Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Todos os dias da nossa vida




Uma breve brecha no trabalho, homem e filha fora, acordo às 6:30 sem sono (!) e decido que a cozinha tem mesmo de ser arrumada. Depois passo para o estendal, para a roupa por pendurar, enquanto isso as minhas papas de aveia ficam prontas e lembro-me, bom, bom, era sentar-me agora ao computador e escrever sobre o fim-de-semana. Depois de me perder na blogosfera, no facebook, que já tanto me vai cansando, ponho o prato das papas de lado e olho para o relógio. Já passa das 8 e ainda nem sequer tomei banho. Mas eu queria mesmo era escrever sobre o fim-de-semana, sobre a ligeira ansiedade que senti antes perante a inevitabilidade de passar dois dias e meio com 6 pessoas, excluindo crianças, com quem, por força das circunstâncias, nunca tive muito contacto, via apenas pontualmente num jantar por ano ou de fugida no café, simpatizando mais com umas do que com outras, mas que o homem já me vinha dizendo que eram pessoas muito importantes na vida dele (afinal, cresceram juntos), como que a dizer: vê lá se te portas bem e não metes o ar carrancudo de quem não quer conversas. Um fim-de-semana inteiro numa casa de campo (com piscina), num monte alentejano bem isolado, logo sem grande escapatória possível (mas com piscina) e eu a pensar, ai que vou apanhar uma grande seca.
Mas não. E quando eu disse que queria falar sobre o fim-de-semana, o que eu queria dizer era mesmo isto: foi um fim-de-semana bem passado, mais que bem passado, assim mesmo fixe e relaxado, com 6 pessoas com quem me fartei de falar (!) e interagir e rir e divertir e dar mergulhos na piscina (ai a piscina), uns anfitriões incansáveis que não nos faziam sentir mal por a comida, sempre muito saborosa, vir para a mesa sem nós darmos por isso, e gostei tanto que até me esqueci de pôr o meu ar carrancudo. Resta dizer que agora não me importo nada de voltar a estar com estas pessoas, ou melhor, se calhar até sou eu que vai insistir para as convidar para um jantarinho na nossa "casa de campo", enquanto fico à espera, sem qualquer ponta de interesse (nada!), que me convidem outra vez para aquela casa de campo (e a piscina). Resta ainda dizer que foi no meu querido Alentejo, a poucos quilómetros da terra onde nasci (com inevitável visita aos parcos familiares que ainda por lá vivem), numa casa de campo cheia de tralha nostálgica tipicamente alentejana, com cavalos e gatos e galinhas e cães e gafanhotos. Ah, e piscina. E foi no sábado ao fim da tarde, sentados no terraço a contemplar o sol a pôr-se na serra de S. Mamede, que perguntei ao meu homem, meio a brincar, mas muito a sério: 
- Não querias morar numa casa assim? Não só para as férias, mas assim sempre? Todos os dias da nossa vida?

Da energia, ou falta dela

 
Gostava de ser optimista e escrever um post mete-nojo sobre como as férias foram para lá de espectaculares e estive de papo para o ar na praia a apanhar sol e estou com um bronze de meter inveja, a  par de dois quilos perdidos porque fez tanto calor que até sentada escorria calorias. Mas não. Não é que as férias não tenham sido boas. Foram. Quando temos a companhia certa, conseguimos sempre tirar o máximo partido de qualquer situação. Mas, convenhamos, o tempo não ajudou. E engordei dois quilos.
Bom, mas tendo acabado de apagar uma dúzia de linhas a queixar-me do tempo, vamos lá tentar ser um bocadinho mais optimistas: li três livros em duas semanas, quase tantos os que li no primeiro trimestre do ano, dormi muito, comi muito (não sei até que ponto é que isto é bom), namorei e passei muito tempo com a minha filha que, essa sim, está para lá de espectacular, e conheci mais duas cidades europeias: Bilbao e San Sebastián. E pronto, não fosse a insónia que me acometeu esta noite (são 6:32 a hora a que escrevo este post e nem vos conto as coisas que já despachei esta manhã!), estaria fresquinha fresquinha para começar mais uma semana de trabalho. Não estou. Mas acho que um duche frio é capaz de ajudar.

de volta...

...de umas miniférias no País Basco, onde a chuva intercalava com o vento que nunca intercalava com o frio, porque esteve sempre frio (uns fresquinhos 14 graus de máxima), estamos prontíssimos para a praia e o sol do Algarve!

Bilbao

P.S. - Sabes que estás bem agasalhada quando tens quatro, QUATRO camadas de roupa, entre elas dois polares, e não sentes nem frio nem calor. Raisparta o norte de Espanha, o País Basco, irra!
 

Exantema

Deve haver uma lei de Murphy sobre a falibilidade de fazer planos. O meu dia de férias foi, afinal, passado sem conseguir riscar nenhum destes pontos da lista. Valeu-me o assalto que fiz à Miss Saigon, entre consultas e deixando descaradamente o homem em casa a velar a sesta, e o cinema à noite, depois de deixar a filha na avó, porque apesar de não ter nada que moa nem doa, não pode ir à escola.

Isto de ter filhos é uma constante prova à nossa capacidade de gerir a frustração. Ou fazem cocó no momento em que estamos a sair de casa ou decidem nascer a dois dias do Natal ou decidem que o nosso dia de férias deve ser passado com eles e não cá com amigas em cafés de bicicletas, ora essa. O que nos vale é que gostamos tanto deles que tudo o resto deixa de importar quando lhe destapamos o tronco cheio de borbulhas.

