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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

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Costurar para ajudar

O Projecto Dress a Girl Around the World dedica-se a vestir meninas desfavorecidas em África. O grupo de voluntárias portuguesas reúne-se na The Craft Company para coser vestidos tipo pillowcase, mas quem não se puder deslocar até lá no próximo dia 22, pode fazê-los em casa e enviar. Este modelo de vestido foi o primeiro que fiz quando aprendi a costurar. E de vez em quando ainda faço um. É um modelo super fácil, passível de ser executado por principiantes.

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A página de Facebook Dress a Girl Around the World Portugal fornece as instruções e medidas para fazer vestidos dos 6 meses aos 12 anos. Vou deixar aqui as instruções e medidas que retirei do site e que qualquer pessoa pode consultar, apenas para facilitar e talvez motivar as leitoras a fazerem um vestido. Podem enviar os vossos vestidos para a seguinte morada:

The Craft Company

Praça Dr. Francisco Sá Carneiro 4B, 2750-350 Cascais

A Cose+ também publicou hoje um tutorial para fazer estes vestidos.

 

Requisitos na escolha do tecido:

- O tecido não pode ser transparente.

- O tecido deve ser de algodão.

- Os vestidos devem ser encaminhados para a The Craft Company com vista à colocação das devidas etiquetas antes de enviados aos destino final. 

 

Aqui têm as instruções. Boas costuras!

 

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Instruções. 

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Medida da cava 

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Medidas dos 6 meses aos 12 anos 

Fashion Revolution Week

Nem mais. Em plena busca por alternativas éticas e sustentáveis para comprar roupa, acontece a Fashion Revolution Week, uma campanha de sensibilização que nasceu na sequência da morte de milhares de trabalhadores têxteis no Bangladesh, a 24 de Abril de 2016. Ainda há pouco tempo falei aqui sobre esta questão de saber o que se compra e de onde vem o que se compra. Prometi trazer uma lista de marcas de roupa portuguesas e/ou fair-trade, mas ainda não concluí a minha pesquisa. Para os impacientes deixo aqui a lista elaborada pela Salomé Areias do Fashion Revolution Portugal com algumas marcas de roupa, sapatos e acessórios que seguem princípios éticos de confecção de roupa.

 

O meu amadorismo na costura e o meu pouco tempo não me permitem fazer todas as minhas roupas nem as das minhas filhas. Vou fazendo uma coisa ou outra, mais por gosto do que por necessidade. Mas, nos últimos anos, tenho valorizado bastante este poder que saber fazer nos dá, esta liberdade das teias da moda e da ditadura da sociedade. Por isso, continuo a fazer, ainda que com falhas e imperfeições e muitos atrasos pelo meio.

 

Como esta túnica Wiksten Tova que comecei em Setembro do ano passado, mas cujas mangas me deram cabo do juízo. Assim ficou, de alfinetes postos, à espera de melhores dias - estes dias. Quando me apercebi que esta semana de slow fashion já tinha começado, já era tarde para começar um projecto novo. Foi aí que me lembrei desta túnica inacabada e decidi enfrentar a fera.

Surpreendentemente, não tive problemas com as mangas, mas não sei se gosto muito do resultado final. Não sei se é do tecido ou da fita grega que lhe dá um ar meio folcrórico (foi para esconder uma imperfeição no decote...), se é mesmo do ar largueirão da túnica que mais parece servir melhor a uma grávida do que a alguém não grávida... Já o outro molde Wiksten também é para o largo, estou em crer que não fui eu que aldrabei o molde.

 

Ainda assim, estou feliz por tê-la finalmente terminado ainda a tempo de a vestir na Primavera e determinada a dar uma segunda oportunidade ao molde com um tecido mais discreto.

Desta vez, sei bem quem fez a minha roupa. Sem etiqueta. Com amor.

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#imademyclothes

 

 

Saia Express (dos tecidos da avó)

Quando morreu, a minha avó costureira deixou-me os seus tecidos. Na verdade, ela não sabe que mos iria deixar. Começou a definhar muito antes de eu aprender a costurar. Mas gosto de pensar que ela quereria que os seus preciosos tecidos, vestidos, lençóis, fitas e galões fossem parar às mãos certas - mãos que os saberiam apreciar e dar uso.

 

A minha filha Inês acredita que as pessoas, quando morrem, se transformam em estrelas e que as pessoas da mesma família, quando morrem, vão viver para o céu todas juntas, formando uma espécie de constelação. Assim, avó, seja em que constelação for que te juntaste ao avô, vê o que acabei de fazer com um dos teus tecidos. Era uma fronha, não era? Agora é uma saia para a tua bisneta Alice. E que linda que lhe fica. Tenho pena que a Inês tenha achado este tecido demasiado infantil para ela (com 5 anos já gosta do Justin Bieber, avó...), mas como me sobrou outro tanto, fiz outra saia igualzinha para a prima delas. O melhor de tudo? Só demorei 45 minutos.

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Destes há mais três caixas de tecidos, toalhas e vestidos para (quase todos) os quais já tenho destino: para fazer mais saias como esta, vestidos para elas e para mim, almofadas, colchas, cortinados... Haja tempo. Haja muito tempo.

