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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Quanto tempo o tempo tem

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Hoje perguntaram-me como tinha tempo para tudo o que fazia pois, pelas minhas fotos no Facebook, dava para ver que tinha tempo para trabalhar, para estar com as minhas filhas, para costurar, para fazer desporto, enfim, uma imensidão de coisas vetadas ao comum dos mortais que não tem tempo nem para se coçar. Fiquei intrigada com isto, porque passo a vida a queixar-me que não tenho tempo para nada. Isto é, não tenho tempo para tudo aquilo que gostaria de fazer. E o ser humano quer sempre fazer muita coisa.

 

Na verdade, não perco tempo no trânsito, porque trabalho em casa. Não perco tempo a cozinhar o jantar porque é o marido que cozinha. Não perco tempo a ver televisão, porque não me interessa (prefiro só ver séries escolhidas por nós e sem publicidade) e durmo sete horas por noite, ou menos (calha ser assim, mas sete horas bem dormidas chegam-me). Isto garante umas quantas horas a mais por dia em comparação com alguém que, por exemplo, tenha de atravessar a 25 de Abril para ir trabalhar, tenha de fazer o jantar todos os dias enquanto o homem vê a televisão e depois disso se sente no sofá a ver a novela. Costumo aproveitar esse tempo que não perco para trabalhar, estar com as minhas filhas e dedicar-me aos meus hobbies (costurar, crochet, blog, jardinar, coisas que me dão prazer mas que são perfeitamente dispensáveis para o eficaz funcionamento da rotina familiar). Mas acho sempre que o tempo nunca chega, porque tenho sempre mais projectos na cabeça do que os que consigo realizar, mais tecidos na gaveta do que os que consigo aproveitar e mais vontade de não precisar tanto de dinheiro para viver do que aquela que, no fim do mês, subsiste.

 

Num paralelismo muito mal amanhado, diria que assim é com as necessidades que nascem consoante o ordenado que se tem. Uma família que ganhe 1200 euros por mês dificilmente poderá arrendar uma casa por mais de 600 euros, mas uma família que ganhe 3000 já se poderá dar ao luxo de morar num apartamento de 1000 euros (digo eu, que nunca morei num apartamento de 1000 euros). Logo, as obrigações financeiras aumentam e as necessidades de bens, diversão e qualidade/quantidade também aumentam, porque o ordenado o permite. Assim é com o tempo. Nunca ouvi ninguém dizer que tem tempo para fazer tudo o que quer, a não ser que a única aspiração na vida seja a de passar o dia a meditar...

 

Isto também mostra que as fotografias do Facebook enganam muito. Nos últimos dois meses, sou capaz de ter publicado três ou quatro fotos de mim e da minha família. Uma mostrava os meus tecidos, a outra mostrava-me a mim numa canoa e a outra numa casa ao pé da praia. E pronto, etá instalado o mito de que sou a super mulher que tem tempo para tudo!

Portanto, da próxima vez que me queixar de que não tenho tempo, vou pensar nesta minha amiga que acha fantástico que eu tenha tempo para tudo e talvez mude de opinião.

Na semana da Gratidão

Ia chorando* quando me apercebi que a Inês já não trazia o cachecol de crochet que fiz para ela quando estava grávida da Alice. A minha primeira peça de croché. Eu, que não sou nada apegada às coisas, vejo-me muito comichosa quando se trata de coisas feitas à mão por mim. E foi por isso que chegar ao carro e ter esta surpresa

me encheu o coração.
Alguém tinha encontrado o cachecol e adivinhado que era nosso. Ia chorando* outra vez, mas desta feita por gratidão. Nem de propósito. Seria tão bom que o meu livrinho da gratidão se começasse a encher de coisas bonitas como esta.


* que é como quem diz... Posso andar a ler tolices delicodoces sobre felicidade e hábitos zen, mas ainda não me emociono com imagens de cãezinhos Scottex, sim?

Diário da felicidade


  


O ano não começou assim. Mas como prometi ao Tal Ben-Shahar que ia passar a estar grata pelas coisas boas que me acontecem, celebro publicamente o pequeno momento de união familiar durante o nosso passeio de Ano Novo pela, cito, "floresta assustadora cheia de lobos esfomeados" aqui ao pé de casa para apanhar pinhas.


Contexto

O Tal Ben-Shahar foi professor de Psicologia Positiva em Harvard e é o autor de best sellers sobre a temática da felicidade. Num dos seus livros, Even Happier, Tal Ben-Shahar incita os seus leitores a manterem uma espécie de diário da felicidade, em que registam, semanalmente, as coisas pelas quais estão gratos e diversos pensamentos e exercícios propostos pelo autor para cada semana. Assim, a Semana Um foca-se na Gratidão, a Semana Dois nos Rituais, a Semana Três no Exercício Físico, e assim por diante, durante 52 semanas. Se quiserem conhecer outras versões deste projecto, a Mum´s the Boss já o pôs em prática em 2012. 
Paralelamente, e porque ressuscitei o meu Kindle dos mortos, estou a reler o The Happiness Project da Gretchen Rubin e a tirar as devidas notas digitais e mentais para o primeiro mês do ano. Voltarei a falar disto mais tarde.
No campo profissional, o meu homem trouxe ao meu mundo a Passion Planner, à qual estou a decicar a máxima atenção para tirar o melhor partido de uma agenda que é muito mais do que um calendário: para além da calendarização normal de tarefas, permite elaborar listas de coisas para fazer, a nível pessoal e profissional, fazer listas de desejos e prioridades, criar um plano para alcançar os nossos objectivos, e fazer um balanço no final do mês. Vou experimentar primeiro a versão PDF (disponível aqui, se partilharem o projecto com os vossos amigos no Facebook) e, se me der bem, talvez compre a versão encadernada.