Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

A psicologia da tralha

Já se sabe que vou mudar de casa em pouco tempo. Como consequência, estou em mais um processo de destralhamento. Comecei pela roupa, que já doei ou pus de lado para vender, peguei nos cds, livros e dvds e já tenho destino para quase todos. Um ou outro anúncio do Freecycle e também me desfiz de outros objectos que não me farão falta. Há outras coisas que se vão partir convenientemente durante a mudança e ainda outras para as quais arranjarei, certamente, um destino adequado. Mas isto são as minhas coisas e as das miúdas, sobre as quais ainda tenho total controlo. Nem os pertences do felino escaparam. O pior são as coisas do homem da casa: as roupas que ocupam 70% do roupeiro comum, os ténis e sapatos (em quantidade de fazer inveja a qualquer mulher) e os gadgets. É um homem que gosta de estar preparado para todas as eventualidades, nomeadamente todos os pesos: convém ter roupa para os 70 quilos, roupa para os 80 quilos, roupa para os 90 quilos e, não vá o diabo tecê-las, roupa para um peso intermédio. Para não falar na roupa de desporto, mas é melhor nem ir por aí.

É certo que, por ser um adepto incondicional das novas tecnologias, possui muito poucos cds, mas tem, por exemplo, livros em duplicado porque, quando os comprou, não se lembrava que já os tinha, e livros de cozinha que davam para encher uma biblioteca municipal. Por outro lado, como está sempre a par das novas invenções e é pessoa que gosta de ter tudo o que são gadgets, cá há em casa temos pelo menos um dispositivo para, por exemplo, medir a actividade física, desidratar, encher a vácuo e outras coisas mais ou menos inclassificáveis.

Isto tudo dá-me grandes dores de cabeça.
Já concordámos que a casa nova, apesar de ser maior, não tem espaço para tudo pois já tem bastantes coisas e mobília do seu tempo de solteiro que lhes foram oferecidas pela mãe, pela madrinha, pela avó e que, portanto, vão estar no centro de uma verdadeira crise um verdadeiro dilema familiar.

Por conseguinte, estou constantemente a lembrá-lo que tem de dar uma volta aos sacos dele (não vou dizer que são de plástico) onde guarda os papéis para o IRS, ou aos livros do tempo da Maria Cachucha ou àquela roupa que parece saída de uma aldeia algures no Tirol... Mas ele nada. Proibiu-me, inclusivamente, de mexer nas suas coisas e até de deitar fora seja o que for, mesmo que sejam coisas tão úteis como as National Geographic que recebe desde 1988.

Mas depois manda-me este artigo para o mail. Para "reflectir". E eu, que não gosto de me ficar atrás nas respostas, mando-lhe este de volta. Para reflectir.

Depois falamos.

Aviso: post não adequado a pessoas sensíveis a asneiras

Fui convidada.... ahahaha, espera, não consigo manter a pose de blogger influente... Vou começar de novo.

Inscrevi-me numa promoção de um ginásio elitista que eu não vou dizer o nome, mas que já toda a gente adivinhou qual é, que fica a 5 minutos a pé da minha casa, e que me oferece 15 dias inteirinhos de treino gratuito para a mini-maratona. Eu já andei neste ginásio elitista e a relação nem sempre foi pacífica, muito menos nos meses em que não ia (outros tempos!), mas 2 semanas de treino grátes são 2 semanas de treino grátes e, por isso, lá aguentei a conversa mercantilista, em jeito de ameaça, "vem treinar connosco gratuitamente, mas está interessada em ouvir as nossas condições de adesão, certo?" até me passarem o voucher para a mão. Sobre isto do grátes falaremos mais tarde...

Agora vamos ao que interessa: a sala de cárdio. A sala de cárdio tem máquinas novas, passadeiras, bicicletas e elípticas daquelas que dá para ligar o iPod, ir à net e ver televisão. Serve também de boa justificação para o preço que cobram aos sócios e, ah, é verdade, também dá para definir o treino, claro, mas isso é para os maluquinhos da corrida. É uma máquina mesmo boa. Liguei o meu iPod, liguei os fones, ia escolhendo as músicas directamente a partir do ecrã da máquina e isso é que foi curtir. O pior foi quando me apercebi que já estava a deitar os bofes pela boca e a puta ainda só tinha marcado 1 km. Desculpa?? Começo a ver, e à velocidade a que eu ia, que é a velocidade a que eu chamo nunca-corri-tão-depressa-na-vida, a parvalhona dizia que estava a correr a 9:40 minutos por km! O quê??
Vamos lá a analisar os factos com calma: 9:40 minutos por km fazia eu no princípio, quase a andar, sim? Eu corro devagar, mas não sou nenhum caracol! Bom, lá aumentei a parada para os 8:58 minutos por km (!), e logo percebi que era uma nova categoria de esforço a que chamei estou-aqui-estou-a-ter-um-ataque-cardíaco. Foram várias as vezes que chamei puta à máquina durante os 41 minutos em que corri. Sim, porque aquela preguiçosa precisou de 41 minutos para contabilizar uns"esgalhados" 4 km. Eu já só pensava em como fazer aquela gente toda lamber-me o suor e só sonhava com as ruas livres à minha disposição para correr ao meu ritmo e fazer 6 km, não 4, àquela velocidade.
Depois ainda fiz uma bicicleta para acalmar o coração que, juro, esteve assim para me saltar da boca, e saí de lá sem conseguir sentir as pernas.

4 KM, O CARALHO, sim??


E eu que nem sou nada asneirenta.


(E, entretanto, comecei com esta música a fazer a minha playlist para correr. Dá mais pica se pensarmos que estamos no meio de um vídeo de música!)

Mudar de ideias é normal

Quando fui viver sozinha, quis levar comigo algumas coisas do meu enxoval. Por muito feias que fossem, sempre evitavam ter de gastar muito dinheiro logo de uma vez a comprar lençóis e atoalhados (não podia deixar de escrever esta palavra no mesmo texto em que falo de enxoval...).
Mas a minha mãe não deixou. «Só quando te casares.»

Anos depois, quando viu que mesmo que me casasse, a situação de concubinato em que eu vivia já tinha desfeito quaisquer sonhos de donzela virgem que pudesse ter para mim, obrigou-me a ir buscar o enxoval porque «precisava do espaço».

Em consequência, como já não precisava de nada porque anos antes tivera de comprar tudo, acabei por dar a maior parte das coisas a quem não se importasse de dormir entre folhos e rendas.
Ela não sabe. Se soubesse era capaz de me deserdar. Filha manceba, vá que não vá, ingrata é que não.