Planos

A meio da semana que vem vou ter um dia de férias não planeado, mas que até vem a calhar porque tenho algumas burocracias pendentes a tratar. Entusiasmada, comecei a fazer mentalmente a lista de tudo aquilo que quero fazer no dia de férias não planeado, mas que vem mesmo a calhar. Além dos afazeres obrigatórios que me vão ocupar, pelo menos, a manhã toda, ainda queria:
- ir almoçar com amigas;
- ir a um ou outro café que me despertou a curiosidade, sentar e ler, sem grandes pressas;
- ler, pelo menos, um dos últimos e-books que comprei aqui;
- costurar a bolsa para a máquina que o homem pediu;
- ir ao cinema ver um daqueles filmes europeus armados ao pingarelho;
- enfiar a cara numa máscara Cleópatra-style;
- ir correr à beira-rio e bater o meu recorde pessoal (até parece...);
- ir buscar a filha mais cedo e ir andar com ela de eléctrico, que é coisa para ser motivo de conversa durante cinco dias.

...

É que está-se mesmo a ver.


Recordações da #África do Sul

Aqui ficam algumas fotos do safari que fizemos no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Começámos tão bem que até tive medo que a partir daí fosse sempre a descer.










As fotos ora foram tiradas ora por mim ora pelo Tiago, dependia de que janela se tinha o melhor ângulo.

Estou a chegar



Já cá estou, mas às vezes parece que ainda estou lá. Ou como os moçambicanos dizem "Estou a chegar". Vou chegando, devagarinho, para não custar tanto de uma só vez.
Na verdade, não custou voltar. Não custou retomar a rotina. Não custou regressar ao trabalho. Porque já antes de chegar as saudades eram tais que nem consegui apreciar bem a última almoçarada no Mercado do Peixe em Maputo, as saudades eram tais, que me obriguei a dormir no avião para que o tempo passasse depressa, as saudades eram tais que, quando cheguei, quase não reconhecia a bebé que cá tinha deixado e que já não era assim tão bebé e até já dizia frases no pretérito perfeito e me deu tantos beijinhos que desejei que todos os dias fossem dias de reencontro.
E, de repente, foi como se nunca me tivesse ausentado. Desfeitas as malas, distribuídos os presentes, empilhados os 70 metros de capulanas que trouxe (...), o que custa mesmo é lembrar-me que fui e já voltei, o que custa mesmo é passar as fotografias para o computador e pensar que já lá não estou, o que custa mesmo é dizer tanto em tão pouco tempo, que é o tempo que me sobra no fim. O que custa mesmo é o frio que por cá faz. Ou não custa, na verdade. É que ouvir a minha filha dizer "Está friooooo!" sempre que saímos de casa, faz-me querer ir e voltar outra vez para me reapaixonar por ela a cada segundo.
O gato, esse, engordou. Patrão fora...

Férias


Havia ainda muito para dizer antes de fechar o estaminé para férias, mas o tempo aperta e valores mais altos se levantam, como acabar o sempre stressante último dia de trabalho sem novos cabelos brancos (devia haver uma lei de Murphy para isto), como fazer a mala, como gastar todos os cartuchos com a minha filha porque 12 dias sem ela vão ser dose, como escrever as recomendações para a amiga que vem tratar do gato. No meio disto tudo ainda quero sentir que, daqui a exactamente 58 minutos, entrei de férias.
Posto isto, despeço-me com carinho, prometendo, se o deus africano da Internet mo permitir, ir postando umas quantas fotos mete-nojo ao longo das próximas duas semanas.
Já disse que em Moçambique está muitooo calor?? Que chato, pá.

Açores

Lagoa verde - Sete Cidades

Nunca tinha ido aos Açores. Sabia que devia lá ir pelas suas características geológicas que me fascinaram a ponto de me levarem à Islândia e de me fazerem querer ir ao Chile, mas, talvez pela sua proximidade, acabei por nunca achar urgente visitar o arquipélago. Os preços dos voos também nunca ajudaram a decidir-me. Fica mais barato ir para as Caraíbas do que para os Açores.
Serve este post, assim, para vos convencer a fazer um mealheiro para elegerem os Açores como destino das vossas próximas férias. (O Governo Regional dos Açores não me pagou para escrever isto, mas ainda vai a tempo...)

Os Açores são brutais. Se pensam que vão encontrar apenas uma terra de mar e caldeiras e gente que fala esquisito, enganam-se. Ir aos Açores é como ir à Tailândia, mas sem nos estarem sempre a perguntar se queremos uma massagem aos pés. Há sítios que parecem selva, com a humidade característica e pássaros coloridos que cantam escondidos na vegetação. Há lagoas que esperam no meio do mato e outras que nos obrigam a subir para lá do nevoeiro e nos assolam com paisagens de fazer cortar a respiração. Há vaquinhas em todo o lado que pintalgam o cenário e as fotografias e, por vezes, a terra está tão quente que transpira e deita fumo, com o devido aviso para não nos aproximarmos da água em ebulição, e até nos cozinha a comida. Há caldeiras e tanques de água quente onde nos podemos banhar e há cascatas que brotam das entranhas das rochas e jorram com aparato para nos fazerem sentir pequeninos. As pessoas são super bem-educadas e tratam-nos por Senhor/Senhora no fim das frases. E depois há o Corvo. A fantástica ilha do Corvo com a sua festa anual e os cachalotes que se aninham nas suas baías. Não vi nenhum, mas bem tentei.
Algures nestas águas das Flores habitam várias espécies de baleias e golfinhos

Se ainda restarem dúvidas sobre a beleza única dos Açores, esperem só até verem o resto das fotos.