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Bolas de Berlim... sem creme

Um blogue que não é de culinária (apesar de ter algumas receitas)

Bolas de Berlim... sem creme

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Costurar para ajudar

O Projecto Dress a Girl Around the World dedica-se a vestir meninas desfavorecidas em África. O grupo de voluntárias portuguesas reúne-se na The Craft Company para coser vestidos tipo pillowcase, mas quem não se puder deslocar até lá no próximo dia 22, pode fazê-los em casa e enviar. Este modelo de vestido foi o primeiro que fiz quando aprendi a costurar. E de vez em quando ainda faço um. É um modelo super fácil, passível de ser executado por principiantes.

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A página de Facebook Dress a Girl Around the World Portugal fornece as instruções e medidas para fazer vestidos dos 6 meses aos 12 anos. Vou deixar aqui as instruções e medidas que retirei do site e que qualquer pessoa pode consultar, apenas para facilitar e talvez motivar as leitoras a fazerem um vestido. Podem enviar os vossos vestidos para a seguinte morada:

The Craft Company

Praça Dr. Francisco Sá Carneiro 4B, 2750-350 Cascais

A Cose+ também publicou hoje um tutorial para fazer estes vestidos.

 

Requisitos na escolha do tecido:

- O tecido não pode ser transparente.

- O tecido deve ser de algodão.

- Os vestidos devem ser encaminhados para a The Craft Company com vista à colocação das devidas etiquetas antes de enviados aos destino final. 

 

Aqui têm as instruções. Boas costuras!

 

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Instruções. 

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Medida da cava 

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Medidas dos 6 meses aos 12 anos 

A cavalo dado

Uma manta de retalhos não se faz à pressa. Deveria ter refletido bem nisto quando me propus fazer, em 3 semanas, uma manta de retalhos para uma cama de casal para enviar para os refugiados e ainda achei que a devia acolchoar. Tudo estava a correr bem até começar a acolchoar como mandam as regras. Ou melhor, até perceber que faltava acolchoar (esqueci-me dessa parte até ao fim). As linhas verticais correram bem e estava decidida a ficar por aí, devido ao tempo escasso, mas caí na tentação de tirar uma tarde no trabalho (benesses de ser freelancer) e acolchoar o resto na horizontal. Foi aí que a máquina começou a dar o badagaio. Já da outra vez, quando fiz a minha manta, a máquina se queixou de fortes dores na zona do pé calcador e começou a perder a tensão, a aquecer e a emanar um odor de borracha queimada, foi duas vezes ao médico, ficou boa, mas quando o problema está nos ossos, acaba por voltar sempre quando o tempo arrefece. Ou quase se volta a usar o pé calcador para acolchoar.

E quando tive de começar a descoser o acolchoado, o tecido começou a dar de si e os quadrados em capulana começaram a desfiar.

A frustração às vezes dá-me em raiva que às vezes me dá para chorar. Dobrei a manta, com o desespero contido que se tem quando as crianças estão a fazer birras e nos contemos para não lhes dar uma palmada, e saí de casa para espairecer. Depois tentei convencer-me de que a vontade de ajudar está no meu coração e que não é por não conseguir acabar uma manta a tempo que sou pior pessoa. Vou faltar ao compromisso, mas quem me conhece sabe que não costumo falhar às pessoas com desculpas esfarrapadas. Só que às vezes não dá mesmo. E não suporto a ideia de entregar uma manta feia e mal feita. Não acredito que o ditado "a cavalo dado não se olha o dente" se aplique em todos os casos. Esta manta deveria transmitir o meu apoio e carinho por pessoas que sofreram o inimaginável. E se não consigo transmiti-lo na beleza e perfeição de uma obra de arte criada por mim (sim, porque uma manta de retalhos é uma obra de arte), prefiro não passar a mensagem errada. Irei ajudar de outra forma.

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Vamos aquecer os refugiados

A Virgínia do Amo-te Mil Milhões lançou o mote e eu aceitei. Custa-me estar de braços cruzados à espera, quando já ofereci a minha ajuda várias vezes. "Tem de ter paciência", respondem-me, como se me estivesse a queixar na repartição das finanças por estarem a demorar muito a atender.

Eu quero ajudar, mesmo. Esta crise dos refugiados tem-me tocado imenso, talvez pelas tantas crianças, pelas grávidas, por me parecer que a História se vai repetindo, como para nos dar oportunidade de redenção por maus tratos passados. Infelizmente, nem toda a gente pensa assim e dói ver o telejornal. Olho para as minhas meninas e penso no que faria eu, se fosse connosco, se tivesse de as agarrar com todas as minhas forças e apertar contra o meu peito para atravessar um mar revolto num bote de borracha e senti-las a fugir-me das mãos... Não quero nem pensar. Já chorei, já dormi mal por causa de sonhos de meninos afogados, já senti o coração apertado durante dias a fio e me senti uma inútil por não poder fazer nada. "Tem de ter paciência", dizem-me. Como se fosse um favor.

 

Quando vi o apelo da Virgínia, não pensei duas vezes. Peguei nos meus tecidos e comecei a cortar, ao princípio quase sem rumo, sem ordem, mas logo se começou a formar um padrão na minha cabeça. Em menos de nada tinha os quadrados cortados, em quatro dias (mais ou menos uma hora por dia) cosi tudo. Vejo agora que faltam mais duas filas de quadrados para cada lado, para baixo e para cima, para que dê para tapar uma cama de casal e aquecer duas pessoas. Como o enchimento ainda não chegou, terei tempo este fim-de-semana para acabar a parte de cima.

