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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

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True Detective

Há séries que me prendem pela música. Esta, não só tem um elenco poderoso, como um argumento muito bem conseguido, como uma banda sonora do catano. Só no primeiro episódio da segunda temporada, temos Leonard Cohen, na música de abertura, Nick Cave and Warren Ellis, no tema final, e esta maravilhosa Lera Lynn, ali a meio como quem não quer a coisa, a arrebatar-me totalmente do sofá com My Least Favorite Life.

Vai certamente estar em loop nos próximos tempos.

 

 

Breaking Bad - O sonso que se tornou vilão

As boas séries têm destas coisas. Tanto são capazes de nos fazer ter empatia por serial killers como de torcer por traficantes de droga sem escrúpulos.
Mesmo antes de acabar o ano, terminámos de ver as cinco temporadas da série Breaking Bad. O que ficou depois foi uma espécie de vazio, não que não tivéssemos como ocupar as nossas noites, mas porque as personagens da série já eram como família. Falo por mim, a sentimentalóide lá de casa. Fiquei mesmo com saudades destes dois.


Tínhamos vindo a acompanhar as peripécias do Mr. White e de Jesse Pinkman, os fabricantes de metanfetamina mais fixes do mundo, há coisa de dois meses, com uma breve interrupção na semana do nascimento da Alice, a um ritmo de um ou dois episódios por dia. Ao princípio confesso que não gostei. Aliás, já tínhamos tentado ver a série há 3 anos e, por causa de minha falta de entusiasmo, interrompemo-la abruptamente. Mas o homem insistia, e porque dizem que a última temporada é brutal, e olha só, há aqui um episódio que tem pontuação de 10 no IMDB, 10, já viste bem, e temos de ver e temos de dar mais uma hipótese e vá lá e tanto chateou que lá cedi só para o calar.

Pois foi o melhor que fiz. Porque é brutal, genial, épica e essas coisas todas. Está mesmo entre o meu Top 5 das séries (liderado por aquela fantástica série de culto do princípio dos anos zero).

Se querem um spoiler, O Arrumadinho já falou disto aqui, resumindo na perfeição as principais personagens, ao que não tenho mesmo nada a acrescentar. A não ser... a não ser aquela cena de que ninguém fala, mas que eu achei simplesmente brutal, em que o Skinny Pete, um autêntico meth head, meio ignorante e de aspecto arrepiante, se põe a tocar música clássica no órgão como se tivesse passado ao lado de uma grande carreira como pianista. Ainda pensamos que é uma cena retirada de um sonho. Mas não. O Skinny Pete kicks ass a tocar piano. São pormenores destes, tal como cada início que funciona como uma antevisão de algum episódio futuro, que fazem desta série uma merda mesmo boa.

Quanto à minha personagem favorita? O Jesse Pinkman, obviamente. O drogado, o fabricante bronco e fútil, com uma maneira de falar que nos contagiou durante dois meses (yo, bitch!), por quem ao princípio ninguém dá nada, mas vai-se a ver e é um gajo mais ou menos às direitas, com princípios e conflitos interiores como o mais comum dos mortais, capaz do amor e da amizade, cuja fidelidade ao Mr. White o põe em apuros mais do que uma vez, e por quem ficamos a torcer até ao último minuto. 




E o Mr. White? O paz de alma que se transforma num bad ass? Haveria muito por dizer, claro, mas o melhor é mesmo começarem a ver a série e terem paciência que a coisa só fica mesmo boa a partir da segunda temporada. A primeira temporada é assim um bocado seca, mas não desanimem. Ouviram, bitches?