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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Saber o que se compra

Na mesma semana em que vi este documentário, li também este artigo do Guardian que aponta o dedo às prácticas exploratórias da Lidl ao vender umas jeggings por menos de 6 libras. É claro que dá muito jeito comprar roupa baratinha, mas já pararam para pensar no que está por detrás destes preços, quem lucra e quem é prejudicado? Se não, leiam o artigo.

No que me parece ser uma análise muito bem fundamentada do que está por detrás do fabrico de roupa nos países subdesenvolvidos e um estudo aprofundado do verdadeiro preço das coisas, o artigo acaba com uma fulminante acusação de exploração à cadeia de supermercados. Em nada me admirou. Quando morava na Alemanha, a Lidl era acusada de oferecer condições duvidosas aos seus funcionários e implementar prácticas polémicas

Ainda assim, sou cliente regular da Lidl. Não costumo comprar lá roupa, mas não me livro de dizer que compro noutros grandes distribuidores que praticam preços que nos deviam fazer pensar sobre as condições em que são fabricados. Toda a gente se lembra do trágico desabamento em Bangladesh que levantou a cortina sobre as condições destes trabalhadores, se bem que era coisa que toda a gente já sabia, só não queria ver.

 

Decidi mudar isto. Na verdade, nem sou muito de comprar roupa e até já faço roupa para mim. Cedo cada vez menos a compras de impulso e a moda irrita-me. Por isso, se até compro pouca roupa, decidi passar a comprar de forma mais consciente.

Comecei por repescar uma entrevista à Rosa Pomar que li há uns tempos. A Rosa é sempre uma inspiração e nesta entrevista ela diz uma coisa tão simples, mas tão difícil de pôr em práctica de forma consciente: "o que importa é saber o que se está a comprar". Basicamente, é olhar para a etiqueta.

 

Passei uma vistoria à minha roupa e o resultado não me surpreendeu muito: Made in China, Bangladesh, Indonesia, Tunisia, India, Morroco. Uma vergonha de roupeiro. Resta-me saber que alguma destas peças foram compradas em segunda mão, se é que me serve de algum consolo... Nem as marcas portuguesas se safaram. Ora vejam.

Etiqueta Lanidor.jpg

 Vestido da Lanidor. Made in China. 

 

Etiqueta Salsa TUN.jpgCalças da Salsa. Made in Tunisia.

 

Etiqueta Salsa PT.jpg

 Calças da Salsa. Made in Portugal! 

 

Ah, espera! A mesma marca tem políticas diferentes?!? Caso em que olhar ou não para a etiqueta pode mesmo fazer toda a diferença. Na minha consciência, pelo menos.

 

Ando a fazer um levantamento das marcas, nacionais ou internacionais, que implementem uma ética de responsabilidade social e ambiental. Já descobri algumas, umas com roupa gira, outras nem por isso, mas todas com preços "astronómicos" se as compararmos com a Primark. Por outro lado, trata-se de peças únicas e qualidade duradoura. Mas muito mais do que isso, é uma análise à nossa consciência: será que estamos a contribuir para a infelicidade de alguém porque compramos um trapinho que usamos sem pensar meia dúzia de vezes?

 

Sim, voltarei a este assunto muito em breve.

 

 

 

Novo ditado: não julgues uma receita pela sua fotografia

 

Esta foto até dá vontade, não é? Panquecas que coco super fofas e cremosas por dentro, com camadas de iogurte grego natural, canela, maçã e xarope de áçer. Uma delícia, certo?

image.jpg

 

Errado.

A receita é daqui e, a não ser que queiram desperdiçar comida, aconselho-vos a não a fazerem. Ninguém gostou, nem a mini-trituradora da Alice que é capaz de comer coisas com bolor que encontra debaixo do sofá ou a comida do gato...

Assim se prova que nem todas as fotografias de comida super deliciosa que vemos no Instagram reflectem comida, de facto, super deliciosa. E com esta fotografia tornar-me-ia também eu numa fraude, se não vos tivesse vindo avisar...