Por enquanto está assim a minha manta express, a primeira que faço sozinha sem as orientações da Rosa Pomar. Espero terminá-la daqui a uma semana (desta vez não haverá tempo para coser o debrum à mão...) e talvez ainda consiga fazer outra mais simples para criança. Sem grandes expectativas, vou fazendo o que posso, e do que gosto, até que os primeiros refugiados começarem a chegar. Depois espero que me deixem ajudar mais ativamente.

 

Manta refugiados, parte I.JPG

 

Entretanto, também podem ir fazendo donativos para a Unicef e para a ACNUR.

 

Problemas

Tenho, há vários dias, um post pensado que falaria sobre os meus problemas: os meus complexos, a minha falta de tempo, os pequenos contratempos do dia-a-dia, o gafanhoto que se instalou no meu canteiro, aquele cliente que ainda não me pagou, entre outras coisas deveras importantes das quais já me esqueci.

Mas todos os dias vejo imagens dos migrantes mortos e de rostos desesperados e leio artigos sobre as crianças que chegam sozinhas à Europa que ficam à mercê de gente sem escrúpulos que se tenta aproveitar delas e sinto vergonha. Vergonha por achar que tenho problemas, por sequer considerar este título para falar de coisas tão vãs.

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Imagem retirada da Internet

 

Eu não tenho problemas.

Mas quero ajudar.

E depois de alguns dias a pensar nisto (a sonhar com isto), mandei um e-mail ao Conselho Português para os Refugiados. Ao contrário da SIC, espero que me respondam.

Lenços solidários

Tinha feito uma selecção de três lenços para vender, resultado da minha edição de destralhamento de roupa na mudança de estação. Peguei neles e, em vez de os vender, meti-os num envelope e enviei-os para a Vânia
Saibam tudo aqui e aqui.



Morada para envio dos lenços:
Jardim da Cerveja (a/c da Vânia Castanheira) Rua Frei Nicolau Oliveira, 28, 2750 Cascais

Pontos de Recolha de Lenços:
Jardim da Cerveja- Cascais
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa- Lisboa (Avenida de Ceuta)
Clube VII- Lisboa (Parque Eduardo VII)
Confraria da Empada- Lisboa (Edifício Tonik Laranjeiras)
Lx Factory- Lisboa (na portaria, ao cuidado da Paula Pinheiro Rocha)
Sweet Handmade- Lisboa (Rua Pinheiro Chagas, 33)
Confraria da Empada- Belém (Centro Cultural de Belém)
Confraria da Empada- Oeiras (Rua Carlos Paião, Vila Fria-Oeiras)
2be Centro de Estética- Oeiras (Rua Ernesto Veiga de Oliveira , nº 14 A, Oeiras)
Loja Kopie- Oeiras (Urb. Moinho das Antas Rua do Chafariz, 13-A- Oeiras)
Confraria da Empada- Carcavelos (Riviera Center)
Bloodoathtattoos- Sintra (Rua Serra de Baixo nr18 Algueirão)
Sapataria Cecil- Porto (Rua Alexandre Braga nº21, traseiras do Mercado do Bolhão)
Conto de Fadas- Viana do Castelo (Rua Gago Coutinho, nº113, Viana do Castelo)
Farmácia Salgado- Golegã
Sónia sousa-flores e plantas- S. Miguel- Açores ( Rua dta da madalena nº42- S. Roque)
Veigas Imobiliária- Albufeira (Estrada de Santa Eulália – Edificio Santa Eulaliamar Lote 3, Loja 11)

Passos de tartaruga

Estando a recém-nascida a ganhar bochechas auspiciosas de uma boa alimentação e estando a mãe, finalmente, a livrar-se das dores do pós-parto e de outras que tais, ansiosa por apanhar com o sol de Inverno nas trombas e de dar uns bons passeios para afugentar definitivamente as dores no pescoço, resolvi (ou o pai resolveu por mim) começar a dar pequenos passeios diários pelas redondezas. No primeiro dia fomos, eu e a bebé - sempre muito bem resguardada não se desse o caso de me perguntarem quanto tempo tinha e me acusassem de negligência por andar já a laurear a pevide com tão novo rebento - fomos, dizia, ao hospital levantar os papéis da alta, antes que se perdessem no labirinto burocrático da instituição. No segundo dia fomos a pé até à farmácia, o que correspondeu a uma meia-maratona de 500 metros que a petiz fez sempre de olho aberto atenta aos ruídos do mundo. No terceiro dia, hoje, resolvemos arrojar verdadeiramente e arriscámos ir até aos correios, ribanceira abaixo, double check no chassis da alcofa, enviar o nosso contributo para duas campanhas solidárias, tão prolíferas nesta época. Depois disso, foi a autêntica loucura: atrevi-me a parar num café, comprar uma aguinha e um bolo altamente calórico e sentar-me num banco ao sol a ler a revista da Bimby deste mês...
How lame is that?

Isto tudo para dizer que há aí duas campanhas solidárias em que não custa nada participar e apelar, assim, ao vosso altruísmo: o Banco do Bebé precisa de roupinha usada de bebé e criança, fraldas, artigos de higiene, etc. (informações aqui) e a associação Sorrisos de Julinha vai receber todos os lucros da venda dos vossos livros usados (informações aqui). Eu que ando sempre à cata de oportunidades para dar nova utilidade aos meus livros, despachei logo cinco!