A Colcha do Sinal Mais

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Acho que comecei esta colcha algures em 2014. Mas como não sabia ensanduichar e acolchoar, fui aprender. No workshop fiz uma manta, a primeira manta começada e acabada que serve hoje de aconchego na cama da Alice. Depois dessa, fiz uma segunda manta que acabei por oferecer à minha mãe. E esta manta, teoricamente a primeira de todas e originalmente destinada à cama da Inês, continuava à espera.

Lá me enchi de coragem e comecei a ensanduichá-la nas férias do Natal para a terminar nas férias do Carnaval. Chamei-a "Colcha do Sinal Mais" porque me inspirei nos muitos "Plus Quilts" que vi na Internet antes de começar.

Hoje, quando a Inês chegar a casa, vai ter uma cama nova!

 

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Como a nostalgia de acabar uma manta de retalhos equivale mais ou menos à nostalgia de acabar um bom livro, preciso de começar já a pensar noutro projecto grande: a manta para a cama das meninas do quarto do Alentejo. Em resultado das partilhas após a morte da minha avó, a minha mãe ficou com a casa onde passei grande parte da infância e todas as férias de verão e de Natal de que me lembro até ao final da adolescência. O quarto onde eu dormia com a minha avó, já depois de o meu avô estar presente apenas no nosso coração, vai ser transformado no quarto para as (bis)netas. Em vez de vestir a cama com uma colcha qualquer desprovida de significado, vou reaproveitar todos os retalhos e tecidos que encontrei nas gavetas e baús da casa da minha avó para lhes fazer uma manta. Vou tentar dedicar um post só a estes tecidos (e aos vestidos que encontrei e que vou modificar para poder usar), que são assim lindos como só antigamente se fazia. Mas, por enquanto, ficam aqui algumas fotos da manta mais recente.

 

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A parte de trás, generosamente exibida pela nortada de domingo. 

 

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A segunda manta

Lembram-se desta manta? Da minha vã tentativa de dar o meu contributo para uma iniciativa solidária de aquecer os refugiados? Graças à personalidade forte da minha máquina, acabou por nunca acontecer. Entre desmanchar e voltar a coser tudo o resto à mão, passaram-se vários meses, mas a manta, depois de passado o prazo para a entregar, acabou por ganhar outro destinatário: a minha mãe, que se embeiçou por ela mal a viu, ainda antes de a máquina dar o berro, quando ainda pouco mais era do que umas tiras de tecido cosidas umas às outras. O tempo foi passando e a manta foi-se transformando na "manta para a minha mãe".

 

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Uma manta de retalhos não se faz à pressa, como eu logo percebi. É preciso amor para fazer uma coisa destas. Para além de tempo, muito tempo, ou o tempo suficiente para enfiar histórias na agulha e ir juntando pedaços da nossa vida. O percurso desta manta, que foi feita entre Setembro e Dezembro, simboliza mais ou menos a minha relação com a minha mãe: impulsivo no início, com a pressa de quem tem urgência em viver, tumultuoso e frustrante lá pelo meio, e, na recta final, aquele recomeçar do zero com a paz de espírito e a tranquilidade que a vida adulta nos dá.

Não é uma manta perfeita, pois reflecte bem a pressa inicial, mas é uma manta com história. E, acima de tudo, é uma prenda 2 em 1: não é apenas uma manta que aqui está, é também o meu tempo. E acredito que o tempo é aquilo que de mais valioso podemos oferecer aos outros.

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 Feliz Natal!

Quiet book - Versão final

É tão bom quando vemos o fim a um grande projecto, especialmente quando fica tal qual como nós imaginámos!

 

Um mês depois, aqui está o meu Quiet Book para a Alice: oito páginas, com mais ou menos pormenores, e a capa que também deu que fazer, apesar de, vai-se-a ver, e não tem nada que saber. Voltarei aqui mais tarde para vos mostrar melhor página por página e vos falar da encadernação, mas por enquanto fica aqui um vídeo demonstrativo que tenho uma festa de anos para preparar.

 

(A resolução não ficou muito boa, é só mesmo para terem uma ideia de como ficou o produto acabado. Quando tiver mais tempo, vejo como posso resolver a questão do vídeo. Ao fazer o vídeo, reparei ainda que as pintinhas da joaninha também ficaram mal cosidas, mas vou ficar à espera que a Alice as rasgue e logo remendo!)

 

Discos de limpeza reutilizáveis (agora em flanela)

Há pequenas medidas que podemos adoptar no dia-a-dia que não dão trabalho e contribuem para ajudar o planeta. É o caso dos discos de limpeza em crochet que fiz há umas semanas para substituir os discos em algodão.

Eu limpo a pele todos os dias, apesar de raramente me maquilhar. Todas as noites, limpo com um leite de limpeza e tónico (mas estou a fazer a mudança para limpar com um produto totalmente natural como óleo de amêndoas doces ou óleo de coco). De manhã, gosto de passar um disco com água de rosas pela cara antes de pôr o creme, o que já se tornou um hábito que não dispenso na minha rotina matinal.

