

 

O porta-lápis para oferecer ao amiguinho-surpresa na escola, no dia da festa de Natal. Podia ter comprado qualquer coisa, mas quis ver quanto tempo demorava a fazer um. É que o plano inicial era fazer 14 para distribuir nos party favour bags que ainda vou ter (help!) de preparar para a festinha de anos da Inês na escola. Resultado: decidi simplificar! O homem vai fazer umas coisas desidratadas e eu...
...vou ao chinês!

 

O raio das pegas para a avó e para a tia.

 

Os saquinhos de alfazema que ainda vou ter de encher. Sem stress, ainda tenho 5 dias!

 

A malinha para a prima de 6 anos. Pronto, acho que esta ficou gira!

 

Os passarinhos para o móbil que custaram a encher comó raio para o mais novo membro da família que vai nascer em breve.

 

A bolsa para a mãe que, segundo já me disseram, tem um ar assim "esquisito" e não serve para pôr nada (visão masculina da coisa, vale o que vale). Eu cá achei o molde super fácil de fazer...
 
De modos que depois de tudo isto em 2 dias estou com uma grande dor de pescoço.

Estou a chegar



Já cá estou, mas às vezes parece que ainda estou lá. Ou como os moçambicanos dizem "Estou a chegar". Vou chegando, devagarinho, para não custar tanto de uma só vez.
Na verdade, não custou voltar. Não custou retomar a rotina. Não custou regressar ao trabalho. Porque já antes de chegar as saudades eram tais que nem consegui apreciar bem a última almoçarada no Mercado do Peixe em Maputo, as saudades eram tais, que me obriguei a dormir no avião para que o tempo passasse depressa, as saudades eram tais que, quando cheguei, quase não reconhecia a bebé que cá tinha deixado e que já não era assim tão bebé e até já dizia frases no pretérito perfeito e me deu tantos beijinhos que desejei que todos os dias fossem dias de reencontro.
E, de repente, foi como se nunca me tivesse ausentado. Desfeitas as malas, distribuídos os presentes, empilhados os 70 metros de capulanas que trouxe (...), o que custa mesmo é lembrar-me que fui e já voltei, o que custa mesmo é passar as fotografias para o computador e pensar que já lá não estou, o que custa mesmo é dizer tanto em tão pouco tempo, que é o tempo que me sobra no fim. O que custa mesmo é o frio que por cá faz. Ou não custa, na verdade. É que ouvir a minha filha dizer "Está friooooo!" sempre que saímos de casa, faz-me querer ir e voltar outra vez para me reapaixonar por ela a cada segundo.
O gato, esse, engordou. Patrão fora...