Os discos em crochet que fiz, apesar de giros e tal, são um pouco mais ásperos do que um disco de algodão e à noite a pele pede um tecido mais suave e calmante. São óptimos para esfoliar uma ou duas vezes por semanas, mas não para usar diariamente. Antes de voltar a comprar discos de algodão (a produção de algodão implica vários problemas ecológicos), decidi, assim, aprimorar a receita de discos de limpeza facial reutilizáveis.

Lembrei-me da flanela que tem um toque suave e boas propriedades de absorção. Peguei numa toalhita de flanela que tinha em casa, cortei em quatro círculos e fiz uns discos com uma face em algodão e uma face em flanela. Não sabia que enchimento usar e experimentei com um enchimento de edredão normal.

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Vários pontos negativos destes discos: com as lavagens, o enchimento deixou de se notar além de ter capacidades de aborção nulas. A face em algodão serve bem para o leite de limpeza, mas não absorve o tónico. No entanto, a face em flanela é perfeita!

Decidi, assim, fazer discos só em flanela. Pareceu-me aborrecido fazer todos os discos em flanela branca, mas não é fácil encontrar flanelas com motivos que não pareçam lençóis. Felizmente, encontrei umas flanelas giras na Souphina, uma loja online que vende tecidos ecológicos e 100% algodão.

No entanto, havia o problema do enchimento, que teria de ser mais absorvente. Pesquisei e cheguei à Fluffy Diapers que vende vários tipos de tecidos absorventes para fraldas reutilizáveis. Excelente! Um material que absorve o chichi dos bebés muito melhor absorverá o meu tónico facial!

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Optei pelo tecido de bambu por ter uma certificação ecológica e ser recomendado, não só para fraldas, como para fazer pensos mentruais e discos de amamentação reutilizáveis. A tira vai dar-me para fazer aí uns 50 discos - ou seja, para o resto da vida - e posso confirmar que foi a opção correcta. Inicialmente, fiz apenas dois discos de teste para experimentar, lavar e voltar a usar e posso dizer que agora já acertei nos melhores discos de limpeza facial reutilizáveis que podem fazer em casa! São super suaves e absorventes e já tenho em quantidade suficiente para ter sempre algum limpo caso os outros ainda estejam para lavar.

O único senão é que isto exige alguma concentração para não deitar os discos para o lixo, depois da utilização, mas sim colocá-los no cesto da roupa suja, mas é uma questão de hábito.

Para lavar e não se perderem algures na máquina (ainda há uns tempos a máquina entupiu e o técnico retirou lá de dentro um daqueles discos de enchimento dos soutiens...), uso um daqueles sacos de rede próprios para lavar pequenas peças na máquina. Lavo a 30º C juntamente com a roupa normal.

 

 

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É fácil, prático, não dá quase trabalho nenhum, não prejudica o ambiente e a vossa pele do rosto vai adorar! Podem ser também uma excelente prenda de Natal, se tiverem familiares ou amigas que achem que poderiam usar.

E, já agora, se tiverem filhos pequenos, é um óptimo entretém enquanto vocês tomam banho. A Alice entretém-se muito a pôr e tirar os discos da caixa...

 

(Apesar de ter várias referências a lojas online, este post não é patrocinado.)

Quiet book [work in progress] #3

O Quiet book começa a tomar forma e a ganhar relevo. Ainda só tenho 7 páginas, mas já só vou fazer mais uma. Estes tipos de livros ficam muito grossos e não quero que fique grosso demais. Depois vou começar a unir as páginas e aí é que vai começar a aventura. Até agora tem sido só puro prazer!

 

A página do estendal da roupa

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Ideia e molde (gratuito) tirados daqui.

Molas pequenas à venda no chinês ou na Staples.

Tempo de execução: umas duas horas.

Quiet book [work in progress] #2

 

A quarta página está terminada: o quarto da boneca.

 

Há muitos modelos desta página disponíveis na Internet, mas eu tirei a ideia central deste

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Deu-me algum gozo fazer as roupinhas (duas calças, duas saias, duas camisolas e três vestidos) e só não fiz mais, com mais pormenores, porque já perdi demasiado tempo com esta página e o tempo não pára.

 

Comprei o molde da boneca e das roupinhas aqui. Depois de ter demorado demasiado tempo com as cómodas (primeiro fiz um roupeiro que não resultou, depois não conseguia coser as cómodas direitas e, se reparerem bem, há algumas gavetas tortas...), achei que 4,59€ era um bom investimento (bom e rápido, é só fazer download, imprimir, recortar e passar para o tecido) naquela que vai ser a página mais cobiçada pela irmã mais velha. E como já estou a ver que vou ter de fazer outro para ela, quando fizer anos em Dezembro, assim ao menos fico já com os moldes e escuso de inventar.

 

Agora faltam a página do elefante, do estendal da roupa (consegui encontrar as molas mini!!! nota-se que ando muito entusiasmada com isto??), das formas geométricas, do ábaco e da máquina de lavar roupa, se tiver tempo. São as páginas que tenho planeadas, não quer dizer que não mude de ideias. Inspiração não falta...